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O estudo objetivou compreender os sentidos atribuídos ao ensino remoto emergencial (ERE) por professores/as universitários/as. A coleta de dados utilizou questionários online aplicados a época em que as instituições de ensino superior debatiam a implementação ou viviam as primeiras experiências do ERE. Utilizando núcleos de significação, a análise buscou apreender o movimento dos/as docentes com relação ao objeto de estudo, aproximando-se das zonas de sentido presentes nos relatos e revelando suas determinações. Foi possível perceber que, naquele momento, os/as professores/as ainda não tinham internalizado formas de ensinar e avaliar as aprendizagens no novo formato e, em sua maioria, atribuíram o sentido de desconforto à experiência, indicando redução ou ausência de uma ou mais condições para que a docência e a aprendizagem fossem efetivas. O único sentido de bem-estar encontrado foi o de cuidar da saúde coletiva (sua e dos demais). O maior volume de respostas associou o ERE à perda de referências; ao despreparo pedagógico; à intensificação e sobrecarga de trabalho; às condições objetivas (sociais, tecnológicas ou de acesso) inapropriadas ou inexistentes, sobretudo para os/as estudantes; e às (im)possibilidades pedagógicas, descrevendo-o como um modelo intensificador de desigualdades, que poderia potencializar a precarização e a evasão no ensino superior, mas, por outro lado, considerando-o a única alternativa possível para a manutenção de vínculos com os/as estudantes. Um número reduzido de docentes sugeriu o sentido de desafio e aprendizagem, associando o ERE à modernização da docência e ao aprendizado de novas habilidades.

Este artigo tem como objetivo refletir sobre as possibilidades de formação docente construídas no Programa Imersão Docente (PID), desenvolvido no Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (CP/UFMG), no contexto do Ensino Remoto Emergencial (ERE) instituído por causa da pandemia de Covid-19 em 2021. O PID se caracteriza pela imersão de licenciandos/as no cotidiano de uma escola de ensino fundamental de tempo integral como monitores/as, orientados/as por docentes da escola, para que, por meio dessa experiência, construam saberes acerca do ser professor/a. Com a suspensão das aulas presenciais, foi necessário reconfigurar as ações do Programa para que os/as monitores/as pudessem ter experiências formativas no ERE. Um dos trabalhos desenvolvidos no PID ao longo do ERE procurou construir conhecimentos em relação à Pedagogia de Projetos, por meio do desenvolvimento de um Projeto de Trabalho cuja temática era a própria Pedagogia de Projetos. Neste artigo, reflete-se sobre as percepções dos/as monitores/as acerca da Pedagogia de Projetos e as ressignificações sobre os modelos de escola no âmbito desse Projeto de Trabalho. Conclui-se que a adoção da Pedagogia de Projetos como metodologia para a formação docente inicial durante a pandemia constituiu-se como alternativa relevante, possibilitando a construção coletiva de conhecimentos teóricos e práticos.

O presente artigo tem como objetivo tematizar os significados da formação inicial docente durante o Ensino Remoto Emergencial (ERE) em uma escola federal de Educação Básica localizada na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Tem-se como foco duas questões centrais: Como este espaço de formação contribui para que futuros/as docentes construam suas referências acerca do que é ser professor/a? Como se constituiu e se configurou a docência para uma futura professora ao inserir-se num dado tempo/espaço escolar totalmente atípico em função da pandemia? Metodologicamente optamos pela pesquisa (auto)biográfica e, a partir das análises, argumentamos que, embora o Ensino Remoto tenha ocasionado profundos impactos em todos os sujeitos envolvidos no processo educacional, a experiência de formação inicial por meio da imersão docente revela a potencialidade da educação como experiência e encontro, abrindo caminhos para um posicionamento profissional mais sensível e crítico em relação aos diferentes modos de existir no mundo. Ser professor/a é um devir, tornar-se docente é um processo permanente processo de (re)construção que se dá num continuum a partir de uma travessia rizomática, entrelaçada por várias experiências.

