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A presença das mulheres na ciência é um tema atual e relevante, uma vez que ainda há desigualdades de gênero nesse campo de atuação. Nesse sentido, esse estudo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica com uma abordagem qualitativa utilizando um apanhado de informações, com o objetivo de resgatar a história dessas mulheres e suas contribuições para a ciência, além de refletir sobre as barreiras enfrentadas em suas carreiras devido ao preconceito de gênero. A fim de apresentar a importância de se discutir a presença das mulheres na ciência, uma vez que historicamente elas foram excluídas desse campo. Apesar das barreiras, muitas mulheres cientistas fizeram importantes descobertas e avanços em diversas áreas do conhecimento. Sendo fundamental valorizar essas histórias para inspirar novas gerações de mulheres a se envolverem na ciência e promover a equidade de gênero no campo.

Neste artigo, investigamos as percepções públicas acerca do filme Radioactive, baseado na trajetória da cientista Marie Skłodowska-Curie. Por meio da análise de conteúdo, examinamos as conversações sobre a obra na rede social Twitter, identificando três principais aspectos: cinematográficos, científicos e de gênero. Esses eixos apareceram de maneira proporcional e interligada, reforçando o potencial do longa-metragem para promover a divulgação científica e o debate das problemáticas sociais que atravessam a ciência. Destacou-se, também, a exaltação de Marie Curie enquanto mulher cientista, demonstrando que as desigualdades de gênero no campo foram discutidas não somente atreladas a seu tempo histórico, mas ao contemporâneo.

As mulheres sempre desempenharam um papel crucial ao longo da História da Ciência, muito embora pouquíssimas vezes tenham recebido o merecido destaque por suas brilhantes realizações, geralmente ofuscadas em ambientes cercados por um paradigma machista, que as condenava à restrição de oportunidades, precárias condições de trabalho, humilhações e falta de reconhecimento. Mesmo assim, deixaram um inestimável legado que precisa sempre ser amplamente divulgado e incorporado à alfabetização científica na Educação Básica. Além de uma retrospectiva histórica sobre grandes mulheres cientistas, o presente artigo traz relatos de vivências em sala de aula, nas quais constatou-se que a visibilidade do papel feminino na História da Ciência, infelizmente, ainda é muito precária, sendo essencial que os professores recebam uma formação que lhes permita trabalhar a temática “Mulheres na Ciência”, correlacionando os contextos histórico, social e cultural em que essas cientistas tão importantes viveram.

O estereótipo do/a cientista, baseado em uma perspectiva eurocêntrica, inferioriza e invisibiliza as mulheres, especialmente mulheres negras, reforçando desigualdades de gênero e raça. A falta de representatividade desencoraja estudantes desses grupos a seguir carreiras científicas e, de igual modo, a divisão sexual do trabalho é um fator crucial de exclusão e sobrecarrega de mulheres negras, afetando suas escolhas profissionais e suas vidas familiares. A pesquisa se ancora nas narrativas de estudantes negras de Licenciatura em Física de um instituto federal brasileiro, buscando identificar discriminações enfrentadas ao longo de seus percursos formativos. A metodologia segue uma abordagem qualitativa, tendo como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. As narrativas revelam a persistência de discriminações de gênero e raciais nas Ciências Exatas, especialmente contra mulheres negras. Vemos a necessidade de ações para reduzir tais discriminações e proporcionar uma educação inclusiva, longe de quaisquer estereótipos e segregação.

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O presente artigo aborda a sub-representação de mulheres na Ciência e a importância da formação docente para uma prática reflexiva que contribua com a igualdade no âmbito científico. Tem como corpus 24 relatos reflexivos de professores de Ciências Naturais atuantes nos Anos Finais do Ensino Fundamental em escolas das redes pública e privada de Educação Básica no Brasil. Esses sujeitos participaram on-line, em 2021, do Curso de Formação para professores Menina Ciência – Ciência Menina, realizado pela Universidade Federal do ABC, que versava discussões sobre mulheres cientistas no contexto escolar. O objetivo desta pesquisa é destacar as perspectivas desses sujeitos relacionadas à prática docente e à inserção de mulheres na Ciência. De caráter qualitativo, foram analisados, sob a ótica da Análise Textual Discursiva, 24 relatos reflexivos elaborados pelos cursistas. Os resultados apontam a importância dos processos formativos e da reflexão sobre a prática docente para o desenvolvimento do ensino de Ciências mais igualitário.

