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A fibrose hepática é a consequência das doenças crônicas do fígado, e quando não tratada evolui para a cirrose, cujo único tratamento efetivo é o transplante do órgão. Estudos prévios demonstraram que a membrana amniótica humana (MA), reduziu a fibrose biliar inibindo sua progressão para a cirrose hepática. Acredita-se que um dos mecanismos desta ação seja a modulação dos macrófagos M1 e M2, células que atuam na progressão e regressão da fibrose, respectivamente. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da MA na expressão de genes relacionados aos macrófagos M1 e M2 na fibrose hepática por meio da técnica de PCR quantitativa em tempo real (RT-qPCR). Duas semanas após a indução da fibrose pela ligadura do ducto biliar (LDB), um fragmento de MA foi aplicado ao fígado. Quatro semanas após a aplicação da MA, amostras do fígado foram submetidas a extração do RNA, síntese de cDNA e RT-qPCR. Foi observado aumento significativo da expressão dos genes CD206, e IL-12b após a aplicação da MA em relação as amostras de fígado sem a presença da mesma, sugerindo que a MA pode estimular a expressão do gene CD206, que está associado ao macrófago M2, e reparação da fibrose, mas também pode ter o potencial de estimular a expressão do gene IL-12b, associada ao macrófago M1. Estes resultados sugerem a presença de ambos os subtipos de macrófagos durante a regressão da fibrose biliar, a qual foi evidenciada previamente pelo nosso grupo de pesquisa, utilizando os mesmos grupos experimentais. Assim, estudos futuros com outros genes contribuirão para o melhor entendimento da ação antifibrótica da MA por meio do aumento de M2 no tecido hepático.

As neoplasias da tireoide são os principais tipos de malignidade endócrina, apresentando incidência aumentada nos últimos anos. O diagnóstico de rotina pode apresentar resultados inconclusivos, levando à necessidade de utilização de técnicas adicionais mais precisas, tais como a análise molecular. Portanto, é essencial a busca de marcadores moleculares para o diagnóstico dessas neoplasias e seus diferentes tipos histológicos. O objetivo deste estudo foi identificar marcadores moleculares diagnósticos para carcinoma papilífero de tireoide (CPT) e lesões de bócio. Para isso, a expressão de genes pertencentes à via MAPK/KNASE foi avaliada pela técnica de RT-qPCR. Adicionalmente, perfis bioquímicos completos das amostras foram obtidos por meio da espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR). Os resultados do RT-qPCR sugerem que os genes FOS, JUN, MAP2K6, CCNA1, SFN têm o potencial de serem marcadores tumorais de lesões da tireoide, e os genes MAP2K6, CCNA1, SFN têm ainda o potencial de distinguir amostras de CPT de outras lesões de tireoide. Os resultados do FTIR mostraram que as lesões de CPT podem ser diferenciadas de tecidos normais e benignos com 95,83% de eficiência; sendo as alterações nos ácidos nucleicos o principal fator de classificação. No geral, os resultados sugerem o potencial da análise molecular e do FTIR no diagnóstico do câncer de tireoide.

O câncer de tireoide é a neoplasia mais comum do sistema endócrino, apresentando incidência crescente nos últimos anos. O diagnóstico é realizado principalmente pela associação de dois métodos: a ultrassonografia e a punção aspirativa por agulha fina (PAAF); porém ambos apresentam uma elevada taxa de resultados indeterminados. Deste modo, é necessária a busca de métodos diagnósticos alternativos para a obtenção de resultados mais precisos e confiáveis. A biologia molecular é uma área que se destaca nesse segmento de pesquisa, buscando compreender a biologia tumoral por meio da avaliação das alterações de expressão gênica. A técnica de PCR quantitativa em tempo real (RT-qPCR) é um método rápido e eficiente de detecção e quantificação de expressão gênica, apresentando alta sensibilidade e especificidade, e sendo considerada como uma ferramenta útil no diagnóstico de vários tipos de câncer. Neste estudo, amostras de carcinomas foliculares de tireoide, carcinomas papilíferos de tireoide, bócio adenomatoso e amostras de tecido normal da glândula foram obtidas com o objetivo de detectar marcadores moleculares diagnósticos por meio da avaliação da expressão dos genes TERT, CITED1 e SLC5A5 pela técnica de RT-qPCR, detectados com expressão aumentada nestas lesões, respectivamente. A expressão diferencial significativa foi detectada somente para o gene CITED1 na comparação das amostras de carcinoma papilífero de tireoide com bócio e tecidos normais, com aumento de expressão deste gene nas amostras de carcinoma papilifero. Os resultados obtidos sugerem o gene CITED1 como um potencial marcador diagnóstico em carcinoma papilífero de tireoide.

