Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária Canine atopic dermatitis (CAD) is a multifactorial disease involving a type I hypersensitivity to allergens, cutaneous barrier defects, microbial infections and other flare factors. It is “an inflammatory and pruritic skin disease, with genetic predisposition and characteristic clinical features associated with IgE antibodies most commonly directed against environmental allergens”. The clinical signs of CAD frequently manifest from 6 months to 3 years of age. Some breeds, such as Bull Terrier, Cocker Spaniel, English Bulldog, German Shepherd Dog, Golden Retriever, Labrador Retriever, Pug, Shar Pei, West Highland White Terrier, Yorkshire Terrier, among others, seem to be at a higher risk of developing the disease. The lesions are typically distributed in the periocular skin, muzzle, ears, interdigital area, flexural joints of the extremities, axillae, abdomen, groin and perineum. The first clinical manifestation is usually pruritus with erythema, followed by secondary lesions, such as excoriations, self-induced alopecia, dry hair, hyperpigmentation, scaling and lichenification, which reflect chronic pruritus and inflammation, concurrent secondary infections and bacterial overgrowth. The diagnosis of the disease is based on the anamnesis, clinical signs, dermatological examination, exclusion of other pruritic skin diseases and allergy testing, with in vivo techniques, such as Intradermal Tests (IDT) or Skin Prick Tests (SPT), and in vitro methods, such as, allergen-specific IgE measurements. CAD has no cure, however it is possible to be controlled with multifactorial treatment, which may include allergen avoidance measures, allergen-specific immunotherapy (ASIT), improvement of the skin barrier function and anti-inflammatory therapy. The objective of this study was to determine if SPT technique was doable in dogs. Also, it was important to determine whether or not the standardized concentrations of the allergens used for human patients would cause irritant false positive skin reactions in healthy non-atopic dogs. Therefore, 22 healthy non-atopic dogs were tested with 15 aqueous allergens commercially available for use in human medicine. The results showed that all dogs had negative skin reactions to the concentrations available for each allergen tested. It was possible to conclude that the SPT were not only doable but they showed many advantages versus IDT, such as simplicity, rapidity, less discomfort, less irritation and safety, and also, that the concentrations used did not cause irritant false positive skin reactions in healthy dogs. Resumo – Testes Cutâneos Prick – Avaliação preliminar desta técnica no diagnóstico de sensibilização na dermatite atópica canina. - A dermatite atópica canina (DAC) é uma doença multifactorial que envolve uma hipersensibilidade de tipo I a alergénios, alterações da barreira cutânea, infecções microbianas entre outros factores ambientais. Constitui uma doença cutânea inflamatória e prurítica, com predisposição genética e sinais clínicos característicos associados a anticorpos IgE mais frequentemente direccionados contra alergénios ambientais. Os sinais clínicos da DAC manifestam-se frequentemente entre os 6 meses e os 3 anos de idade. Algumas raças, como Bull Terrier, Cocker Spaniel, Bulldog Inglês, Pastor Alemão, Golden Retriever, Labrador Retriever, Pug, Shar Pei, West Highland White Terrier, Yorkshire Terrier, entre outros, parecem estar em maior risco de desenvolver a doença. Existe uma distribuição lesional típica em certas regiões do corpo, como região periocular, focinho, pavilhões auriculares, zona interdigital, articulações das extremidades, axilas, abdómen, virilhas e períneo. O primeiro sinal clínico é o prurido com eritema, seguido de lesões secundárias, como escoriações, alopécia auto-induzida, pêlo de má qualidade, hiperpigmentação, seborreia seca e liquenificação, que reflectem prurido e inflamação crónicas, infecções secundárias concomitantes e sobrecrescimento bacteriano. O diagnóstico da doença é baseado na anamnese, sinais clínicos, exame dermatológico, exclusão de outras doenças de pele pruríticas e testes alérgicos, por técnicas in vivo, testes Intradérmicos ou testes Prick (também denominados “por picada”), ou por métodos in vitro, medição de IgE específica. A DAC não tem cura, no entanto, pode ser controlada através de um tratamento multifactorial, que pode incluir medidas de evicção alergénica, imunoterapia alergénio-específica, melhoramento da função da barreira cutânea e terapêutica anti-inflamatória. Este estudo teve como objectivo determinar se a técnica do teste cutâneo prick era exequível em cães. Foi, também, importante determinar se as concentrações padronizadas dos alergénios para os doentes humanos, provocavam reacções cutâneas falso positivas irritantes em cães saudáveis não-atópicos. Para isso, 22 cães saudáveis não-atópicos foram testados para 15 alergénios aquosos disponíveis comercialmente para utilização em medicina humana. Os resultados mostraram que todos os cães tiveram reacções cutâneas negativas para as concentrações disponíveis para cada alergénio testado. Foi possível concluir que os testes Prick não só eram exequíveis em cães, como mostraram muitas vantagens em comparação com os testes Intradérmicos, como simplicidade, rapidez, menor desconforto, menor irritação e maior segurança, e também, que as concentrações utilizadas não causaram reacções cutâneas falso positivas irritantes em cães saudáveis.