Este artigo investiga a trajetória e as contribuições de Neusa Amato para a física brasileira em diálogo com os estudos de gênero e ciência. Neusa Amato, uma das pioneiras na pesquisa com emulsões nucleares no Brasil, teve um papel fundamental na institucionalização da física no país, especialmente no estudo de raios cósmicos e física de partículas. Utilizando uma metodologia baseada em levantamento de literatura secundária, bem como uma entrevista concedida por Neusa ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), construímos uma narrativa histórica que destaca a importância de suas publicações e sua liderança no Laboratório de Emulsões Nucleares do CBPF e na Colaboração Brasil-Japão (CBJ). A análise também enfoca os desafios enfrentados por Neusa como mulher cientista em um campo dominado por homens, sublinhando as barreiras de gênero que marcaram sua carreira. Este trabalho contribui para uma historiografia da ciência no Brasil ao trazer à luz a relevância das contribuições de Neusa Amato para a institucionalização da física brasileira.

Este artigo busca identificar e caracterizar a presença e participação de mulheres no início do curso de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Para isso, recorreu-se ao gênero como categoria de análise e à contemporânea historiografia da ciência a fim de compreender seu contexto e vivências. A investigação se concentrou em arquivos públicos do estado de São Paulo e nos anuários da faculdade, os quais forneceram dados sobre alunas e funcionárias no curso desde 1935, dentre as quais se destacaram Jandyra França e Elly Bauer. Ambas contribuíram efetivamente para a implementação e manutenção das atividades de ensino, pesquisa e administração do departamento.

Iniciativas que promovem a inserção de jovens meninas nas áreas de ciências por meio de ações em escolas, museus de ciência e universidades vêm sendo desenvolvidas no país, resultantes de investimentos realizados por órgãos de fomento públicos e privados nos últimos dez anos. Neste artigo, apresentamos um projeto desenvolvido em cooperação entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro - campus Duque de Caxias e o Museu Ciência e Vida, no território onde eles se encontram. O projeto contempla um conjunto de atividades tais como oficinas de física, química e nanotecnologia na Universidade, encontros com pesquisadoras no museu e exibição de exposições conjugadas com mesa-redonda composta por pesquisadoras convidadas, nas escolas. Essas mesas-redondas suscitaram discussões acerca das mulheres nas ciências exatas e áreas afins, e constituem o objeto desta pesquisa. As perguntas feitas às pesquisadoras durante esses encontros foram examinadas, posteriormente, por meio da técnica de análise de conteúdo na perspectiva indutiva. Os resultados evidenciam a importância de exemplos de mulheres que tenham construído carreiras nas ciências exatas para a percepção de que esses espaços podem ser ocupados pelas alunas, futuramente. As participantes se mostraram curiosas sobre o universo apresentado e interessadas na discussão sobre mulheres na ciência. Paralelamente, promover o encontro das jovens estudantes com outras jovens de Duque de Caxias que estão se sobressaindo em suas carreiras de ciência parece contribuir para que as jovens participantes do projeto se vissem, em certa medida, representadas, estimulando o senso de pertencimento às carreiras científicas.

Este texto apresenta uma breve análise sobre a história das mulheres na Ciência e na Astronomia e destaca algumas contribuições para a formulação da composição química estelar, fundamentada no século passado, no qual a história frequentemente apresentada omite os percalços enfrentados por elas. O objetivo é analisar historicamente como a condição de ser mulher transpassou a evolução e construção do fenômeno estelar com o trabalho das cientistas, e como atravessou a história dentro dos limites temporais da época, principalmente em relação aos estudos de Cecilia Payne. Constitui-se em uma investigação de caráter qualitativo, tendo a análise bibliográfica como procedimento metodológico, a fim de estabelecer relações de aproximação com o objeto em estudo e as fontes bibliográficas. Os resultados reverberam que Cecilia Payne realizou pesquisas importantes na área da Astronomia, destacando-se pelos estudos de evolução e composição estelar. A majestosa repercussão de sua tese de doutorado não lhe trouxe reconhecimento profissional, por ser mulher, e devido às dificuldades enfrentadas durante sua vida acadêmica e profissional, constituiu-se em um grande destaque da luta das mulheres no meio científico.

