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Voltaire découvre d’abord une défense de l’optimisme dans l’Essai sur l’homme d’Alexander Pope et c’est cet ouvrage qui est au centre du Poème sur le désastre de Lisbonne. Mais l’optimisme de Pope, pour qui le mal est apparent, est très éloigné de celui de Leibniz pour qui le mal est réel. Or Voltaire possède une connaissance précise de la philosophie de Leibniz, dont certains aspects lui semblent « extraordinaires » et qui lui semble conduire au fatalisme. C’est surtout la méthode qu’il condamne : elle vise trop haut. Dans Candide, c’est l’optimisme leibnizien qui est visé. Le conte le soumet à une épreuve expérimentale en faisant passer les personnages d’un monde à l’autre. C’est donc le concept leibnizien de « monde possible » qui fournit le cadre de l’expérience. Il résulte de ce test que l’optimisme n’est ni prouvable ni falsifiable par les faits, ce qui suffit à le discréditer. Voltaire first discovers the defence of optimism in the Essay on Man by Alexander Pope, the work that we can find at the very centre of the Poem on the Lisbon Disaster. But Pope’s optimism, for whom evil is apparent, is far away from that of Leibniz’s for whom evil is real. Yet, Voltaire has a precise knowledge of Leibniz’s philosophy, and considers some aspects of it as “extraordinary” that seem to lead to fatalism. He condemns the method in particular: it aims too high. In Candide, it is the Leibnizian optimism that is targeted. In the tale the hero undergoes an experimental test that passes the characters from one world to another. So it is the concept of Leibniz’s “possible world” that provides the framework for the experiment. The result of the test is that optimism is neither provable nor falsifiable by facts, which is enough to discredit it. Voltaire descobriu pela primeira vez uma defesa do optimismo no Ensaio sobre o Homem de Alexander Pope, e é esta obra que está no centro do Poema sobre o Desastre de Lisboa. Mas o optimismo de Pope, para quem o mal é aparente, está muito longe do de Leibniz, para quem o mal é real. Voltaire tem um conhecimento preciso da filosofia de Leibniz, e alguns aspectos lhe parecem 'extraordinários' e parecem levar ao fatalismo. O que ele condena é sobretudo o método: visa demasiado alto. Em Cândido, o que é visado é o optimismo Leibniziano. O conto põe-no à prova experimental ao mover as personagens de um mundo para outro. O conceito Leibniziano do "mundo possível" fornece assim o enquadramento para a experiência. O resultado deste teste é que o optimismo não é provável nem falsificável por factos, o que é suficiente para o desacreditar.

Robert Horville étudie, en les comparant, quatre mises en écrit de la catastrophe de 1755 : la lettre de Miguel Tiberio Pedegache, correspondant à Lisbonne du Journal étranger, datée du 11 novembre 1755, dix jours après l’événement ; le Poème sur le désastre de Lisbonne de Voltaire, publié au début de 1756 ; les chapitres V à IX de Candide ; enfin la lettre sur la Providence adressée par Jean-Jacques Rousseau à Voltaire le 18 août 1756. La première offre le récit d’un témoin soucieux de rapporter les faits avec exactitude et de brosser un tableau saisissant de la destruction de la ville et des souffrances de la population. Les deux écrits de Voltaire, distants de quelques années, se distinguent par le style, pathétique dans le premier, ironique et distancié dans le second, et par la nature des thèses « optimistes » mises en question dans le poème, et ridiculisées dans le conte. Répondant au poème de Voltaire, Rousseau en retourne l’argumentation dans sa Lettre, et propose une lecture « providentialiste » du désastre adossée à sa critique des dérèglements de la civilisation. In his paper R. Horville studies and compares four pieces of writing concerned with the catastrophe of 1755: a letter from Miguel Tiberio Pedegache, correspondent in Lisbon of the Journal étranger, dated from November 11 1755, ten days after the event; Voltaire’s Poem on the disaster of Lisbon, published at the beginning of the year 1756; chapters V to IX of Candid; and finally the Letter on Providence addressed to Voltaire by J-J. Rousseau on the 18th of August 1756. The first offers the narration of a witness anxious to accurately report the facts and to paint a gripping picture of the destruction of the city and the sufferings of its inhabitants. Voltaire’s two works, separated from each other by a few years, differ in their style, pathetic in the first, ironic and distanced in the second, and in the nature of the “optimistic” theories challenged in the poem, and ridiculed in the novel. In a critical answer to Voltaire’s Poem, Rousseau, in his Letter, turns the argument upside down and puts forward a “providentialistic” reading of the disaster, buttressed by his criticism of the dissoluteness of civilisation. Robert Horville compara quatro relatos escritos da catástrofe de 1755: a carta de Miguel Tiberio Pedegache, correspondente de Lisboa da revista Journal étranger, datada de 11 de Novembro de 1755, dez dias após o evento; o Poema sobre o desastre de Lisboa de Voltaire, publicado no início de 1756; os capítulos V a IX de Cândido; e a carta de Jean-Jacques Rousseau a Voltaire sobre a Providência de 18 de Agosto de 1756. O primeiro é o relato de uma testemunha ansiosa por relatar os factos com precisão e pintar um quadro vívido da destruição da cidade e do sofrimento da população. Os dois escritos de Voltaire, escritos com alguns anos de intervalo, diferem em estilo – patético no primeiro, irónico e distanciado no segundo – e na natureza das teses 'optimistas' contestadas no poema e ridicularizadas no conto. Em resposta ao poema de Voltaire, Rousseau vira o argumento de cabeça na sua Carta, e propõe uma leitura "providencialista" da catástrofe com base nas suas críticas aos desarranjos da civilização.