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Este artigo é um relato de experiência de uma proposta pedagógica de educação popular do campo para a educação infantil, desenvolvida a partir de um eixo temático denominado “O que eu posso aprender?”. O projeto pedagógico foi realizado em um Centro Integrado de Educação Infantil (CIEI), localizado na área rural do município Santa Rita/PB, na comunidade de Bebelândia. Utilizou-se a pesquisa como método, a partir da concepção freiriana. Como tema abordado esteve o manguezal, bioma escolhido por estar inserido na realidade da comunidade, e por ser comum às crianças. Diferentes estratégias educacionais foram desenvolvidas para trabalhar o tema, entre elas a visita de campo ao manguezal e a construção de um painel coletivo. Conclui-se, ao final do estudo, que a prática pedagógica desenvolvida constitui-se como educação popular do campo voltada para a educação infantil, porque cumpre a finalidade conceitual de oferecer uma educação diferenciada para os sujeitos do campo, respeitando o modo de vida e cultura deles.

A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem, em sua história, características que podem influenciar na maneira como a sociedade, em geral, e os professores, em particular, percebem sua relevância e seu lugar na formação integral das crianças. Observa-se que a história dessa etapa da Educação Básica é recente no país e que novos estudos e pesquisas estão sendo realizados neste período, voltados para a Primeiríssima Infância. Parte desses estudos refere-se às docentes de creches e como essa docência se constitui. Dessa forma, este artigo, advindo de uma pesquisa quanti-qualitativa mais ampla, objetiva apresentar as concepções sobre bebê e criança bem pequena, função da creche e docência na creche das professoras de creches conveniadas de um município do noroeste paulista, levantadas por meio de questionário, com questões abertas e fechadas. A pesquisa aponta potencialidades e fragilidades dessa docência e objetiva contribuir para a estruturação de políticas públicas voltadas às creches conveniadas.

O presente artigo narra a experiência do projeto Afroinfância, que se fundamenta nas ideias de Molefi Kete Asante sobre o paradigma da afrocentricidade. O projeto Afroinfância busca reescrever a narrativa da história da África e se aproximar das tecnologias africanas de educação. Por meio das redes sociais, o projeto desafia as práticas curriculares tradicionais e influencia a formação de professores, incentivando-os a repensarem suas abordagens educativas para melhor atender às necessidades das crianças negras. Assim, o artigo busca apresentar as narrativas de professoras que, em contato com o projeto, refletem sobre processos educativos incorporando princípios curriculares fundamentados no paradigma afrocêntrico, principalmente na Educação Infantil. O Afroinfância destaca a importância de uma educação que não apenas identifique o racismo, mas também valorize as contribuições africanas para a humanidade e, consequentemente, o pensar e fazer educação. Em suma, o Afroinfância posiciona-se como um espaço formativo virtual importante para repensar e promover fissuras dentro do currículo da Educação Infantil, partindo das experiências africanas e afro-diaspóricas para construir um outro modelo de educação, não hegemônico.

Trata de atravessamentos das mídias nas práticas docentes, curriculares e no imaginário da comunidade escolar; a partir de um episódio narrado em primeira pessoa em uma rede social, com repercussões na imprensa tradicional local, com problematizações que levam a indagar o lugar da escola, das docências e dos afetos na composição curricular em um Centro Municipal de Educação Infantil da cidade de Serra no Estado do Espírito Santo, Brasil. Objetiva cartografar as ressonâncias discursivas que reverberam por entre mídia e professoras, na tentativa de visibilizar os impactos de tais discursos nos afetos docentes. Toma como intercessão teórico metodológica, os delineamentos das redes de conversações, como modo de resistência aos discursos midiáticos, que delimitam o lugar da escola, ao falar Sobre e não Com a escola. Faz uso de apontamentos teóricos com Masschelein & Simons (2014), Leal (2022), Carvalho (2009), dentre outros que problematizam a escola como lugar de vida e resistência. Aposta em composições dialógicas e afetivas, a partir de uma escuta atenta aos contextos experimentados, como condição de aceleração dos processos vitais na invenção de mundos possíveis que possam afirmar a vida e a aprendizagem como força, frente aos desencontros e às mazelas sociais.

A extensão universitária desempenha um papel fundamental no contexto acadêmico e na sociedade, trazendo inúmeros benefícios. Este relato descreve a experiência das ações de extensão em cinco escolas de ensino infantil em Passos, MG. No âmbito da campanha "Reviva o Óleo", iniciada por estudantes de engenharia ambiental da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG como parte da disciplina Extensão Ambiental, o objetivo era disseminar conhecimento sobre o descarte adequado de óleo e coletar óleo usado. Por duas semanas, os alunos divulgaram a campanha, oferecendo um óleo novo a cada dois litros entregues. Foram coletados mais de 400 litros, que foram encaminhados à empresa Brejeiro para transformação em biocombustível. Conclui-se que a promoção de ações de extensão focadas na reciclagem de óleo estimulou a educação ambiental nas escolas, incentivando práticas responsáveis e a preservação do meio ambiente.

A pesquisa apresentada teve como objetivo compreender como se dão as interações culturais entre as crianças imigrantes com seus pares nos tempos e espaços de um Centro de Educação Infantil Municipal, por meio do que as próprias crianças têm a dizer. Participaram do estudo 16 crianças de quatro e cinco anos. Para produção dos dados, utilizou-se observações, rodas de conversas, desenhos, brincadeiras e contação de história. Os resultados, analisados a luz da sociologia da infância, indicam que o acolhimento e a interação entre pares se mostraram presentes no contexto escolar estudado, mesmo sem a instituição prever ações específicas para tanto, sendo a brincadeira a grande mediadora destas interações, configurando-se como uma forma de linguagem entre as crianças. Conclui-se que a escola tem papel fundamental na inclusão social destas crianças, mas que é importante que elas tenham, para além do direito de estar na escola, o direito de participar, de serem ouvidas e de terem sua cultura valorizada.

