O presente trabalho pode ser justificado como um exame panorâmico do ensino de filosofia no ensino médio brasileiro no século XXI diante da emergência de uma nova humanidade, fruto do capitalismo tardio, com suas promessas não cumpridas frente à colonização de todas as esferas humanas, inclusive a educação. Neste sentido, a designação do presente texto encerra em si o resgate da discusão sobre a atmosfera de crise das metanarrativas e, consequentemente, a emergência de um novo modo de legitimação do horizonte humano, que pode se intitular como pós-modernidade em virtude de seu caráter de ultrapassamento. Do mesmo modo, o texto busca caracterizar os liames possíveis entre esta nova configuração e a compreensão sobre a educação e o professor em suas concepções e perspectivas presentes na justificativa da filosofia no ensino médio como criação de conceitos, em contraposição ao ensino meramente transmissor. Para tal intento, o presente trabalho pretende aventar as possibilidades emergentes do pensar filosófico em geral, expondo as peculiaridades desta disciplina, bem como, naturalmente as potencialidades éticas, existenciais e epistemológicas da filosofia, como um aparato indispensável à criação e reconstrução do humano. Se espera desta maneira arejar o problema da relação entre o aluno e o professor como engrenagens espanadas de uma velha máquina moderna, intitulada escola. Tal procedimento traz consigo uma suspeita sobre uma concepção escolástica de ensino de filosofia como um instrumento de educação, enquanto mera doutrinação, que visa aproximar o homem de um saber imutável e, portanto, não passível de renovação, mudança, aperfeiçoamento ou complexificação. De antemão, não se espera com isso a defesa do abandono da escola ou/e uma mera apologia do ensino de filosofia, até porque isso seria uma contradição, mas sim a indicação, até certo ponto óbvia para alunos e professores um pouco atentos, de que a escola, da maneira como a concebemos atualmente, ao menos no Brasil, tem se tornado obsoleta, promovendo o mau uso do capital, principalmente humano, em sua manutenção. Indica-se, portanto, a necessidade de ressignificar o papel da escola, em geral, e o ensino de filosofia, em específico, no intuito de vislumbrar ensamblamentos mais econômicos, sustentáveis e produtivos entre aluno e professor. Se constituindo de uma pesquisa de metodologia teórico conceitual, o presente trabalho se propõe como uma pequena contribuição ao recorrente questionamento sobre a relevância ou possíveis contribuições da filosofia à formação humana, em geral, e de nossos jovens, em específico. Daí, portanto, as escolhas conceituais desta dissertação, que se deu por agenciamentos que possibilitassem uma concepção de filosofia vitalista, inerentemente criativa, como uma disciplina do pensamento indispensável a uma humanidade que se queira para além da mera reprodução erudita, do cinismo mercadológico ou, ainda, dos designios tecnocientíficos. The present work can be justified as an panoramic examination of the teaching of philosophy in the Brazilian high school in the XXI century, before the emergence of a new humanity, fruit of late capitalism, with its unfulfilled promises before the colonization of all human spheres including education. In this sense, the designation of the present text rescues the discussion about the atmosphere of crisis of the metanarratives and, consequently, the emergence of a new way of legitimizing the human horizon, called postmodernity, by virtue of its overcoming character. In the same way, the text seeks to characterize the possible links between this new configuration and the understanding about education and the teacher in their conceptions and perspectives present in the justification of philosophy in high school as concept creation, as opposed to merely doctrinal teaching. For this purpose, the present work intends to promote the emerging possibilities of philosophical thinking in general, exposing the peculiarities of this discipline, as well as, of course, the ethical, existential and epistemological potentialities of philosophy, as an indispensable apparatus for the creation and reconstruction of the human. It is hoped that the problem of the relationship between the student and the teacher as dented gears of an old modern machine, calledschool, be better comprehended. Such a procedure brings with it a suspicion about a scholastic conception of the teaching of philosophy as an instrument of education, as mere indoctrination, which seeks to bring man closer to an immutable knowledge and therefore not subject to renewal, change, "perfecting". Thus, in advance, one does not expect to encouter in this work, the defense of school abandonment and / or a mere apology for teaching philosophy, even because this would be a contradiction, but rather the indication, to some extent obvious to students and teachers a little attentive, that the school, in the way we conceive it today, at least in Brazil, has become obsolete, promoting the misuse of capital, mainly human, in its maintenance. Therefore, it is necessary to re-signify the role of the school in general and the teaching of philosophy, specifically, in order to envisage more economical, sustainable and productive assemblages between student and teacher. Thus the present work, which constitutes a research of conceptual theoretical methodology, is proposed as a small contribution to the recurrent questioning about the relevance or possible contributions of philosophy to human formation, in general, and our youth, in specific. Hence, therefore, the conceptual choices of this dissertation, which came about through assemblages that allowed a conception of a more vitalist philosophy, inherently creative, as a discipline of thought indispensable to a humanity that wants beyond mere erudite reproduction, marketing cynicism or, still, of the technoscientific designs.