A Astronomia e a Astronáutica são ramos da Ciência que desvendam os mistérios do espaço e as formas de chegarmos até lá. Contudo, para as mulheres, as oportunidades de participar da ciência, de forma geral, são limitadas e pouco divulgadas. Desta forma, este artigo tem como objetivo identificar as contribuições de mulheres brasileiras na Astronomia e na Astronáutica, a partir de tal inquietação: qual é a participação de mulheres brasileiras na Astronomia e na Astronáutica? A fim de responder esse questionamento, foi realizado uma pesquisa qualitativa, seguindo os pressupostos metodológicos da Pesquisa Qualitativa Descritiva. Como resultados, observou-se que a Astronomia e Astronáutica brasileira feita por mulheres é gigante, e as suas contribuições merecem o reconhecimento devido, bem como terem uma divulgação ampla para inspirar meninas e mulheres a seguirem carreiras científicas.

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A partir da perspectiva teórico-metodológica que considera o gênero, a concepção tradicional da neutralidade e da objetividade científicas são fortes pontos de inflexão, uma vez que estes valores têm também forte ancoragem em determinado ponto de vista. A imbricação entre feminismo e ciência promove, por exemplo, o maior interesse em construir saberes socialmente situados, isto é, aqueles que recorrem à história, as relações sociais e ao mundo para melhor compreender os fenômenos que analisam. Dessa ótica, as experiências e vivências dos sujeitos são mais fontes que obstáculos no processo científico e corroboram na promoção de uma perspectiva científica mais crítica. Desse modo, a "epistemologia do ponto de vista" (HARDING, 1993) procura, portanto, revisar as bases teóricas e epistemológicas nas quais determinado pensamento científico surge e, em vista disso, promover a compreensão de que pontos antes considerados marginais também participam das normas da pesquisa. Nesse sentido, partindo do pressuposto de que a historiografia linguística "tem como objeto a história dos processos de produção e de recepção das ideias linguísticas e das práticas delas decorrentes" (ALTMAN, 2012), pretendemos com esta pesquisa exercitar a reflexão científica a partir de outro ponto de vista sobre um mesmo objeto. Com base numa perspectiva feminina, pretendemos não salientar somente os grandes destaques da disciplina no Brasil, mas recolocar as mulheres nesta história. Essa proposta está assentada na constatação de que a literatura disponível sobre o tema, com este recorte específico, ainda não é suficiente no Brasil e que, apesar da diversidade e do pluralismo serem fundamentais na ciência, esses mesmos valores não são frequentemente observados quando sua historiografia é desenvolvida., Nosso objetivo não é questionar a relevância das pesquisas que homens desenvolveram na Linguística brasileira, nem contrariar o trabalho historiográfico que foi desenvolvido até o momento. Nosso olhar científico está mais direcionado na constatação do "aumento do interesse tanto em historiografia linguística, quanto nas condição das mulheres" (FALK, 1999) e na possibilidade da construção de uma historiografia linguística feminina no Brasil, que reposicione as mulheres, pesquisadoras e professoras, que participaram, e ainda participam ativamente dos movimentos científicos e do desenvolvimento da disciplina no país.

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Este estudo buscou discutir sexismo e racismo na Ciência/Química através de uma sequência didática com estudantes de uma escola pública de Ensino Médio localizada em Juazeiro do Norte/CE, para evidenciar o papel das mulheres nesse espaço, fomentando um ensino de Química menos racista, machista e sexista. A sequência didática foi organizada em três momentos, com duração de 50 minutos cada, envolvendo a participação de 27 estudantes. Para a geração dos dados foram utilizados dois questionários com a turma, no início e no final da atividade, além do diário de campo. A atividade revelou que os(as) estudantes possuíam uma concepção caricata e reducionista da figura de cientista, não considerando a possibilidade de mulheres, sobretudo negras, na produção do conhecimento científico e tecnológico. Aliado à experimentação, a sequência didática buscou promover um ensino de Química socialmente contextualizado, possibilitando uma outra visão entre os(as) estudantes sobre ser cientista.