O artigo teve como objetivo identificar noções matemáticas presentes nas atividades pedagógicas remotas da Educação Infantil ofertadas pela Secretária Municipal de Educação – SME de Curitiba no período de abril a setembro de 2020. Foram sorteadas e analisadas sete videoaulas. A metodologia teve como base a metodologia de transcrição e análise de vídeos proposta por Powel, Franciso e Maher (2004) e Lima (2020). A análise dos dados, neste artigo, foi realizada a partir da categoria definida como: noções matemáticas, que se refere às noções presentes nas atividades desenvolvidas ao longo das aulas. Essa categoria evidenciou que as noções de quantificação de objetos, de tamanho e de quantificadores foram mais presentes nas vídeo aulas. De modo geral noções matemáticas estiveram presentes nas videoaulas analisadas, embora nenhuma delas teve como tema ou assunto específico um conteúdo ou situação matemática. No entanto, considera-se que poderiam ter sido mais exploradas ao longo das videoaulas.

O artigo analisa se há associação da desigualdade na infraestrutura das escolas municipais de educação infantil (EMEIs) de Belo Horizonte quanto i) à localização, ii) ao tipo de gestão e iii) à correção de informação censitária prestada, em relação ao ano de 2019. Os dados do Censo Escolar foram cotejados com indicadores econômicos e visitas in loco. Verificou-se que a distribuição territorial das EMEIs e o tipo de administração têm repercussões no grau de adequação de infraestrutura das escolas. Porém, essas variáveis apresentaram pouco poder explicativo para as desigualdades encontradas no Censo Escolar daquele ano. Em contrapartida, identificou-se discrepâncias entre os dados preenchidos pelas unidades educacionais e as informações verificadas em visitas locais.

A predominância de mulheres como docentes em creches, muito provavelmente por ocasião da relação que se instituiu entre cuidar e educar como qualidades privativas desse gênero, tem permitido o estabelecimento de múltiplas interrogações acerca da reiterada ausência do masculino nesses espaços. Em razão desse cenário, objetiva-se, no presente artigo, dar uma explicação ao processo de contenção que se emprega ao masculino quanto a sua atuação na educação infantil, mais especificamente no trabalho com bebês em creches. A partir da análise do relato de um dos autores sobre sua experiência na creche, aciona-se as noções de interdição implícita e interdição explícita para compreender o fenômeno de distanciamento do masculino dos berçários. Conclui-se que, embora seja preciso compromisso e seriedade com os sentimentos, expressões a aprendizados dos bebês, a fim de exercer um bom trabalho em turmas de berçário, o masculino é reiteradamente interditado a desempenhá-lo, pois regularmente são evocadas qualidades supostamente do feminino como ingredientes para atuar em creches, como sensibilidade, cuidado e atenção.

Em sua primeira assembleia de 2024, realizada no dia 20 de janeiro, o Fórum Paulista de Educação Infantil (FPEI) reuniu professoras/es, pesquisadoras/es, representantes de entidades e movimentos sociais para debater os desafios e as perspectivas da Educação Infantil no Brasil em tempos de democracia. Apresentaremos esse debate como uma obra cênica, como se pudesse ser adaptado e reencenado em outros palcos. As questões que foram colocadas continuam abertas para que novos personagens possam atuar na defesa dos direitos das crianças e das/os professoras/es de creche e pré-escola no Brasil.

O presente artigo construiu seus resultados a partir da análise documental apresentando e discutindo as legislações paraguaia e brasileira buscando compreender as prerrogativas legais e organização da educação infantil nos dois países. Tendo como pano de fundo toda a construção teórica, será realizada a exposição dos documentos norteadores da educação no Brasil e no Paraguai buscando responder se as crianças nesse contexto têm seus direitos à infância e à educação devidamente previstos e respeitados. O contexto de análise se dá na região que corresponde às cidades de Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai). Estas cidades fazem fronteira entre si e estão localizadas geograficamente em um contexto de livre acesso entre as cidades, uma vez que apenas uma avenida separa os dois países. Sob essa ótica, muitas crianças atravessam essa fronteira diariamente para estudar em instituições de educação infantil brasileiras. Busca-se então discutir e analisar tais contextos.

O presente artigo objetiva apresentar dados de uma pesquisa que analisou a oferta e o acesso ao atendimento escolar da Educação Infantil em Palmas-TO, com vistas ao cumprimento do direito à educação das crianças de 0 a 5 anos. Foram analisadas as políticas nacionais e municipais que regulamentam a educação para essa faixa de idade, e coletados dados sobre as matrículas nas creches e pré-escolas entre 2015 e 2019. Os principais achados indicam que, apesar dos avanços nas últimas décadas, permanecem limites para a implementação das políticas educacionais destinadas a esse público e para a efetivação do direito à educação das crianças na primeira infância.

Considerando a experiência estética, como importante dimensão da formação humana e parte importante da prática pedagógica, este relato recupera experiências de aprendizagens com/entre meninos e meninas de 2 e 3 anos de idade, na educação infantil. Busca revelar as poéticas, os encantamentos e as potencialidades presentes, nos liames (e limites) do trabalho com argila e outras materialidades (naturais, estruturadas, de largo alcance etc.). A intencionalidade pedagógica, a organização do espaço, a seleção de materiais de qualidade e em quantidade adequada para a realização das propostas educativas externam o compromisso ético e a confiança no saber e no agir da criança, contribuindo na efetivação de espaços de escuta, de trocas e de crescimento humano para crianças e adultos envolvidos na experiência.

Ao longo da história, as instituições museais não se constituíram como locais acessíveis para o público infantil. Apesar de haver um importante debate sobre a educação museal no Brasil e o avanço de políticas públicas, com a criação do Instituto Brasileiro de Museus (2009) e a construção da Política Nacional de Educação Museal (2017), os museus ainda se mostram despreparados para acolher a pequena infância. A partir dessas constatações, elegemos o livro aqui resenhado, Habitar o museu com a criança pequena: formação colaborativa como possibilidade (2021), como exemplar para contribuir para esse debate. Escrito por Solange de Fátima Gabre, essa relevante obra traz resultados de sua tese de doutorado, na qual buscou viabilizar a capacitação de professoras/es para que a relação museu-escola seja uma prática democrática e constante na Educação Infantil.