The malignancy that most affects the endocrine system is thyroid neoplasm, with an increasing incidence over the years. The most prevalent histological type of the carcinomas that affect the thyroid gland is papillary carcinoma with a prevalence of 80 % worldwide. The current diagnostic methodology may present inconclusive results, emphasizing the need for new effective and sensitive techniques to aid the diagnosis. For this, it is necessary to understand molecular and protein mechanisms in the identification of diagnostic and predictive markers in the lesions. The Cyclin A1 protein, encoded by the CCNA1 gene, is an important cell cycle regulator, belonging to the MAPK/ERK signaling pathway directly involved with thyroid cancer. The aim of this study was to evaluate the CCNA1 gene and Cyclin A1 protein expression in papillary thyroid carcinoma, follicular thyroid carcinoma, and benign thyroid lesions, by real time quantitative PCR and immunohistochemistry analysis, respectively, to verify their roles as potential diagnostic and predictive markers to future applications in the clinical routine. Overexpression of CCNA1 gene was observed in the papillary carcinoma group compared to the normal group (P = 0.0023), benign lesions (P = 0.0011), colloid goiter (P = 0.0124), and follicular carcinoma (P = 0.0063). No differential expression was observed in the papillary primary tumor group from negative lymph nodes compared with the one from positive lymph nodes (P = 0.3818). Although an increased expression of Cyclin A1 was observed in the PTC group compared to the other one in the IHC analysis, no significant difference was observed (Fisher’s exact Test). A Cyclin A1 overexpression was detected with weak to mid-moderate immunoreactivity in the benign group (k = 0.56), (score 1.5); mid-moderate to moderate in the goiter group (k = 0.58); weak in the FTC group (k = 0.33); and mid-moderate to moderate in the PTC group (k = 0.48). Due to the small sample size in the IHC analysis and to the fact that not all RNA is translated into protein, the diagnostic potential of Cyclin A1 could not be assessed. However, these findings highlight the potential of the CCNA1 gene as a diagnostic marker for papillary thyroid carcinoma.

Thyroid cancer has become in recent years the most common endocrine malignancy. Among its different types, papillary thyroid carcinoma (PTC) has the highest incidence. PTC is slow growing, but shows a high rate of lymph node metastasis. Tissue biochemical characterization and identification of molecular markers can facilitate stratification of patients into those requiring surgical assessment of lymph nodes and patients for whom this surgical procedure is unnecessary; thus, leading to a more accurate prognosis. To this end, the study aimed to predict lymph node metastasis by Attenuated Total Reflectance - Fourier transform infrared (ATR-FTIR) spectroscopy of primary PTC tumors. Another objective of the study was to determine whether CCNA1, CDKN1C, FOS, HSPA5, JUN, KSR1, MAP2K6, MAPK8IP2 and SFN gene expression in primary PTC tumors could be used as predictive markers of lymph node metastasis. Three PTC with lymph node involvement (PTC+), six PTC without lymph node involvement (PTC-), and five normal (N) thyroid tissues were used for FTIR spectroscopy analysis; while 18 PTC+, 17 PTC-, and 6 N samples were used for molecular analysis by real-time quantitative PCR (RT-qPCR). FTIR spectral analysis revealed changes in phosphate groups possibly associated with nucleic acid (1236 cm−1), and protein/lipids (1452, 2924, 3821 cm−1) in PTC + compared to PTC-, and multivariate analysis could distinguish the two groups. Molecular analysis showed significant increase in CDKN1C gene expression in PTC + compared to PTC-. Being a cell growth regulator, increased CDKN1C provides some supporting evidence to the FTIR spectroscopy based finding of increased nucleic acids in PTC+. Thus, the study suggests the possibility of using FTIR spectroscopy and CDKN1C expression for predicting metastasis using primary tumor alone.

A identificação de marcadores moleculares poderá ser uma ferramenta adicional na seleção mais específica das pacientes onde a remoção dos linfonodos axilares é mais indicada. O objetivo é avaliar se os genes ARD1A e NGX6 são marcadores preditivos do envolvimento dos linfonodos axilares no câncer de mama. Foi realizada a análise de expressão gênica pela técnica de RT-qPCR em 51 amostras de tumor primário, sendo 28 tumores primários linfonodo negativo, 23 tumores primários linfonodo positivo e 11 metástases axilares correspondentes. A expressão diferencial para os genes analisados não foi observada quando realizadas as comparações entre os grupos de tumores primários linfonodo positivo, linfonodo negativo e linfonodos correspondentes. Estes resultados sugerem que os genes ARD1A e NGX6 não tem poder preditivo no envolvimento de linfonodos em tumores mamários humanos.

O status dos linfonodos axilares é o fator prognóstico mais informativo no tratamento das pacientes com câncer de mama. Assim, a identificação de marcadores moleculares no tumor primário que possa permitir uma classificação mais precisa das pacientes em relação à necessidade, é extremamente importante para uma conduta clínica mais adequada. O objetivo deste estudo foi determinar se os genes SERPINA1 e TFF3 são marcadores preditivos em câncer de mama pela análise de expressão gênica de RT-qPCR. Para isto, foi comparado o grupo de tumores primários com envolvimento de linfonodos e tumores primários sem linfonodos acometidos, além da análise dos linfonodos correspondentes. Nossos resultados demonstraram que ambos os genes analisados não possuem papel preditivo relacionado ao desenvolvimento destes carcinomas.