Desde a década de 1980 há uma intricada controvérsia com respeito à participação de Mileva Maric, a primeira esposa de Albert Einstein, na produção dos trabalhos acadêmicos publicados pelo marido no período entre 1901 e 1905. Este artigo se propõe a discutir a participação que Mileva teve na produção desses trabalhos. Para isso, a apresentação do episódio histórico é acompanhada por interpretações encontradas na literatura, de acordo com as quais Mileva pode ser vista como uma “caixa de ressonância” que não contribuiu com ideias próprias, ou como uma importante co-autora eclipsada pelo machismo dominante naquela época. Além de discutir a participação de Mileva na elaboração desses trabalhos, aproveitamos para incorporar contribuições oriundas dos estudos de gênero sobre a análise de episódios históricos como esse. Com esse respeito, discutimos obstáculos presentes na trajetória de mulheres cientistas como Mileva, problematizando como o discurso meritocrático pode ser utilizado como instrumento para desmerecer discussões sobre a iniquidade de gênero nas ciências. Os pontos levantados destacam a importância de que pesquisas sobre a história da ciência evitem armadilhas que contribuam para perpetuar esse cenário de iniquidade com relação ao gênero.

O presente texto tem por objetivo apresentar um breve histórico da luta das mulheres numa seara tão difícil como é o ambiente laboral na Ciência. Algumas lutas e nomes serão explorados, bem como algumas questões legais ligadas ao tema do protagonismo feminino. O aumento desse protagonismo também será discutido, além da discussão dos espaços sociais dicotomizados e naturalizados por um raciocínio masculino que impactam especialmente as áreas da Física e das Engenharias. É ressaltado o fato de que as mulheres na esfera da ciência não são desobrigadas de suas responsabilidades como mães, com os cuidados da casa, persistindo aí uma divisão sexual do trabalho gerando uma jornada excessiva, o que acaba por desestimular o protagonismo necessário que vem ocorrendo, mas ainda desprovido de políticas públicas que o suporte e o catapulte para um patamar superior aos níveis atuais do mercado de trabalho. É necessário, pois, tomar como ponto de partida a continuação e o aprofundamento do debate quanto ao papel das mulheres no Direito do Trabalho, na Ciência e nos ambientes trabalhistas em geral.

Com o objetivo de dar visibilidade à atuação de mulheres na história da ciência, apresentamos um estudo de caso sobre a física canadense Harriet Brooks (1876-1933). Sob orientação de Ernest Rutherford, na Universidade McGill, ela investigou uma emanação advinda do elemento rádio que se comportava como um gás pesado. Seu estudo, descrito no artigo “O novo gás do rádio” (1901), teria contribuído para o entendimento de fenômenos ligados ao decaimento radioativo e se conecta ao processo de descoberta do elemento radônio. Além das produções científicas, o caso de Brooks permite explicitar questões de gênero que se colocam como obstáculos ao prosseguimento da carreira de mulheres cientistas.

Este artigo objetiva apresentar os resultados já obtidos com o projeto “Geociências — Substantivo Feminino: Meninas Geocientistas de São Francisco de Itabapoana”, que visa encantar as meninas e mulheres do município pelas geociências. Trata-se de um dos municípios que compõem o território do Projeto Geoparque Costões e Lagunas do Rio de Janeiro e se apoia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 5 (igualdade de gênero) e 4 (educação de qualidade). O projeto, financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, busca compartilhar o conhecimento existente sobre o meio físico local, de forma que amplie a compreensão do território por meio de pesquisas de campo, projetos educativos e de divulgação científica. Foram selecionadas 15 bolsistas jovens talentos de cinco escolas, orientadas por cinco professores bolsistas de treinamento e capacitação técnica e três bolsistas de iniciação científica, orientadas por pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro e Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Como resultados, podem ser destacados: realização de cursos de geologia geral para os professores municipais; oficina de minerais para os bolsistas; visitas de campo e laboratórios; desenvolvimento de projetos de monitoramento de sítios e levantamento geológico e hídrico; realização de entrevistas com moradores e coleta e análise de areias de praias, cordões litorâneos e rios; apresentação de trabalhos em eventos; entre outros. O andamento do projeto é divulgado nas redes sociais. Ao fim, será realizada uma feira de ciências para prestação de contas do projeto à população. Já se observa uma evolução positiva das jovens bolsistas em termos de interesse nas atividades de sala...