Este artigo tem o objetivo de apresentar as concepções gerais do documento “Linhas pedagógicas para o sistema integrado zero a seis”, que está delimitando um novo cenário no contexto educacional da Itália. As Linhas Pedagógicas surgiram em decorrência da aprovação pelo Decreto 65/2017 do Sistema Integrado de zero a seis anos que incluiu a faixa de 0 a 3 anos no sistema de educação, além de integrá-la à etapa de 3 a 6 anos. O trabalho tem como base a abordagem qualitativa, e se utiliza da análise documental e bibliográfica sobre o tema. São apresentados aspectos das pedagogias das infâncias italianas e as premissas do documento com os seis eixos sobre os quais está estruturado: direitos da infância, ecossistema formativo, centralidade das crianças, currículo e planejamento, profissionalidade e garantias de governança. Conclui-se que o documento procura dar uma referência nacional para a educação infantil na Itália e pode se tornar uma interessante experiência não fragmentada de educação infantil.

Este texto apresenta um recorte da dissertação intitulada “Compreensões de Cuidado e Educação das Professoras das Turmas de Infantil 04 e 05 das Escolas Municipais de Francisco Beltrão/PR”. Temos como objetivo identificar e compreender como as concepções das professoras das turmas de Infantil 04 e 05 se relacionam com as concepções previstas nos Projetos Político-pedagógicos -PPPs das escolas. Este texto se divide em quatro (04) momentos. No primeiro apresentamos a relação histórica entre cuidado e educação na educação infantil. No segundo momento, evidenciamos as concepções de cuidado e educação presentes nos PPPs das escolas. Em seguida, discutimos como as professoras entendem o binômio e o impacto deste na sua prática pedagógica. Por fim, relacionamos as concepções de cuidado e educação dos PPPs com as compreensões das professoras. Para tanto, Kramer (2005), Guimarães (2011), Azevedo (2011) e Montenegro (2001) embasam nossas análises. Os questionários aplicados às professoras e a análise dos documentos evidenciaram as relações entre as concepções dos documentos e das professoras. Tanto nos PPPs quanto a partir das concepções das professoras, percebemos uma relação teórica. Assim sendo, o resultado das nossas análises evidenciou 04 concepções de cuidado e educação nos PPPs das instituições, e a partir das falas das professoras, 03 concepções sobre cuidado e 04 sobre educação. Esses resultados interligam-se à forma como as professoras compreendem o binômio e o processo educativo como um todo.

O presente texto tem como objetivo discutir apontamentos sobre a formação de professoras/es da educação infantil a fim de compreender sua importância para efetivação da Lei 10.639/03 e suas implicações para as práticas pedagógicas, considerando as perspectivas decolonial e afrocentrada. Será apresentado o recorte de uma pesquisa de mestrado, em que realizamos um grupo focal online (dividido em três encontros/oficinas) com professoras da educação infantil da rede municipal do Recife. Os resultados apontam a urgência em investimento na formação inicial e continuada dos profissionais da educação e na reformulação de currículos dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas, em consonância com a educação para as relações étnico-raciais e o referido marco legal. Destaca-se a importância de pensar estratégias didáticas e práticas pedagógicas para a educação infantil que busquem promover a positivação da subjetividade das crianças negras, proporcionando às infâncias a valorização da ancestralidade, a escuta qualificada e práticas de afeto.

O artigo objetiva compreender de que forma ocorre a parceria público-privada na compra de vagas na Educação Infantil no município de Santa Maria/RS, e a percepção das gestoras e professoras das escolas credenciadas sobre a qualidade dessa oferta. Para tanto, pautou-se metodologicamente na abordagem qualitativa, utilizando-se embasamento teórico e documental, bem como de entrevistas semiestruturadas com a gestão da SMED (Secretaria Municipal de Educação) e aplicação de questionário com a gestão e com uma professora de cada escola autorizada para compra de vagas de Santa Maria/RS. A fundamentação teórica aborda um estudo a partir dos autores Kramer (2006), Adrião (2009), Nóvoa (1991). Além disso, aborda as legislações e documentos orientadores para o acesso e qualidade na Educação Infantil no Brasil. Como resultado, ficou evidente que embora Santa Maria/RS tenha ampliado as vagas na oferta da Educação Infantil, essa ampliação aconteceu via parceria público-privada. Esse serviço tem apresentado distinções e baixa qualidade no atendimento prestado a toda comunidade. Do ponto de vista deste artigo, além da necessidade de divulgação dos dados da pesquisa, é premente a necessidade de autoavaliação das escolas credenciadas para venda de vagas, visando uma melhoria na qualidade dessa oferta.

Esse artigo apresenta um recorte de uma pesquisa de mestrado em Educação, realizada com um grupo de 15 crianças – 10 meninos e 5 meninas, com idade entre quatro e cinco anos, na qual se investigou as masculinidades como práticas sociais na perspectiva dos meninos da Educação Infantil e traz relatos e registros de episódios em que os meninos transgridem as fronteiras de gênero e vivem uma masculinidade diferenciada dos padrões hegemonicamente conhecidos e socialmente impostos fazendo escolhas que, para muitos, podem ser consideradas desviantes. Utilizando referenciais teóricos da Sociologia da Infância e uma metodologia qualitativa que utilizou a observação participante, o estudo mostra que há práticas sociais estabilizando e desestabilizando as relações e que meninos estão presos nos estereótipos e engessamentos que a visão binária carrega. Alguns deles, todavia, assumem posturas desviantes e vivem uma masculinidade mais saudável.

O artigo discute as políticas referentes ao atendimento público e institucional à Educação Infantil, tomando como foco específico de análise a realidade do município de Florianópolis. Para tanto, são examinados os documentos orientadores dessas políticas em nível nacional, bem como os documentos locais, orientadores do atendimento educacional realizado às crianças e direcionados ao planejamento das ações docentes em suas instituições. Os resultados evidenciam a sintonia das orientações da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis com aquelas divulgadas em nível nacional e indicam a intenção, tão marcada nos documentos, de valorização e trabalho com as múltiplas linguagens, em geral, e com a literatura infantil, de modo específico.

