A partir da problemática da habitação é exposta a primazia do estudo das necessidades básicas humanas em reconciliação com a natureza, não como um problema estilístico mas como uma tarefa socialmente responsável. Sendo apresentado um trabalho arquitetural promotor de um desenvolvimento contínuo de transformação, Alvar Aalto expressa a necessidade da arquitetura atender a condição física e psíquica do homem Moderno. A sua abordagem ao Racionalismo e Funcionalismo do início do século, em pleno contexto Europeu, priorizou a componente humana na prática profissional do arquiteto, desenvolvendo formas que promoveriam significado socio-cultural a longo prazo. Esta dissertação reflete sobre beleza e funcionalidade em Arquitetura recorrendo à obra e processo projetual do arquiteto Alvar Aalto. Num período entre 1920-1952, centrado nos projetos de habitação - Villa Flora (1926-1938), Casa-Atelier (1935), Casa Experimental (1952) e Villa Mairea (1938-39) - e nos Pavilhões de Exposição de Paris (1937) e Nova York (1939), cruzar-se-à a escrita, o processo de projeto e a obra construída do arquiteto. Com o intuito de expôr o fenómeno da Arquitetura sobre uma perspectiva humanista, apresenta-se o processo de alojamento humano, descrito por Hans van der Laan; a problemática da beleza e funcionalidade em Arquitetura através do método projetual de Álvaro Siza; e a relação entre natureza e artifício na prática profissional de Gilles Clément. A partir deste referencial teórico, foi possível identificar variáveis - Função, Forma, Muro - que serão alvo de problematização ao longo do estudo das casas. Seguindo-se a componente teórica de Alvar Aalto, é desconstruída a problemática da Humanização da Arquitetura no trabalho profissional do arquiteto. Na procura de harmonia em cada detalhe, beleza e funcionalidade correlacionam-se numa aproximação à essência do objeto arquitetónico. Aalto recorda-nos as potencialidades do desenvolvimento tecnológico em prol da humanidade, cultivando a ideia de uma "Nova Renascença" na Finlândia, face ao paradigma social em que se encontra o país. Na procura por integrar o artifício humano no meio natural, Aalto nos seus projetos, reconcilia funcionalismo com identidade nacional, enquanto promotores de cultura. O conteúdo das formas arquitetónicas pretendem dar resposta às necessidades físicas e psíquicas do habitar humano, em harmonia com a natureza envolvente - sendo colocada em evidência a intrínseca relação entre interior e exterior. No cruzamento teórico-prático do seu trabalho, identificou-se o princípio do "Anarquismo Arquitetónico", apresentado por Schildt, como referência a uma ideologia social que se reflete ao longo do desenvolvimento do seu processo criativo. Por último, será apresentada uma reflexão em torno de um espaço particular na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, onde será posta em causa a influência do pensamento arquitetural de Alvar Aalto na conceção do projeto de Álvaro Siza. Este último espaço da dissertação procura reconhecer a importância do próprio habitar a Faculdade na formação dos estudantes de Arquitetura da Universidade do Porto. Drawn upon the housing issue, the urgency of studying the basic human needs - in reconciliation with nature - is exposed: not as a mere stylistic problem, but as a socially responsible task. Presenting his architectural work as one that actively promotes continuous development and transformation, Alvar Aalto expresses the need within Architecture of attending to the Modern Man's physical and intellectual needs. In the beginning of the century, amidst full European background, his approach to Rationalism and Functionalism has prioritized the Human element in the architect's practice, bringing to light new ways in which Social-Cultural significance can be promoted in the long-run. This essay dwells on the concepts of beauty and functionality in Architecture, calling upon the oeuvre and project process of the Finnish architect Alvar Aalto. Addressing the period between 1920-1950, it centers its focus on the housing projects - Villa Flora (1926-1938), Casa-Atelier (1935), Casa Experimental (1952) and Villa Mairea (1938-39) - and the Paris (1937) and New York (1939) exhibition halls, to cross-examine its methods of writing, projecting and building the works. In the hopes of presenting the Architecture phenomena under a Humanist perspective, here we find the human housing process, as described by Hans van der Laan, the problematics of beauty and functionality through the project method of Álvaro Siza, and the relationship between the Artificial and the Natural as proposed by Gilles Clément. Making this theoretical referencial our starting point, we were able to trace some motifs - Function, Form, Wall - that pave the way throughout the paper to considerations within the study of this houses. Following the theoretical component of Alvar Aalto, the essay deconstructs the idea of Humanizing Architecture, at the heart of the Architect's work. In searching for the harmony in each and every detail, beauty and functionality link deeply with one another when approaching themselves to the essence of the architectural object. Aalto reminds us of the vast potentialities that were brought to us by technological development, nurturing the idea of a New Renaissance in Finland, facing the social paradigm where his country stands. Striving to incorporate the human craft into the natural space, Aalto tries to fuse his functionalist approach with the sentiment of nacional identity, as a means of promoting culture within his works. The substance behind the architectonic shapes he chooses is the struggle to answer the physical and intellectual needs of the human way of living, in harmony with its natural surroundings - laying out the intrinsic relations between interior and exterior spaces. At the crossing-point of his theoretical-practical work, one could single out the Architectonic Anarchism principle, as exposed by Schildt, making reference to the social ideology reflected throughout Aalto's creative process. Lastly, it will be rendered a reflection on one very peculiar space belonging to the Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, where it will be called into question the presumable influence of Aalto's thought within the project of Álvaro Siza. This last section of the essay attempts to establish an acknowledgment of the importance of the dwelling as such, and as a fundamental part of the academic path of FAUP's community.