Kethlen Torres Cavinato, Stephanie Souza Firmo, Mario Gabriel Costa, Camilly Souza Silveira, Jonathan Linhares Pedrosa, Nayalla Jales Pedrosa, Nick Guimarães Botelho, Gabriel Vargas Chaves, Helena Francisco Fernandes, and Hanna Twanny Ataulo
Introdução: A dengue é uma arbovirose de alta relevância para a saúde pública, com incidência crescente em escala nacional. Em Campinas–SP, a doença tem se manifestado de maneira epidêmica, registrando um aumento significativo dos casos desde 2023, tornando-se o segundo município com mais casos de dengue no estado de São Paulo. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar as características epidemiológicas dos casos notificados no município de Campinas, com o intuito de compreender o cenário da doença na região. Método: Foi realizado um estudo descritivo ecológico, analisando o perfil epidemiológico dos casos de dengue notificados no município de Campinas–SP de 2023 até maio de 2024. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessado por meio do DATASUS. Foram avaliados parâmetros como ano de notificação, hospitalização, evolução e sorotipo do vírus. Resultados: Evidenciou-se que o município de Campinas representa 6,38% dos casos notificados no estado, ficando atrás apenas do município de São Paulo (23,22%). Dentre os casos do primeiro, 87,41% foram notificados de janeiro a maio de 2024 e 12,59% em 2023, revelando que, apesar de não ter completado o primeiro semestre deste ano, os casos aumentaram 6,94 vezes comparado a 2023, possivelmente relacionado ao aumento das chuvas e da temperatura, haja vista que a variação sazonal da temperatura e da pluviosidade influenciaram a dinâmica do vetor e a incidência da doença. Apesar de uma baixa taxa de hospitalização (0,0033%), houveram 27 óbitos, correspondendo a 2,78% dos óbitos do estado, e, como mostram estudos preliminares, essa situação está diretamente relacionada à expansão urbana desordenada do municípo de Campinas, que resulta na ampliação de áreas sem acesso adequado a serviços e infraestrutura urbanos. O sorotipo DEN 1 foi o mais notificado (69,12%), porém, a falta de identificação sorotípica em 99,86% das fichas de notificações limita análises mais aprofundadas. Conclusão: Ademais, o aumento alarmante de casos em 2024 no município de Campinas sugere uma correlação com condições climáticas favoráveis ao vetor, enquanto a discrepância entre casos hospitalizados e óbitos destaca desafios na resposta à doença, possivelmente ligados à expansão urbana desordenada. A predominância do sorotipo DEN 1 e a escassez de dados sorotípicos ressaltam a necessidade de estratégias mais eficazes de prevenção e controle, integrando abordagens ambientais, sociais e de saúde pública.