Este texto refere-se a uma resenha do livro Abrindo as portas da escola infantil: viver e aprender nos espaços externos, de autoria de Maria da Graça Souza Horn e Maria Carmem Silveira, professoras universitárias da área da Educação Infantil. O livro publicado em 2022 é resultado de uma parceria, de muitos anos das autoras, que, de maneira comprometida com a formação docente, encaram seu trabalho como forma de animar a vida. A temática da relação da criança com os espaços naturais é apresentada considerando a contribuição da história da Educação Infantil nacional e internacional e das contribuições atuais para auxiliar professoras e professores a abrirem as portas da Educação Infantil. Apesar da relevância da temática, as práticas pedagógicas envolvendo as aprendizagens em espaços externos ou relacionadas à natureza ainda são, muitas vezes, inexistentes dos currículos da Educação Infantil, por isso o livro se torna tão necessário à formação docente.

O presente ensaio aborda perspectivas de currículos antirracistas no contexto da Educação Infantil tendo as danças populares como meio para a materialização de suas ações. Em diálogo com autores e autoras que discutem currículos, epistemologias e perspectivas decoloniais, objetiva reunir reflexões sobre arranjos curriculares outros, que contemplem as diversidades e as diferenças culturais por meio das danças populares afro-brasileiras, que historicamente têm sido silenciadas ou tratadas de maneira caricata e superficial nas instituições escolares. Em termos metodológicos, foram selecionadas referências para interlocuções que abarcam a perspectiva de ancoragem (estudos decoloniais), os tópicos articulados (currículo, práticas antirracistas e danças), as bases legais vinculadas (no caso, ao ensino da história e da cultura afro-brasileira) e dados contextuais, no horizonte de combinar descrição, análises e proposições na composição de reflexões situadas no campo da Educação Infantil. Conclui que o investimento na formação de professoras e professores é crucial no apoio ao trabalho pedagógico com as danças populares, na ampliação da visão de currículos e na educação antirracista.

Desde 2019, o projeto "Contando Histórias sobre guarda responsável, saúde e bem-estar animal" da Universidade Federal de Santa Catarina conscientiza crianças sobre saúde única através de ferramentas artísticas. Abordando o abandono de animais e superpopulação, integra estudantes e docentes de Medicina Veterinária à comunidade local. Ao envolver as crianças em atividades lúdicas e interativas, os resultados evidenciam o engajamento e conscientização sobre a temática e o estabelecimento de um vínculo significativo entre a universidade e a comunidade. O projeto não apenas forma uma geração consciente na proteção dos animais, mas destaca a interconexão entre a saúde humana, ambiental e animal, contribuindo para uma conscientização integral. Essa iniciativa busca transformar positivamente a relação entre pessoas e animais, construindo um futuro sustentável.

Trata-se de um artigo cujo teor retrata uma investigação na qual se perscrutou as concepções de professoras relativas às desigualdades étnico-raciais. Em termos científicos pautamo-nos num estudo de natureza qualitativa, com um desenho narrativo, valendo-se de entrevistas-narrativas enquanto instrumento analítico para coleta de dados. A prospecção da temática étnico-racial no contexto educacional justifica-se em razão da legislação existente a qual valoriza a cultura negra brasileira e seus saberes. Ademais, examinar práticas pedagógicas concernentes às desigualdades étnico-raciais pode ensejar e/ou nutrir políticas públicas educacionais, aprimorar o desenvolvimento profissional docente e burilar a qualidade do trabalho pedagógico na Educação Infantil. Os dados do estudo indicaram que as entrevistadas apresentam fragilidades formativas no tocante ao mote. Donde exprimem relatos fazendo referência ao mito da democracia racial, a “culpabilidade” das famílias, a abordagem pedagógica restrita às datas festivas e a intolerância religiosa como principais desafios do cotidiano escolar. A conjuntura constatada assinala à urgência de um letramento antirracista, sob uma abordagem multicultural, mediante a qual se possa aprimorar o desenvolvimento profissional docente, com efeito, problematizar as tensões e desigualdades étnico-raciais no processo educativo.

RESUMO: O estudo em referência discute a avaliação da aprendizagem proposta pelo Programa Palavra de Criança, desenvolvido por 77 (setenta e sete) municípios do Piauí. Para efeito desta investigação, pesquisamos o Caderno de Aprendizagem como instrumento de avaliação, que permite o registro e acompanhamento da aprendizagem dos alunos. O estudo encontra-se fundamentado pelos autores Hoffmann (2005/2012), Fernandes (2002), Luckesi (2005), dentre outros. O direcionamento metodológico inclui-se na vertente da pesquisa qualitativa, tendo como referencial teórico Chizzotti (2006/1991) e Gil (2002/2011). A produção dos dados foi realizada mediante a aplicação de questionários com duas professoras que trabalharam com a proposta do Programa. Também realizou-se observação em duas turmas do ciclo da alfabetização. A análise de conteúdo dos questionários e os dados observacionais revelam que o Caderno de Aprendizagem é um instrumento de avaliação no qual os estudantes trabalham com suas dúvidas e possibilidades de avanço, facilitando a prática de uma avaliação formativa e de estudos paralelos, podendo ser uma iniciativa do próprio estudante ou uma prática a ser incorporada pelo professor em seu planejamento. Palavras-chave: Avaliação. Educação Infantil. Portfólios. ABSTRACT: The study in reference discusses the assessment of learning proposed by the Word of Child Program, developed by 77 (seventy-seven) municipalities of Piaui. For purposes of this research, we studied the Learning Notebook as evaluation instrument, which allows the recording and monitoring of student learning. The study is based by the authors Hoffmann (2005/2012), Fernandes (2002), Luckesi (2005), among others. The methodology includes guidance on the aspect of qualitative research, the theoretical reference Chizzotti (2006/1991) and Gil (2002/2011). The production of data was performed by applying questionnaires with two teachers who worked with the proposal of the program. Also held observation in two literacy cycle classes. The questionnaires content analysis and observational data reveal that the Learning Notebook is an assessment tool in which students work with their doubts and advancement opportunities, facilitating the practice of formative assessment and parallel studies, may be an initiative the student himself or practice to be incorporated by the teacher in his planning. Keywords: Evaluation. Child education. Portfolios.