A história da Ciência tem mostrado que não são raros os episódios em que o trabalho de mulheres foi obscurecido ou até mesmo eliminado de registros. Pesquisas atuais mostram que apesar da participação de mulheres em núcleos de pesquisa e em publicações científicas ter aumentado significativamente, o sexismo ainda se mantém. Considerando essa problemática, gravamos em vídeo um conjunto de aulas envolvendo graduandos do curso de Licenciatura em Química em que o papel da mulher na Ciência emergiu nas discussões, a partir das histórias de Marie Curie e de Rosalind Franklin. A análise dessas aulas mostrou que a participação dos graduandos nesse tipo de discussão ainda é limitada e que posicionamentos mais claros e coerentes surgem entre aqueles que já tiveram a oportunidade de refletir sobre o assunto. Considerando que na sociedade, de maneira geral, o machismo e o sexismo ainda são corriqueiros, a escola tem um papel importante nessa discussão. Assim sendo, é fortemente indicado que os professores em formação sejam chamados a conhecer aspectos da Ciência que foram obscurecidos em função de resultados positivos das pesquisas e a refletir sobre o quanto ainda precisamos avançar na redução das desigualdades.

Equity, diversity and inclusion (EDI) in the workforce are paramount for the betterment of the scientific endeavor. Colombia is a country with great scientific potential, but also multiple long-lasting socioeconomical difficulties. Here, we provide a quantitative analysis of the temporal trajectories of gender parity in scientific publishing in Colombia. Data was dissected based on education level, researcher's rank and research area, in order to elucidate differential patterns of scientific publishing. We controlled for gender-based differences in number of researchers by quantifying per capita scientific productivity. Our results show widespread gender disparity in scientific publishing persistent across time. Gender-based differences in per capita scientific publishing indicate that gender disparity persists even after controlling for differences in the number of researchers. Temporal trajectories revealed a decrease in women publishing in the medical sciences and a widening of the per capita publishing gender gap. Women senior researchers and women researchers with doctoral degrees had the lowest publishing participation within their group, suggesting access to postgraduate education or entering the workforce in themselves do not prevent women from being underrepresented. We highlight the need to understand the problem of underrepresentation in science and possible ways to address it beyond increasing the number of women researchers. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

Historicamente, a Ciência tem discriminado, sub-representado e invisibilizado as mulheres, fato que desencoraja meninas a se engajarem na Ciência e contribui para as disparidades de gênero na sociedade. A Educação Científica também reflete esse padrão, pois nela observa-se despreparo das/os docentes para a identificação e para o trabalho com questões de gênero. Posto isso, o objetivo deste trabalho foi identificar, reunir e integrar elementos epistemológicos, axiológicos, didáticos e técnico-científicos para compor uma abordagem didática de formação inicial para docentes acerca de uma Educação Científica equitativa em gênero. A metodologia investigativa foi a abordagem da práxis metodológica e epistemológica. A base teórica foi elaborada a partir de diferentes campos científicos, como Biologia (FAUSTO-STERLING, 2012), Didática das Ciências (BATISTA, 2011, 2016) e Filosofia (LACEY, 2008). Concluímos que o processo investigativo da proposta resultante articulou, problematizou e integrou contextos complexos para o desenvolvimento de saberes docentes multifacetados, dinâmicos e integrados.

Historicamente, a produção do conhecimento científico se construiu como atividade pautada pela dedicação integral e pragmática e assim, essencialmente masculina. Às mulheres, os cuidados familiares se impuseram como tarefa social imperativa. Recentemente, a presença feminina no mercado de trabalho e universidades foi acompanhada pelo aumento de mulheres-cientistas que constantemente precisam equilibrar maternidade e carreira. Neste ensaio, resgatamos a literatura e alguns dados para discutir sobre como a maternidade tem se constituído como penalidade sobre a carreira acadêmica delas, mas não para homens. No universo acadêmico-científico, as dinâmicas de gênero implícitas e explícitas engendram uma trama em que as diferenças de gênero se transmutam em desigualdades, colocando a mulher com filhos em uma sub-representação. Em conclusão, defendemos que a insuficiência de políticas públicas e ações institucionais que acolham as mulheres com filhos para que possam exercer com plenitude maternidade e pesquisa, aprofunda as desigualdades de gênero no meio acadêmico-científico brasileiro.

Há 100 anos, a física austríaca Lise Meitner (1878–1968) descobriu um efeito amplamente utilizado na atualidade para analisar superfícies e estudar a dinâmica da dissociação de moléculas isoladas, o Efeito Auger, estudado em disciplinas avançadas na graduação em Física. Neste trabalho, revisaremos alguns aspectos da história de Lise Meitner e da física do efeito, que até hoje leva o nome do físico francês Pierre Auger (1899–1993), que descobriu o mesmo fenômeno cerca de dois anos depois. Assim como outros pesquisadores, endossamos a importância de renomear este efeito e reconhecer as contribuições de ambos os cientistas.

