101. Geography in the work-education relation: (counter)tendencies for the high school
- Author
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Ghidini, Rafael, Mehanna, Najla da Silva, Zanella, José Luiz, and Costa, Fabio Rodrigues da
- Subjects
Educational policy ,GEOGRAFIA [CIÊNCIAS HUMANAS] ,Trabalho e educação ,Geografia do Trabalho ,School Geography ,Teaching of Geography ,Work and education ,Política Educacional ,Ensino de Geografia ,Reestruturação produtiva ,Productive restructuration ,Geography of Work ,Geografia escolar - Abstract
Submitted by Juliana Correa (juliana.correa@unioeste.br) on 2023-02-02T17:57:33Z No. of bitstreams: 2 Rafael Ghidini.pdf: 1557414 bytes, checksum: 6356f083eee21bb17ba2a38b89659b2b (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Made available in DSpace on 2023-02-02T17:57:33Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Rafael Ghidini.pdf: 1557414 bytes, checksum: 6356f083eee21bb17ba2a38b89659b2b (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2022-09-27 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES The present dissertation seeks to answer the problematic of what are the (counter)tendencies of the capitalist dynamics in the work and education relation for the teaching-learning of Geography in high school. To do so, it has as its general objective to comprehend the tendencies of the capitalist dynamics of the work and education relation for the teaching-learning of Geography in high school and to outline possibilities of counter-tendencies. The original hypothesis for the resolution of this problematic was that the interest of the capital in the formation for work tends to reduce or even remove the geographical contents from high school, and that the teaching of Geography can contribute to the polytechnical and omnilateral human formation as resistance to this process. Starting with the observation that, although work is a constituent element of the human being, capitalism subverts this meaning and makes it alienated work so that, through surplus value exploitation, it can reproduce its accumulation process. Starting at the 1970s, the international capital suffers an overproduction crisis and, as a way out of this moment, redirects its accumulation strategy, intensifying work exploitation. As a consequence of this process, elements of post-Fordism are disseminated in Brazil, especially Toyotism, which emphasizes flexibility, adaptability and individualism as central aspects for the necessary productive restructuration. We verify that this strategic movement of the capital has impacts in the national education, especially in high school. Through the analysis of recent educational policies (2010-2020), such as the National Education Plan (PNE), the National Pact for Strengthening High School, the National Curricular Guidelines for High School (DCNEM), the Innovative High School Program (ProEMI), the High School Counter-Reform and the National Common Curricular Base (BNCC), we noticed that the historical duality of high school is reinforced, with the strengthening of the formation for the work market based on the productive restructuration principles. Then, we note that Geography, in high school, is also affected by these movements in educational policy, suffering simultaneously of both an elimination process, mainly due to losing space, delegitimization and decharacterization, and of a conciliation process, in which it is adjusted to the new capital needs through the strengthening of the descriptive Geography, the development of adaptative geographical knowledges, the restriction to local as opposed to place, the impossibility of multiscale thinking, among others. However, a counter-tendency to the capital’s educational logic is the adoption of work as an educational principle, with which the ontological condition of work is rescued, as opposed to employment, valuing polytechnics in the search for omnilateral formation. The Geography of Work has shown the possible contributions of Geography to the understanding of the spatiality of work and, through multi-scalarity, with the movement from local to global, Geography can contribute to the construction of an educational project that provides omnilateral formation through work as an educational principle, overcoming the limiting vision of work as employment. The totality of the discussion thus demonstrates the validity of the hypothesis originally put forth. A presente dissertação objetiva responder a problemática de quais as (contra)tendências da dinâmica capitalista na relação trabalho e educação para o ensino-aprendizagem de Geografia no ensino médio. Para isso, tem como objetivo geral compreender as tendências da dinâmica capitalista da relação trabalho e educação para o ensino-aprendizagem de Geografia no ensino médio e delinear possibilidades de contratendência. A hipótese original para a resolução desta problemática era de que o interesse do capital na formação para o trabalho tende a reduzir ou até mesmo remover os conteúdos geográficos do ensino médio, e de que o ensino de Geografia pode contribuir com a formação humana politécnica e omnilateral como resistência a esse processo. Parte-se da constatação de que, embora o trabalho seja elemento constituinte do ser humano, o capitalismo subverte esse significado e o torna trabalho alienado para que, por meio da exploração da mais-valia, possa reproduzir seu processo de acumulação. A partir da década de 1970, o capital internacional sofre uma crise de superprodução e, como saída para este momento, redireciona sua estratégia de acumulação, intensificando a exploração do trabalho. Como consequência deste processo, são difundidos no Brasil elementos do pós-fordismo, sobretudo do Toyotismo, que prezam pela flexibilidade, adaptabilidade e individualismo como aspectos centrais para a necessária reestruturação produtiva. Verificamos que este movimento estratégico do capital tem impactos na educação nacional, sobretudo no ensino médio. A partir da análise de políticas educacionais recentes (2010-2020), como o Plano Nacional de Educação (PNE), o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), o Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI), a Contra-Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), constatamos que a dualidade histórica do ensino médio é reforçada, com o fortalecimento da formação para o mercado de trabalho pautada nos princípios da reestruturação produtiva. Em seguida, notamos que a Geografia, no ensino médio, também é afetada por esses movimentos na política educacional, sofrendo simultaneamente tanto de um processo de eliminação, sobretudo pela perda de espaço, deslegitimação e descaracterização, quanto de um processo de conciliação, no qual é ajustada às novas necessidades do capital por meio do fortalecimento da Geografia descritiva, do desenvolvimento de conhecimentos geográficos adaptativos, da restrição ao local em contraposição ao lugar, da impossibilidade do pensamento multiescalar, dentre outros. Todavia, uma contratendência à lógica educacional do capital é a adoção do trabalho enquanto princípio educativo, com o qual resgata-se a condição ontológica do trabalho em contraposição ao emprego, valorizando a politecnia na busca pela formação omnilateral. A Geografia do Trabalho tem mostrado as contribuições possíveis da Geografia para o entendimento da espacialidade do trabalho e, a partir da multiescalaridade, com o movimento do lugar para o global,12 a Geografia pode contribuir na construção de um projeto educativo que propicie a formação omnilateral por meio do trabalho enquanto princípio educativo, superando a visão limitante do trabalho enquanto emprego. A totalidade da discussão realizada demonstra, dessa maneira, a validade da hipótese originalmente elencada.
- Published
- 2022