RESUMO: O estudo em referência discute a avaliação da aprendizagem proposta pelo Programa Palavra de Criança, desenvolvido por 77 (setenta e sete) municípios do Piauí. Para efeito desta investigação, pesquisamos o Caderno de Aprendizagem como instrumento de avaliação, que permite o registro e acompanhamento da aprendizagem dos alunos. O estudo encontra-se fundamentado pelos autores Hoffmann (2005/2012), Fernandes (2002), Luckesi (2005), dentre outros. O direcionamento metodológico inclui-se na vertente da pesquisa qualitativa, tendo como referencial teórico Chizzotti (2006/1991) e Gil (2002/2011). A produção dos dados foi realizada mediante a aplicação de questionários com duas professoras que trabalharam com a proposta do Programa. Também realizou-se observação em duas turmas do ciclo da alfabetização. A análise de conteúdo dos questionários e os dados observacionais revelam que o Caderno de Aprendizagem é um instrumento de avaliação no qual os estudantes trabalham com suas dúvidas e possibilidades de avanço, facilitando a prática de uma avaliação formativa e de estudos paralelos, podendo ser uma iniciativa do próprio estudante ou uma prática a ser incorporada pelo professor em seu planejamento. Palavras-chave: Avaliação. Educação Infantil. Portfólios. ABSTRACT: The study in reference discusses the assessment of learning proposed by the Word of Child Program, developed by 77 (seventy-seven) municipalities of Piaui. For purposes of this research, we studied the Learning Notebook as evaluation instrument, which allows the recording and monitoring of student learning. The study is based by the authors Hoffmann (2005/2012), Fernandes (2002), Luckesi (2005), among others. The methodology includes guidance on the aspect of qualitative research, the theoretical reference Chizzotti (2006/1991) and Gil (2002/2011). The production of data was performed by applying questionnaires with two teachers who worked with the proposal of the program. Also held observation in two literacy cycle classes. The questionnaires content analysis and observational data reveal that the Learning Notebook is an assessment tool in which students work with their doubts and advancement opportunities, facilitating the practice of formative assessment and parallel studies, may be an initiative the student himself or practice to be incorporated by the teacher in his planning. Keywords: Evaluation. Child education. Portfolios.

Problematiza-se sobre a corporeidade na infância e nos cotidianos das escolas de Educação Infantil e evidencia-se a forma como os docentes dialogam com esses movimentos rotineiros. O artigo trata de uma análise a partir de narrativas autobiográficas e pesquisa bibliográfica sobre corporeidade no contexto da Educação Infantil. Baseia-se na Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Concluiu-se que no diálogo sobre movimentos rotineiros deve-se deixar virem à tona crenças e concepções, o que de fato move o cotidiano na escola de Educação Infantil. Nesse contexto, é preciso considerar as práticas corporais na sua inteireza e reconhecer a importância do corpo, da corporeidade e dos seus significados e sentidos atribuídos por meio de experiências plurais para as crianças e com elas. Palavras-chave: Educação Infantil. Infâncias. Corporeidade. Crianças. Professora.

O artigo busca traçar um panorama da formação de professores da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental proposta pela Universidade Feevale, situada em Novo Hamburgo, no sul do Brasil, e sua Escola de Aplicação. A pesquisa trata-se de uma análise feita por professores atuantes nos âmbitos envolvidos - curso de Pedagogia, a Coordenação Pedagógica e corpo docente da Escola de Aplicação - no ano de 2023, trazendo dados sobre como acontecem as práticas pedagógicas dos professores em formação do curso de Pedagogia, no que diz respeito à quantidade de horas e do processo em si, e fazendo um breve paralelo com a formação de professores praticada na Finlândia. Verificou-se que, apesar de a Universidade Feevale ter uma Escola de Aplicação à disposição para os estudantes de Pedagogia, não há vínculo direto entre elas. Por outro lado, percebe-se potencial e possibilidades para que ambas se qualifiquem. Conclui-se que há necessidade de um esforço conjunto da Escola de Aplicação e da Universidade, visto que pertencem a mesma instituição de ensino, para qualificar e ampliar as discussões, desde a grade curricular até as teorias e as práticas aplicadas em ambos os espaços.

O artigo reporta pesquisa de natureza teórico-conceitual que explora contribuições de Zaporozhets para a compreensão do desenvolvimento psíquico na idade pré-escolar, buscando extrair implicações da análise histórico-cultural do desenvolvimento da criança para a ação pedagógica. Sistematizam-se proposições do autor referentes ao desenvolvimento da percepção, dos processos emocionais e do desenvolvimento motor no período pré-escolar. Em consonância com a literatura, o estudo realizado permite identificar que as análises de Zaporozhets sobre os processos parciais do psiquismo pré-escolar articulam-se em torno da ação e do desenvolvimento de mecanismos para seu controle voluntário por parte da criança. O manuscrito ressalta, também, o princípio pedagógico da amplificação, que aponta para a necessidade de se enriquecer as atividades tipicamente pré-escolares de modo a promover o desenvolvimento de neoformações psíquicas específicas desse período etário, sem forçar a emergência de capacidades próprias de períodos posteriores.

Este artigo tem como objetivo tecer considerações sobre capacidades basilares para o desenvolvimento da linguagem escrita que devem ser abordadas na formação de professores, de modo a serem incorporadas às práticas educativas. Apontamos as contribuições da pedagogia histórico-crítica e da psicologia histórico-cultural. Concluímos que a apropriação da linguagem escrita se realizará plenamente no ensino fundamental, mas que a educação infantil tem importantes contribuições nesse percurso, tais como as que consideramos.

Neste trabalho é apresentada uma análise da expansão e desenvolvimento da educação pré-escolar (educação infantil) em Portugal após 50 anos da revolução democrática do 25 de Abril. Ressalta-se o importante esforço para alcançar a cobertura atual de 93%. É descrito o processo legislativo, a criação das Diretrizes Curriculares num processo exemplar de consulta pública e negociação. Afirma-se uma “supervisão pedagógica única” para todas as redes nacionais. São desenvolvidas questões sobre as limitações da expansão e sobre as fragilidades da “construção” da educação infantil em Portugal. Especial atenção é dada às não políticas para as idades de zero a três anos. Considerações e recomendações são apresentadas.