Apresenta-se um produto educacional que discute a diversidade de gênero na Ciência, originalmente desenvolvido para o componente curricular de História e Filosofia da Ciência, do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Objetiva-se quebrar o silêncio e abrir portas ao debate sobre a diversidade em diferentes espaços, ao se discutir a diversidade de gênero nas Ciências, com a pretensão de provocar problematizações, discussões e reflexões no contexto da formação inicial e continuada de professores. Neste sentido, apresenta-se um recorte de atividades de ensino do componente curricular, uma proposta que visa desenvolver problematizações, discussões e reflexões voltadas aos professores em formação inicial e continuada. A intenção não é a de encerrar o debate, mas mobilizar e gerar provocações sobre a temática.

This study, with a quantitative-qualitative approach, is based on decolonial theorists and has as its general objective to describe and analyze the incidence of female participation in research on decolonial pedagogy, with an emphasis on gender and sexuali ty studies in Brazilian formal education in national journals between 2010 and 2020. Data were collected on Google Scholar using the descriptor "decolonial pedagogy". As a result of the q uantitative analysis, the following emerged: 51 articles in journals with Capes Qualis between A1 and C; of these, 87% are from public institutions and 13% from private; higher percentage of publications by women with undergraduate degrees, suffering a slight decrease in specialization and master's degrees and intense reduction in doctoral studies; and significant growth of publications authored by women, mainly in high-ranking magazines. However, as the 8 articles selected for the qualitative analysis point out, there is still a vast and arduous path for women to gain a position, recognition and permanence in research. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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RESUMO: A pesquisa aqui apresentada foi construída na premissa que a educação em ciências deve superar um ensino voltado à aprendizagem de conceitos científicos, indo em direção a uma educação crítica e conectada com questões políticas da modernidade, como as relações entre ciência e patriarcado. A partir da recorrência na literatura de Marie Curie como exemplo de mulher na ciência, desenvolvemos a pesquisa com vistas a responder a seguinte questão: quais condições possibilitaram Marie Curie a participar da ciência e como a compreensão dessas condições permite caminhos na educação em ciências capazes de promover discussões a respeito dos baixos números de exemplos femininos na história da ciência. Com base em referenciais da educação em ciências e da História Cultural da Ciência, construímos subsídios para responder à pergunta de pesquisa, apontando que trazer exemplos de mulheres na ciência é insuficiente para uma suposta representatividade feminina. Isso porque a visibilidade de uma cientista depende de suas condições de participar das práticas científicas e, portanto, para termos mais mulheres na ciência, as condições estruturais para elas trabalharem devem ser ampliadas.

Este artigo apresenta pesquisa teórica que tem como objetivo compreender como as investigações científicas abordam a presença das mulheres nas ciências exatas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, e como método de produção e análise de dados utilizou-se o mapeamento na pesquisa educacional. Foram realizadas buscas com a palavra-chave “mulheres nas ciências exatas” em quatro bases eletrônicas: portal Scielo; Google Acadêmico, Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), entre os anos de 2010 e 2020. Após os critérios de filtragem estabelecidos, sendo eles: análise do título, leitura dos resumos e textos, foram selecionados sete trabalhos que compuseram o corpus de análise desta pesquisa. Para análise dos dados, foram selecionadas três categorias elencadas a priori, a saber: a) Objetivo(s) das pesquisas; b) Metodologia das pesquisas; e c) Resultados e contribuições das pesquisas. Os resultados apontam que a presença da mulher nas ciências exatas ainda aparece de maneira tímida, principalmente nos livros didáticos, carecendo de um maior foco e pesquisas sobre esta temática. No que tange à escola, cabe aos professores provocarem reflexões a respeito das contribuições e da presença da mulher nas ciências, ao longo da História.

