Dissertação de mestrado em Técnicas de Caracterização e Análise Química, Uncaria tomentosa (Willd) DC., conhecida como unha de gato, é uma liana tropical nativa da Amazónia brasileira e peruana. A espécie é reconhecida pelas suas propriedades antiinflamatória, imunoestimulante, antioxidante e antiviral, geralmente atribuídas aos polifenóis e, principalmente aos alcaloides oxindólicos pentacíclicos. Essa espécie enfrenta ultimamente uma diminuição alarmante no seu habitat nativo, devido principalmente à sua colheita indiscriminada, dado o alto grau de comercialização das cascas para uso medicinal. Nesse âmbito, o possível aproveitamento das folhas para fins terapêuticos ganha relevância para a sobrevivência da espécie e a sustentabilidade do mercado. Contudo, as folhas ainda não são suficientemente conhecidas do ponto de vista do conteúdo alcaloídico, e até o momento, não existem estudos sobre seu conteúdo fenólico. Este trabalho teve como objetivo analisar o perfil químico e determinar o teor de alcaloides (quantificados pelo marcador mitrafilina) e polifenóis (quantificados pelo ácido clorogênico) por HPLC em fase reversa, complementado com informações obtidas por TLC, em cinco amostras de folhas de Uncaria tomentosa colhidas em diferentes localidades do Brasil. Foram comparados os produtos da extração das folhas secas com metanol puro e com etanol/água 1:1; obtendo-se para cada um deles, frações enriquecidas em alcaloides e fenóis, mediante procedimentos de partição. A quantificação da mitrafilina e do ácido clorogênico nas amostras foi realizada através do método HPLC-DAD, utilizando retas de calibração externa com seus respetivos padrões. Em ambos os casos, foram avaliados os parâmetros de linearidade, limite de deteção e quantificação e foram efetuados ensaios de recuperação. Três amostras da fração sob partição básica apresentaram conteúdos de mitrafilina entre 0,88-2,15 mg/g de folhas secas. As cinco amostras indicaram, na partição ácida, um conteúdo de ácido clorogênico de 0,14-1,71 mg/g de folhas secas. Uma das amostras apresentou o flavonoide campferitrina como um sinal proeminente no cromatograma, sugerindo que provavelmente esta amostra não provém da U. tomentosa, ainda que as folhas sejam morfologicamente similares. Estes resultados destacam a adequabilidade da técnica HPLC aplicada ao controle de qualidade de matéria-prima vegetal com fins medicinais. A análise por UPLC-DAD-MS corroborou a presença dos marcadores químicos (mitrafilina, ácido clorogênico e campferitrina) nos extratos de U. tomentosa analisados., Uncaria tomentosa (Willd) DC., known as cat´s claw is a vine native to tropical Brazilian and Peruvian Amazon. The species is known for its anti-inflammatory, immunostimulant, antioxidant and antiviral properties, generally attributed to polyphenols, and especially to the pentacyclic oxindole alkaloids. This species is lately facing alarming decrease in its native habitat, mainly due to the indiscriminate harvesting, given the high degree of commercialization of the bark for medicinal use. In this context, the possible use of the leaves for therapeutic use gains relevance for the survival of the species and the sustainability of the market. However, the leaves are not yet sufficiently known from the point of view of alkaloid content, and so far, there are no studies on its phenolic content. This study aimed to analyze the chemical profile and determine the content of alkaloids (quantified by mitraphylline marker) and polyphenols (quantified by chlorogenic acid) by reversed phase HPLC, supplemented with information obtained by TLC in five samples of leaves of Uncaria tomentosa harvested in different Brazilian locations. The products of the extraction of dried leaves with pure methanol and with ethanol / water 1:1 were compared, for each one of them, fractions enriched in alkaloids and phenols by partition procedures were obtained. The quantification of mitraphylline and chlorogenic acid in the samples was performed though the HPLC-DAD method using external calibration curves with their respective standards. In both cases the parameters evaluated were: linearity, limit of detection and quantification and recovery experiments were also performed. Three samples of the fraction under basic partition showed mitraphylline content between 0.88 and 2.15 mg / g of dried leaves. The five samples indicated in the acidic partition a chlorogenic acid content from 0.14 to 1.71 mg / g of dried leaves. One of the samples showed the kaempferitrin flavonoid as a prominent sign on the chromatogram, suggesting that this sample is probably not from U. tomentosa, even if the thorns are morphologically similar. These results highlight the suitability of the HPLC technique applied to quality control of plant material for medicinal purposes. The analysis by UPLC-DAD-MS confirmed the presence of chemical markers (mitraphylline, chlorogenic acid and kaempferitrin) in the extracts of U. tomentosa analyzed.