Este artigo apresenta recorte de dados de uma dissertação de mestrado que se centra em investigar a organização do atendimento público de educação infantil para as crianças de 0 a 5 anos nos municípios do Sudoeste do Estado do Paraná. O trabalho aqui apresentado analisa a organização administrativa das 42 redes municipais de educação que compõem a região pesquisada, com foco na cobertura da educação infantil. Este artigo contextualiza a oferta de vagas integrais e parciais nos municípios; o número de matrículas; a per capita de matrículas por número de habitantes; e apresentação e análise das matrículas na área urbana e rural, por dependência administrativa; pública e privada. Por se tratar de uma pesquisa que mapeou um grande número de informações, utiliza-se uma abordagem quali-quantitativa de caráter exploratório, entendendo assim contemplar os objetivos de forma mais abrangente. A geração dos dados fez-se a partir de questionário online enviado aos municípios da região pesquisada e dados do censo escolar disponibilizados pelo MEC através do site oficial do INEP, “microdados de 2021” e Sinopse – estatística da educação básica 2022”. Como resultado, encontramos uma diversidade de realidades, sendo que alguns municípios cumprem com as conformidades das leis e normas vigentes, porém não todos.

Este artigo objetiva apresentar proposições para a organização do trabalho pedagógico com arte e literatura na educação infantil como possibilidade para uma educação inclusiva. Com amparo nos fundamentos teórico-metodológicos da Teoria Histórico-Cultural, reflete-se sobre a Educação Inclusiva no Brasil e tecem-se algumas considerações que apresentam as intervenções pedagógicas com arte e literatura, capazes de promover o desenvolvimento das funções psicológicas superiores e a aprendizagem de todas as crianças. O presente estudo, de delineamento bibliográfico, permitiu concluir que a formação contínua de professores em uma perspectiva humanizadora é essencial para impulsionar o desenvolvimento artístico e literário de professores e crianças, bem como promover uma educação infantil inclusiva. O estudo está vinculado a realizações desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Infantil Inclusiva (GEEII-UEM-PR) e pelo Mestrado Profissional em Educação Inclusiva (PROFEI).

Trata-se de uma análise sobre a Formação Contínua de Professores na Educação Infantil considerando os aspectos históricos da política educacional para essa formação de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988. Objetiva-se a comprovação da hipótese de que estudos e ações empreendidos de forma contínua podem se configurar como estratégia de desenvolvimento dos trabalhos pedagógicos por intermédio de uma investigação qualitativa, de caráter bibliográfico e documental na legislação nacional, em livros e em artigos científicos. Almeja-se, portanto, compreender historicamente a Formação Contínua de Professores em Educação Infantil e sua função estratégica para o desenvolvimento de professores e crianças. O fundamento teórico metodológico que conduziu este estudo foi o materialismo histórico e dialético, especificamente as elaborações de Marx (2017), Antunes (2013; 2015), Antunes e Mészáros (2006) e Chaves (2011; 2019). Destaca-se que a investigação sobre formação docente é uma das ações realizadas pelo Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Infantil Inclusiva (GEEII), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e que esta pesquisa é um desdobramento dos trabalhos desenvolvidos vinculados a esse grupo.

Este artigo objetiva identificar o ensino da Dança na Educação Infantil, tendo como base a Teoria Histórico-Cultural, orientada pela questão principal: os momentos festivos com as crianças têm sido para o máximo desenvolvimento infantil? Essa indagação conduz ao objetivo geral: identificar como ocorre o ensino da Dança para as crianças em festividades juninas. Mediante pesquisa bibliográfica, buscamos identificar “se” e “como” a Dança se apresenta nos documentos Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018) e Referencial Curricular do Paraná: princípios, direitos e orientações (Paraná, 2018), com a finalidade de constatar se mencionam as comemorações escolares. Amparado aos estudos, apresentamos o recurso didático Caixa que Conta História para o ensino da Arte, da Literatura Infantil e da Dança em festividades juninas, para o máximo desenvolvimento das crianças, na perspectiva de uma educação humanizadora. Por fim, conclui-se que as conduções didáticas e as realizações das crianças devem ser ricas de sentido e significado, comunicação

O artigo tem como objetivo discutir a Literatura Infantil em sua tríplice função de estratégia, conteúdo e recurso didático-pedagógico, conforme proposto por Chaves (2011). A pesquisa norteou-se a partir da seguinte questão: Como é possível realizar práticas pedagógicas humanizadoras com os expoentes da Literatura Infantil concebida como história, música e poesia? Teve como base os princípios da Ciência da História expressos nos fundamentos da Teoria Histórico-Cultural. Realizou-se um estudo bibliográfico com desdobramento em Formação de Professores, organizada no âmbito do Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Infantil Inclusiva – GEEII, realizada no estado de Rondônia, em dois municípios, quais sejam: Monte Negro e Itapuã do Oeste, no ano de 2018, sob a coordenação da Professora Doutora Marta Chaves, da Universidade Estadual de Maringá – UEM. Como resultados dos estudos e vivências, constataram-se ricas possibilidades de abordagem da Literatura Infantil como instrumentalização do trabalho docente no sentido de promover o máximo desenvolvimento de crianças e escolares.

Durante o período pandêmico, por decorrência do isolamento social, o contexto escolar foi afetado. Dentre as atividades que foram implicadas por essa realidade que se impôs, têm-se as práticas de leitura. Assim, considerando os artigos científicos produzidos na área da Educação, questiona-se: de que maneira esses trabalhos perceberam e analisaram as práticas de leitura desenvolvidas na Escola da Infância em tempos de pandemia de covid-19? O objetivo é buscar compreender como as práticas de leitura foram trabalhadas na Escola da Infância no contexto da pandemia de covid-19, tendo como parâmetro os dados obtidos em artigos científicos publicados entre 2020-2022, compreendendo o período de calamidade pública decorrente da pandemia de coronavírus, localizados no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), utilizando os marcadores: “Leitura”; “Práticas de Leitura”; “Educação Infantil” e “Anos Iniciais do Ensino Fundamental”. O procedimento metodológico adotado para esta investigação foi a pesquisa bibliográfica com tratamento qualitativo dos dados. Os resultados mostraram que as práticas de leitura no ensino remoto foram: uso de gêneros literários distintos, brincadeiras, contação de história via meet e por meio de transmissões no aplicativo Facebook, leitura de deleite etc., visando estimular a imaginação e a ludicidade no universo da Escola da Infância. Entretanto, os resultados são incipientes, devido ao baixo número de publicações, por isso, ainda há a necessidade de investigar mais sobre as estratégias adotadas nesse período.