One hundred years ago, the nuclear physicist Lise Meitner (1878-1968) discovered an effect, which is largely used nowadays for surfaces analysis and studies related to dissociation dynamics of isolated molecules, the Auger effect, studied in advanced undergraduate physics courses. In this article, we review some aspects of Lise Meitner's story and the physics of the effect that still has the male scientist's name, Pierre Auger (1899-1993), who independently discovered the same phenomenon around two years later. Like other researchers, we endorse the importance of renaming this effect and recognizing both scientists' contributions. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

O presente trabalho apresenta um relato histórico sobre a astrofísica britânico-estadunidense Cecilia Payne (1900–1979), cuja trajetória pessoal esteve envolta em dificuldades enfrentadas enquanto mulher na busca por reconhecimento e ascensão acadêmica. Exibe, também, sua importância fundamental na determinação da abundância relativa dos elementos químicos nas estrelas durante sua pesquisa de doutorado, na década de 1920. Para tal, tomamos por base tanto publicações da época, realizadas pela própria cientista e também por seus pares, quanto fontes posteriores que tratam de sua história de vida e carreira profissional. Entendemos que a tese de doutorado de Payne representa um marco na Astrofísica, por apontar a alta concentração de hidrogênio e hélio na composição das atmosferas estelares em relação aos demais elementos analisados, achado que contrariava a concepção vigente, na qual elementos metálicos, como o ferro, teriam maior preponderância. Mesmo diante de tal feito, atualmente visto como pioneiro, Cecilia Payne permaneceu subvalorizada profissionalmente por ser mulher.

Embora haja certo otimismo com relação à participação da mulher na ciência, pesquisas apontam diversos entraves para o alcance da igualdade. Nesse aspecto, destaca-se a escola como espaço privilegiado de intervenção, auxiliando estudantes e professores a romper com os estereótipos de gênero. Tendo em vista o processo histórico de exclusão das mulheres, este trabalho tem como objetivo investigar as percepções de estudantes da 2ª série do Ensino Médio de uma escola pública estadual do Município de Goiânia/GO sobre a presença das mulheres na ciência, com vistas a identificar a proximidade do tema na educação básica. A pesquisa possui abordagem qualitativa, utilizando a análise de conteúdo temática. Os resultados indicam que os estudantes possuem uma visão estereotipada de ciência e cientistas, associando a ciência a homens, e têm dificuldade de citar nomes de cientistas mulheres, principalmente as brasileiras. Ademais, a temática mulheres na ciência não é comum a eles, sobretudo na escola, o que reforça a necessidade de inserção desse tema no contexto escolar.

Resumo o objetivo deste trabalho foi identificar na literatura e investigar as orientações à ação docente que promovam a maior interação das meninas nos temas das ciências naturais. Pautadas nesses intuitos, foram elaboradas as seguintes categorias de ação: evitar exemplos sexistas, apresentar referências femininas nas ciências naturais, distribuir equitativamente as perguntas, distribuir equitativamente o tempo de fala. Tais categorias orientaram as práticas de ensino das mediadoras, em um projeto de extensão, para meninas e meninos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Os registros avaliativos do projeto, analisados quantitativamente e qualitativamente, forneceram dados para esta pesquisa. Nessas práticas, as mediadoras propiciaram a interação mais equitativa das crianças e criaram referenciais sobre as mulheres cientistas nas ciências naturais aos participantes. Nossos resultados evidenciam que as intencionalidades nas ações das mediadoras subsidiaram atividades com potencial de promover o interesse e a participação das meninas nos assuntos relacionados às ciências naturais.