RESUMO: Este artigo objetiva analisar as percepções de tradutores e intérpretes de Libras/Língua Portuguesa (TILS) quanto à atuação e aos processos tradutórios frente ao período pandêmico no Brasil. O estudo trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, no qual foi confeccionado um questionário no Google Forms dirigido aos TILS atuantes no ensino remoto emergencial no Brasil. O questionário foi divulgado online nas redes sociais, em grupos de TILS, nos centros de capacitação de profissionais da educação e de atendimento às pessoas com surdez (CAS), nas federações de TILS e associações de surdos a fim de conseguirmos o maior alcance possível aos participantes alvo deste estudo. Para tanto, responderam 58 participantes ao pedido de participação no estudo. A partir dos dados analisados, verificou-se que houve transformações drásticas que refletem na atuação desses profissionais que incidem em três aspectos principais: (1) o (re)conhecimento da profissão e a formação dos TILS; (2) as transformações das atividades desempenhadas pelos TILS durante a pandemia; e (3) o lócus de trabalho no ensino remoto emergencial.

A experiência de ensino na formação inicial cumpre um papel importante para o aprimoramento das práticas pedagógicas. Nesse sentido, o Programa Residência Pedagógica busca proporcionar a imersão dos licenciandos na escola visando o aperfeiçoamento da práxis docente. Deste modo, o estudo teve como objetivo relatar as experiências das estudantes do curso de Licenciatura em Educação Física do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará (IFCE) no Módulo I do Programa Residência Pedagógica, durante as regências no Ensino Remoto Emergencial no Fundamental I em uma escola Municipal no interior do Ceará. O estudo é de abordagem qualitativa por meio da narrativa de um relato de experiência. A atividade foi desenvolvida no mês de outubro de 2020 até março de 2021. A partir das experiências relatadas, percebemos que o Programa Residência Pedagógica propiciou a construção da formação e identidade docente mesmo diante dos desafios durante o Ensino Remoto, colaborando assim, para o aperfeiçoamento da prática pedagógica ainda na formação inicial.

Este presente artigo tem como objetivo evidenciar que dificuldades professores indígenas têm enfrentado para atuar no ensino remoto em uma escola indígena situada na zona rural do município de Alto Alegre, RR. A metodologia empregada contou com a revisão bibliográfica, pesquisa exploratória do tipo qualitativa e aplicação de um questionário online (Google Forms) com questões objetivas para serem respondidas pelos professores indígenas, no total 10 docentes da escola participaram da coleta de dados, a qual ocorreu entre os dias 21 e 25 de outubro de 2020. Assim os principais desafios encontrados pelos professores, versaram sobre: a falta acompanhamento dos pais e responsáveis das atividades assíncronas dos alunos; os docentes indígenas se sentem despreparados para atuar no ensino remoto; adaptar-se a este novo formato de ensino; dificuldades em manusear determinadas tecnologias digitais no ensino remoto; na elaboração de material didático; e atividades assíncronas não realizadas pelos alunos. Em síntese os desafios que esse ensino remoto emergencial levou para as escolas públicas são grandes, nas escolas indígenas são maiores, e em tempo de pandemia com o isolamento social o ensino remoto emergencial se fez necessário, porém as escolas, professores e estudantes não estavam preparados para essa situação e todos tiveram que se reinventar para superar mais esse desafio do ensino.