Este trabalho é proveniente de uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo analisar os enunciados presentes em vídeos publicados no Youtube sobre a brincadeira na educação infantil. Buscou-se identificar o que está sendo produzido sobre a brincadeira em vídeos publicados no Youtube, refletindo sobre as concepções contidas nas falas dos apresentadores dos vídeos, além de verificar os apontamentos sobre o papel dos professores na brincadeira. Os pressupostos teóricos do estudo estão fundamentados em Vigotski (2008, 2010); Elkonin (2009); Leontiev (1978) que trazem discussões sobre a brincadeira como atividade guia do desenvolvimento da criança em idade pré-escolar. Por meio da pesquisa realizada na plataforma do Youtube, foram selecionados para análise 28 vídeos delimitados conforme os seguintes critérios: 1) vídeos da área da educação destinados a professores; 2) vídeos que não ultrapassassem 30 minutos de duração. Os resultados revelam as diferentes concepções sobre a brincadeira. Alguns consideram-na como atividade que contribui para o ensino de conteúdos, enquanto outras destacam a importância da brincadeira livre para o pleno desenvolvimento infantil. Os vídeos também apontam a importância do papel dos professores para o desenvolvimento do brincar, enfatizando práticas como: a observação, a organização dos espaços onde se brinca e o planejamento.

Apesar da presença da temática da identidade e diferença em pesquisas sobre educação no contexto brasileiro, carece o aprofundamento destes conceitos vinculados a figura do “homem” professor na Educação Infantil. Por conta dessa herança histórico-cultural, “homens” inseridos neste exercício profissional encontram dificuldades singulares, como o estranhamento pela escolha da profissão, associação a pedofilia, questionamentos diante da orientação sexual, olhares de suspeita e o preconceito. Assim, o objetivo é mencionar as experiências no percurso de atuação profissional de um professor “homem” na Educação Infantil por meio da autoetnografia tecendo considerações sobre os conceitos de identidade e diferenças associados a estes professores.

Resumo Objetivo Analisar se um curso de capacitação sobre o desenvolvimento da comunicação na primeira infância tem impacto positivo no conhecimento de profissionais da educação infantil e verificar a percepção dos participantes sobre o curso. Método Estudo longitudinal conduzido em ambiente virtual entre setembro de 2021 e dezembro de 2022. No total, participaram 91 profissionais da educação infantil que concluíram um curso de capacitação. O curso consistiu em três módulos sobre desenvolvimento da comunicação na primeira infância, ofertados por meio da plataforma Google Classroom, com uma carga horária total de 50 horas distribuídas ao longo de quatro meses. Os participantes responderam um questionário composto por 20 itens relacionados aos temas abordados antes de iniciar o curso, imediatamente após a conclusão e seis meses após o término. Para cada questão respondida corretamente foi atribuído 1 ponto. A análise dos dados foi conduzida por meio de uma abordagem descritiva e inferencial, sendo a comparação do total de acertos nos três momentos realizada por meio da ANOVA de Friedman, com nível de significância de 5%. Resultados Tanto a análise dos acertos de cada item do questionário, quanto a pontuação geral revelou aumento gradual entre os três momentos. A percepção dos participantes sobre o curso teve alto índice de satisfação. Conclusão Os participantes demonstraram aumento no número de acertos no questionário nos momentos pré e pós curso de capacitação, o que sugere maior conhecimento sobre o desenvolvimento da comunicação na primeira infância tanto imediatamente após sua conclusão, quanto após seis meses.

Este artigo apresenta propostas de diretrizes e metas para o Plano Nacional de Educação 2025-2035, objetivando a inserção da oferta de língua inglesa no ensino fundamental I. A crescente oferta de inglês nos anos iniciais em contextos públicos, especificamente por meio das secretarias municipais de educação, motivou o desenvolvimento de um projeto de pesquisa que mapeou a oferta do idioma em quatro estados brasileiros. Os dados desse projeto são utilizados para subsidiar as propostas, que têm como principais eixos a promoção do letramento em avaliação de línguas e a avaliação orientada para a aprendizagem. Entendemos que esses eixos têm potencial para exercer grande impacto no ensino e na aprendizagem da língua inglesa e se alinham à proposta de avaliação formativa preconizada pela Base Nacional Comum Curricular.

A partir dos Estudos de Gênero e da Sociologia da Infância, o artigo busca compreender e analisar as estratégias que as crianças estabelecem para lidar com os scripts de gênero que lhes são endereçados no cotidiano da educação infantil. Os resultados da análise mostram que elas buscam modos mais plurais de vivenciar suas experiências como meninas e meninos, ainda que sejam educadas a partir de concepções binárias que tentam impor um reiterado governo dos corpos infantis. A pesquisa, de inspiração etnográfica, foi desenvolvida a partir da observação participante com crianças de quatro anos de idade em uma escola pública de educação infantil na Região Metropolitana de Porto Alegre/RS/Brasil.

Resumo O artigo apresenta um mapeamento dos Grupos de Pesquisa que estudam a Educação Infantil do Campo e encontram-se cadastrados no CNPq. O interesse pela temática surgiu ao se constatar que a única pesquisa nacional sobre a Educação Infantil do Campo e a caracterização das práticas educativas com crianças de 0 a 6 anos de idade residentes em área rural no Brasil foi finalizada em 2012. Neste texto, emprega-se a metodologia de levantamento bibliográfico. Os resultados mostram que são poucos os grupos de pesquisa voltados para a Educação Infantil do Campo. Há a necessidade de estudos que priorizem as marcas, os espaços, as vivências de uma criança habitante do campo e a formação de professores para a Educação Infantil do/no Campo.

