L’omniprésence et l’abondance des images associant en une figure dirigeants français et allemands dans les médias européens contemporains tendent à laisser penser que ce motif a toujours été là, disponible pour dire et écrire l’actualité. Pourtant, il semble peu probable qu’au sortir de la seconde guerre mondiale il en ait été de même. Dans cette perspective, l’article vise à déconstruire cet effet d’évidence en interrogeant le rôle et la place tenus par les images périodiques dans la construction et l’institution d’une figure du « vivre-ensemble » franco-allemand. Cette opération prend la forme d’une analyse socio-sémiotique : la réflexion porte à la fois sur les images — photographies et caricatures — et leurs légendes, sur leur agencement dans la page de journal et sur leurs conditions de production. La démarche procède également d’une double comparaison : en diachronie, dans un temps relativement long (de 1949 à 2012), et en synchronie, sur la base d’une confrontation de deux titres de presse quotidienne nationale de « référence », l’un français et l’autre allemand, Le Monde et la Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ). Une interrogation sur les conditions de possibilité de la présence de l’image dans ces deux périodiques permet d’abord de dégager combien la place de l’imagerie franco-allemande ne va pas de soi, mais résulte d’un processus de longue haleine. Toutefois, malgré défis et obstacles, à la fois techniques et idéologiques, la figure franco-allemande s’impose par le biais de la stabilisation de modèles de représentation qui en font un motif naturel et incontournable. Ainsi, des cadres éditoriaux pérennes favorisent son implantation et sa reconnaissance au quotidien. À l’intérieur de ces cadres, à la surface des images, la figuration de la ressemblance et de la proximité entre les dirigeants français et allemands contribue à forger la représentation d’une indéfectible unité binationale. Tout comme le fait l’actualisation continue d’un motif européen donné à voir à leurs côtés. Media images depicting French and German leadership as a “fellowship” (omnipresent and abundant as they are) tend to convey the impression that this portrayal has always existed, and are readily available as an endorsement in the rendering of news. And yet, it hardly seems likely that this would have been the case at the close of the Second World War. This article aims to deconstruct this presupposition by examining the function and importance of media images in the construction and implementation of Franco-German “fellowship” by way of a socio-semiotic analysis of both the images (photos and political cartoons) and their legends, page location, and conditions of production. The analysis is two-pronged: the first aspect, diachronic, spans a relatively long period (1949-2012); the second, synchronic, is based on the confrontation between two notable national dailies in France and Germany: Le Monde and the Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ). An analysis of the conditions enabling the presence of the depiction in these two periodicals demonstrates how this Franco-German image is not self-evident, but rather the result of a long and drawn-out process. And despite challenges and obstacles, both technical and ideological, the Franco-German image still manages to impose itself through the stabilizing effect of representational models which render it natural and unavoidable. Thus, entrenched editorial frameworks encourage its establishment and recognition on a daily basis. Within these frameworks, on the image surface, the depiction of similarity and harmony between French and German leaders helps forge the appearance of an unwavering binational unity, aided by the inevitable presence of the European logo at their side. A onipresença e a abundância de imagens que associam dirigentes franceses e alemães nos meios de comunição europeus dá a impressão de que essa parceria sempre existiu e que se tratava de uma realidade a ser endossada e retratada pelas notícias. No entanto, é pouco provável, ao final da Segunda Guerra Mundial, que isso fosse acontecer. Nessa perspectiva, este artigo busca desconstruir esse “efeito de evidência”, interrogando o papel e o lugar ocupado pelas imagens periódicas na construção e na instituição de uma “convivência” franco-alemã. Para isso, será realizada uma análise socio-semiótica: uma reflexão que deve tratar dar imagens – fotografias e caricaturas –, das legendas, do seu agenciamento na página do jornal e de suas condições de produção. A análise também propõe uma dupla comparação: uma diacrônica, aplicada a um período relativamente longo (de 1949 à 2012); e a outra sincrônica, feita a partir de uma confrontaçãoentre dois veículos da imprensa nacional de “referência”, um francês e uma alemão, Le Monde e Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ). Um questionamento sobre as condições que possibilitam a presença da imagem nesses dois periódicos permite ainda perceber em que sentido o lugar ocupado pelas imagens franco-alemãs não resulta do acaso, mas de um processo mais longo. Contudo, apesar dos desafios e obstáculos, técnicos e também ideológicos, o retrato franco-alemão se impõe pelo viés da estabilização de modelos de representação que fazem dessa imagem uma causa natural e incontornável. Dessa forma, enquadramentos editoriais perenes favorecem sua implantação e reconhecimento no quotidianodos leitores. No interior dessas quadros, na superfície das imagens, a figuração da semelhança e da proximidade entre os dirigentes franceses e alemães contribui para forjar a apresentação de um indefectível unidade binacional. Soma-se a isso o fato delas se situarem a favor de uma atualização contínua da causa europeia.