Submitted by SUELEN SPINDOLA BILHAR (suelen.bilhar@gmail.com) on 2019-02-08T12:44:12Z No. of bitstreams: 1 COLLING.pdf: 1302083 bytes, checksum: a6ccf7dcdcda0918ee16e3f8639a96d7 (MD5) Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2019-02-08T13:13:29Z (GMT) No. of bitstreams: 1 COLLING.pdf: 1302083 bytes, checksum: a6ccf7dcdcda0918ee16e3f8639a96d7 (MD5) Made available in DSpace on 2019-02-08T13:13:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 COLLING.pdf: 1302083 bytes, checksum: a6ccf7dcdcda0918ee16e3f8639a96d7 (MD5) Previous issue date: 2018 Com os avanços da legislação sobre a educação escolar indígena, ocorridos a partir da Constituição Federal de 1988, tem-se ampliado as discussões a respeito de uma escolarização indígena que rompa com preceitos colonizadores e de integração dos indígenas à sociedade nacional e passe a ser um espaço em que os conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade são trabalhados de modo específico, diferenciado, comunitário, intercultural e bilíngue, ao mesmo tempo em que os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas são valorizados. Nessa perspectiva, os cursos de formação de professores assumem uma posição estratégica, já que possuem a responsabilidade de formar os futuros docentes que irão trabalhar nas escolas indígenas, e deste modo contribuir com a escolarização indígena em nível básico. É neste contexto que se insere essa pesquisa que tem como tema central a formação de professores Kaingang em nível médio que acontece no Instituto Estadual de Educação Indígena Ângelo Manhká Miguel. O objetivo deste estudo é identificar os elementos da formação de professores Kaingang no Instituto Estadual de Educação Indígena Ângelo Manhká Miguel que contribuem e os que dificultam a implantação da política nacional de formação de professores indígenas nesta instituição. Os sujeitos que participaram deste estudo foram 15 professores. Os dados foram coletados por meio de um roteiro de entrevista e análise documental. O estudo caracteriza-se por uma pesquisa qualitativa e adotou o estudo de caso. A partir da análise de dados emergiram 05 categorias: história e caracterização do Instituto, função do Instituto, formação dos professores, regime de alternância e a organização curricular, a prática docente e os conceitos de escola indígena específica, diferenciada, intercultural comunitária e bilíngue. Os resultados demonstram que o Instituto é um espaço estratégico para a escolarização Kaingang, possuindo a responsabilidade de construir caminhos pedagógicos para a formação de professores Kaingang a partir da valorização dos aspectos culturais e linguísticos deste povo, à medida que rompe com os traços da educação colonizadora ainda hoje presentes nas escolas indígenas. Os entrevistados apontam que a ausência de cursos de formação específicos aos docentes da instituição, o calendário escolar inadequado à realidade Kaingang, a ausência de materiais específicos, o distanciamento existente entre o Instituto e as terras indígenas Kaingang são elementos que dificultam a implantação de uma formação de professores Kaingang em nível médio de acordo com a política nacional de formação de professores Kaingang, enquanto que a disponibilidade da comunidade escolar em contribuir com a instituição, os talentos artísticos dos alunos, o interesse e esforço dos professores e a liberdade permitida pelo Plano de Estudos são elementos que contribuem para a formação de professores conforme o disposto na legislação. O Instituto Estadual de Educação Indígena Ângelo Manhká Miguel iniciou suas atividades letivas há 5 anos, o que justifica que ainda tenha de avançar nas discussões e nas práticas acerca da formação de professores em uma perspectiva específica, diferenciada, comunitária, intercultural, bilíngue e de qualidade, contudo, é um importante espaço de reflexão e construção que pode contribuir para que no futuro escolas Kaingang com essa característica sejam uma realidade. With the advances made in the legislation on indigenous school education, which took place mainly from the Federal Constitution of 1988, there has been an increase in discussions about indigenous schooling that breaks with colonizing precepts and integrating indigenous people into national society and becomes a space in which the knowledge historically accumulated by humanity is worked in a specific, differentiated, community, intercultural and bilingual way, while the traditional knowledge of indigenous peoples is valued. In this perspective, teacher training courses assume a strategic position, since they have the responsibility of training future teachers who will work in indigenous schools and, thus, contribute to indigenous schooling at the basic level. It is in this context that inserts this research, whose central theme is the Kaingang teacher training at the middle level that happens in the State Institute of Indigenous Education Ângelo Manhká Miguel. The objective of this study is to identify the elements of Kaingang teacher training in the State Institute of Indigenous Education Ângelo Manhká Miguel that contribute and those that make difficult the implementation of the national policy of training of indigenous teachers in this institution. The subjects that participated in this study were 15 teachers. The data were collected through an interview script and documentary analysis. The study is characterized by a qualitative research, and adopted the case study. From the analysis of data emerged 05 categories: history and characterization of the Institute; function of the Institute; teacher training; the alternation regime and the curricular organization; the teaching practice and the concepts of specific, differentiated, community, intercultural and bilingual indigenous school. The results show that the Institute is a strategic space for Kaingang schooling, with the responsibility of building pedagogical paths for Kaingang teacher training based on the appreciation of the cultural and linguistic aspects of this people, as it breaks with the traits of the colonizing education still present today in indigenous schools. The interviewees point out that the absence of specific training courses for the institution's teachers, the school calendar that is not relevant to the Kaingang reality, the lack of specific materials, the distance between the Institute and the Kaingang indigenous lands are elements that make it difficult to implement a training Kaingang teachers at the secondary level according to the national Kaingang teacher training policy, while the willingness of the school community to contribute to the institution, the artistic talents of the students, the interest and effort of the teachers and the freedom allowed by the Plan of the Studies are elements that contribute to the formation of teachers according to the provisions of the legislation. The State Institute of Indigenous Education Ângelo Manhká Miguel started its teaching activities 5 years ago, which justifies that it still has to advance in the discussions and the practices about the formation of teachers in a specific, differentiated, community, intercultural, bilingual and quality perspective. However, it is an important space for reflection and construction that can contribute to making future Kaingang schools with these characteristic a reality.