Este artigo aborda o lugar do/a professor/a de Educação Infantil, de modo a destacar as motivações da escolha profissional, as dificuldades e as diversas relações estabelecidas entre colegas, família e órgãos reguladores oficiais da Educação. Trata ainda do papel do ambiente e de suas possíveis interferências, ofertando ou não, a sustentação necessária ao cumprimento das tarefas inerentes aos/às educadores/as. Para explanação do tema, foi utilizada a teoria winnicottiana, contribuições de alguns autores que se referem à Educação, bem como excertos de entrevistas realizadas com cinco educadoras de um Centro de Educação Infantil (CEI) da Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP). O/a professor/a ocupa o centro da discussão, na medida em que pode, a partir de cuidados adequados dirigidos à criança, interferir na constituição subjetiva e, assim, prevenir riscos e promover saúde.

Este artigo é um recorte da dissertação de mestrado defendida em 2023 que teve o objetivo de compreender as significações construídas pelas crianças acerca dos modos de ser menino e ser menina existentes entre personagens em algumas histórias de literatura infantil que adotam uma perspectiva contra-hegemônica acerca de gênero. O estudo teve como metodologia a pesquisa qualitativo-etnográfica com crianças e construcionista social. Para a fundamentação teórica, foram utilizados autores como Candido (2011); Corsaro (2005); Fernandes (2016); Machado (2018, 2021, 2023); Vianna e Finco (2009). Foi possível identificar através deste estudo que as identidades de gênero ainda estão presentes em nossa sociedade como forma de diferenciar e controlar os corpos de meninos e meninas nas escolas de Educação Infantil.

Este artigo tem como objetivo evidenciar os debates e posicionamentos dos pesquisadores associados ao Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (Mieib) sobre a Educação Infantil do Campo, no período de 2008 a 2019, por meio do mapeamento de produções disponíveis no site oficial do movimento. O interesse pelo movimento se justifica por ser uma importante organização autônoma, em defesa da Educação Infantil em suas diversas dimensões. Além disso, a temática surgiu também da importância de dar visibilidade às crianças e infâncias do campo, questão que tem se destacado nos últimos anos, especialmente depois da garantia do direito à educação pela Constituição Federal de 1988 e Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em uma análise crítica e dialética e com uso de entrevistas. Além disso, apoia-se nas reflexões e estudos de Antonio Gramsci sobre a sociedade civil. Como resultado, identificou-se que o site agrega debates relacionados à Educação do Campo, aos movimentos sociais e a outras questões; mas ainda são poucos os estudos e pesquisa referentes à Educação Infantil do/no Campo e, quando aparecem, encontram-se imersos em pautas gerais da Educação Infantil. Sendo assim, ainda é tímido o debate sobre a Educação Infantil do Campo, apesar do Mieib apresentar um posicionamento comprometido com as crianças e as infâncias residentes em diversos contextos.

O presente artigo descreve uma pesquisa qualitativa realizadas com três crianças, duas da Educação Infantil e outra do 2º ano do Ensino Fundamental, da Escola X. O objetivo é descrever e analisar sobre a resposta das crianças quanto a comparação e a classificação de diferentes elementos, usando bolas e os Blocos Lógicos. O texto discorre sobre a Educação de Surdos e a Educação Matemática, descrevendo as atividades aplicadas com as crianças, que abordaram conceitos de comparação, classificação e seriação, e ainda, tamanho, quantidade e forma. Os dados foram produzidos e coletados a partir de filmagens. Como resultados destacam-se: as crianças apresentaram resultados semelhantes de raciocínio, o uso da Libras como forma de comunicação facilitou o processo e a comparação foi realizada considerando apenas um critério por vez.

RESUMO: Este estudo compara os contextos físicos, sociais e a prática pedagógica da Educação Infantil com a do Ensino Fundamental e levanta suas respectivas implicações para a inclusão das crianças. Participaram desta pesquisa dois estudantes com deficiência matriculados no último ano da Educação Infantil, comparados com outros dois estudantes com deficiência do Ensino Fundamental. Configura-se uma pesquisa descritiva de cunho quantitativo. O método baseou-se na etologia. Os resultados indicam que, na Educação Infantil, houve altos índices de interação social, variabilidade na utilização de espaços, maior tempo em atividades corporais e o direcionamento da prática pedagógica voltada à interação. Já no Ensino Fundamental, os alunos apresentaram relativo grau de autonomia, mas ainda muito condicionado ao conteúdo.

Resumo: Discute-se o atual currículo-base da educação infantil boliviana denominado Programa de Estudio Educación Inicial en Familia Comunitaria Escolarizada, sua organização geral e, em especial, como a matemática é nele desenvolvida. As discussões foram amparadas nos estudos realizados por autoras/es cujos estudos versam sobre as temáticas descoloniais e a matemática na educação infantil. O currículo é descrito pela legislação como um instrumento descolonizador e libertador, por articular a cultura local com a participação da sociedade, na tomada de decisões nas políticas educacionais. A educação matemática articulada no currículo destaca, por meio das temáticas orientadoras, aspectos da intraculturalidade e da interculturalidade, criando possibilidades para que os saberes da família e da comunidade sejam reconhecidos. Isso permite o diálogo entre culturas, garantindo a visibilidade e o intercâmbio de outras lógicas epistêmicas, contribuindo para a construção de um pensamento descolonial.

RESUMO: No início do século XX, intensificaram-se as pesquisas relacionadas ao desenvolvimento infantil. Helena Antipoff (1892-1974) foi uma pesquisadora e professora que dedicou seus estudos a esse tema, principalmente no que se refere ao desenvolvimento das crianças nomeadas na época como “anormais”. Um dos instrumentos elaborados por ela foi a Ficha de Observação do Desenvolvimento Mental da Criança, em 1939. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sugere uma avaliação da condição do sujeito baseada nos aspectos biológicos, psíquicos e sociais, em contraposição a uma avaliação baseada somente no critério da doença ou da incapacidade. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi resgatar a Ficha de Observação proposta por Helena Antipoff e compará-la à CIF, utilizando os guias recomendados por Alarcos Cieza e colaboradores. Os resultados apontam que a maioria dos itens da ficha puderam ser codificados e relacionados à CIF, pois os itens da ficha de Antipoff buscam também avaliar, de forma associada, funções do corpo, atividade e participação, podendo ser utilizados como instrumento de avaliação prévia da criança, devendo, ainda, serem atualizados com uma nomenclatura mais atual, baseada na nomenclatura empregada na CIF.