Este artigo tem como objetivo socializar uma oficina temática de Química e Higiene que fez parte do projeto de extensão Pesquise como uma garota. Este projeto tem o intuito de refletir e discutir sobre o lugar das mulheres na ciência de maneira que seja possível perceber que elas também possuem competências para as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática que, historicamente, têm sido dominadas por figuras masculinas. Tal oficina foi realizada na Universidade, mais especificamente, no Laboratório de Química. Foi planejada tendo em vista a duração máxima de uma hora e meia, e contou com a participação de dezoito estudantes do Ensino Fundamental II da rede pública e privada. A oficina foi composta de quatro momentos: i) dialogar sobre as mulheres na ciência; ii) debater sobre a química do sabão e sabonete; iii) conhecer o laboratório de química e iv) produzir o sabonete líquido. Os resultados evidenciam que, apesar da limitação de tempo e contingenciamento financeiro para a realização da oficina temática, as inscritas se mostraram bastante participativas, manifestando empenho nas diferentes atividades propostas e nos constantes questionamentos levantados ao longo da ação. Por isso, acreditamos que a inserção de cientistas femininas no currículo escolar se faz pertinente não só pelo interesse das estudantes, mas também para promover o empoderamento feminino. Reafirmamos que atividades extensionistas são importantes para conscientizar que meninas também podem ocupar áreas da ciência e tecnologia, ainda que estes campos sejam majoritariamente masculinos, devido à construção patriarcal da sociedade. Palavras-chave: Oficina Temática; Higiene; Mulheres Na Ciência Portraits of a chemistry extensionist action for girls in elementary education Abstract: This article aims to socialize a Chemistry and Hygiene Thematic workshop, which was part of the extension project Research like a girl. This project intends to reflect and discuss the place of women in society so that it is possible to notice that they also have competence for the Scientific, Technology, Engineering, and Mathematics areas, which have been historically dominated by men figures. The workshop was held at the University, more specifically, at the Chemistry Lab. It was planned to take one and a half-hour long and had the participation of eighteen students from public and private schools of elementary education. The workshop had four main moments: i) dialogue about women in science; ii) debate about the Chemistry aspects of soap; iii) get to know the Chemistry Lab and iv) production of liquid soap. The results showed that despite the time the limitation of time and financial resources for the implementation of the thematic workshop, the participants proved to be very participatory, expressing their commitment to the different activities proposed and to the constant questions raised during the workshop. Therefore, we believe that the insertion of female scientists in the school curriculum makes it pertinent not only by the interest of the female students but also to promote female empowerment. We reaffirm that extensionist activities are essential to raising awareness that girls can also occupy science and technology areas, although these areas are mainly male-dominated due to the society's patriarchal construction. Keywords: Thematic Workshop; Hygiene; Women in Science

Há várias décadas, estudos sobre a presença das mulheres na ciência são realizados e servem para identificar a sua participação e produção, como também são usados de base para o desenvolvimento de políticas científicas de incentivo e valorização feminina na ciência. O presente trabalho avaliou a produção científica de mais de 40 mil doutoras e doutores brasileiros que atuam na área de Ciências Exatas e da Terra e concluiu que: (1) a participação de homens é consideravelmente maior que a de mulheres em praticamente todas as subáreas analisadas; (2) existe um crescimento na presença das mulheres ao longo do tempo; e (3) a porcentagem de publicações de mulheres é levemente inferior em relação à porcentagem de sua participação.

Ao compreender a necessidade da equidade social da mulher e a importância de dar visibilidade à atividade científica feminina, o trabalho aqui desenvolvido tem como proposta investigar as ideias dos alunos a respeito de cientistas e como relacionam a mulher com a ciência. Foi aplicado o Teste DAST (Draw a Scientist Test), proposto por Chambers (1983), no qual solicita-se ao aluno desenhar uma pessoa cientista. Em ato contínuo, é requerido ao aluno que explique, no verso da folha, o seu desenho. Em seguida, foi realizada uma discussão coletiva com os alunos relativa aos desenhos produzidos e ao papel da mulher na ciência. A investigação foi feita com uma turma do oitavo ano do Ensino Fundamental de uma escola particular do município de Cascavel-PR. Concluímos que as alunas e os alunos investigados tinham uma visão estereotipada dos cientistas, com ideia de uma ciência masculinizada, mas que a problematização do desenho proporcionou uma reflexão inicial dos estereótipos apresentados pelos estudantes. Destacamos a importância do rompimento do estereótipo de cientista, sendo competência da educação científica desenvolver a compreensão dos alunos e das alunas referente à atividade científica.

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The aim of this study was to evaluate the status of gender parity in science in Colombia throughout the twenty-first century. Data were decomposed by research area, researcher rank level and academic level. Gender disparity was also estimated for changes in average age, access to scholarships for postgraduate studies, and number of doctoral graduates. Using logistic function modeling, temporal projections into the future were performed in order to estimate how long could it take to reach gender parity. Medical and health science is the only field to have reached gender parity, while also showing a steady decrease in women's representation across time. On the other hand, engineering, humanities and natural sciences had the lowest percentages of women's representation. Women researchers showed a decreasing presence as they move upward to more senior levels, exemplifying the "leaky-pipeline phenomenon" common in science. Possible drivers of these results are analyzed, suggesting that a combination of lack of research funding, insufficient legal framework, pre-existing biases, and poor protection of women's rights inhibits women's participation in science. It is estimated that, without any action to change current trends, it could take between 10 (humanities) and 150 (engineering) years to reach gender parity across all research areas. [ABSTRACT FROM AUTHOR]