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'Ele não vai ficar aqui, né?': o masculino não vai ao berçário

Authors :
Rudá Morais Gandin
Alexandra Coelho Pena
Source :
Zero-a-seis, Vol 26, Iss 49 (2024)
Publication Year :
2024
Publisher :
Universidade Federal de Santa Catarina, 2024.

Abstract

A predominância de mulheres como docentes em creches, muito provavelmente por ocasião da relação que se instituiu entre cuidar e educar como qualidades privativas desse gênero, tem permitido o estabelecimento de múltiplas interrogações acerca da reiterada ausência do masculino nesses espaços. Em razão desse cenário, objetiva-se, no presente artigo, dar uma explicação ao processo de contenção que se emprega ao masculino quanto a sua atuação na educação infantil, mais especificamente no trabalho com bebês em creches. A partir da análise do relato de um dos autores sobre sua experiência na creche, aciona-se as noções de interdição implícita e interdição explícita para compreender o fenômeno de distanciamento do masculino dos berçários. Conclui-se que, embora seja preciso compromisso e seriedade com os sentimentos, expressões a aprendizados dos bebês, a fim de exercer um bom trabalho em turmas de berçário, o masculino é reiteradamente interditado a desempenhá-lo, pois regularmente são evocadas qualidades supostamente do feminino como ingredientes para atuar em creches, como sensibilidade, cuidado e atenção.

Details

Language :
Portuguese
ISSN :
19804512
Volume :
26
Issue :
49
Database :
Directory of Open Access Journals
Journal :
Zero-a-seis
Publication Type :
Academic Journal
Accession number :
edsdoj.25cffd6954fe47af981ceecd6798b880
Document Type :
article
Full Text :
https://doi.org/10.5007/1980-4512.2024.e95942