To analyze the perceptions and experiences of Higher Education teachers concerning Emergency Remote Teaching carried out during the COVID-19 pandemic, at the State University of Montes Claros (UNIMONTES). An exploratory, descriptive research was carried out, with a quantitative-qualitative approach, using an online questionnaire applied to UNIMONTES teachers as an instrument for gathering information. The research data was developed in light from the specific literature It was found that the urgency to adopt remote teaching due to the Covid-19 pandemic, without teachers and students prepared for such significant changes, imposed countless challenges on educators, causing dissatisfaction and requiring them to reinvent their practices. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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No contexto de pandemia da Covid-19, foram criadas medidas de enfrentamento ao vírus, como o distanciamento social, que fizeram com que escolas e demais instituições de ensino suspendessem suas atividades presenciais, aderindo ao Ensino Remoto Emergencial (ERE). A realização de adaptações e o uso de diferentes estratégias de ensino foram necessários e considerou-se relevante compreender como professores da classe comum e de Educação Especial e alunos com Deficiência Visual (DV), mais especificamente com baixa visão, lidaram com as particularidades do ERE. O objetivo do presente trabalho foi analisar características do ERE aos alunos com DV matriculados no ensino fundamental II e ensino médio, durante a pandemia. Trata-se de uma pesquisa descritiva com caráter exploratório, na qual a coleta de dados foi realizada online, por meio de entrevista com roteiro semiestruturado, via Google Meet. Os dados coletados foram submetidos à análise textual de conteúdo, interpretados e organizados em categorias. Obteve-se informações sobre como os alunos com baixa visão acessaram os conteúdos nas aulas remotas, quais plataformas eram mais e menos acessíveis, a atuação dos professores e o trabalho remoto, utilizando o Google Meet como plataforma principal de acesso às aulas. Os dados permitem ampliar a compreensão das vivências de professores da classe comum, de Educação Especial e de estudantes com baixa visão sobre o ERE durante a pandemia.

Neste artigo, apresentamos um recorte de uma pesquisa, cujo objetivo geral é mapear e analisar representações e avaliações discursivas do ensino remoto emergencial (ERE) em contexto de enfrentamento à pandemia da covid-19, e representações e identificações dos atores sociais envolvidos nesse ensino. Baseamo-nos em aportes teórico-metodológicos da abordagem dialético-relacional de Análise de Discurso Crítica, em estudos sobre a mídia jornalística e sobre o ERE. O corpus é constituído de 333 textos, publicados em 2020 e 2021 no jornal Folha de S. Paulo e na revista CartaCapital. Neste recorte, direcionamos nosso olhar para as vozes de discentes incluídas nesses textos e os resultados revelam a prevalência de avaliações do ERE que materializam valores indesejáveis, embora apontem também para uma luta interdiscursiva, uma vez que são construídas representações do ERE que, por um lado, são alinhadas a uma perspectiva de potencialidade e, por outro lado, a uma perspectiva de dificuldade e de falta.

Este artigo analisa discursos sobre avaliação, especificamente nas dinâmicas de Ensino Remoto Emergencial quando da pandemia de Covid-19. O objetivo específico é entender os desafios enfrentados por professores de Língua Portuguesa da cidade de Chapecó-SC nas práticas de avaliação levadas a cabo no cenário sem interações presenciais. Trata-se de uma investigação qualitativa, cuja coleta de dados se deu em ambiente virtual, por aplicação de questionário, via Google Formulário. A análise dos dados está amparada teórico e metodologicamente na Teoria Dialógica do Discurso (Bakhtin, 2010; 2015; 2020; Volóchinov, 2017) e em estudos sobre avaliação (Zabala, 2014; Luckesi, 2008; 2013; Hoffmann, 2009; 2012). O gesto de análise indica que a avaliação ganhou contornos ainda mais complicados no cenário da pandemia, uma vez que se tensiona com instabilidades e incertezas próprias da esfera virtual.

This research aimed to identify the socioeconomic and educational situation of the students of the Proeja course in Accommodation at the IFPA - Santarém campus, during the introduction of emergency remote teaching during the Covid-19 pandemic. This is exploratory research with a qualitative-quantitative approach, where face-to-face interviews were used through questionnaires containing 18 open and closed questions, divided into two groups; the first being related to socioeconomic information, with 9 questions; while the second sought information regarding remote classes during the pandemic, containing 9 questions. Eighteen students from Proeja who joined in the years 2018 and 2019 in Accommodation were interviewed. As a result, most students were female, aged between 18 and 25 years old, accessed the internet through mobile data, claimed as difficulty in reconciling with work during remote teaching and, even so, they considered learning to be good. It was concluded that remote teaching proved to be a viable alternative for the evaluated moment, even though the work activities made it difficult to carry out the didactic activities. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

The work sought to map productions about literacy process evaluation during the initial period of Covid-19. It is a study supported on theoretical references that address the relevance of knowledge’s state and it had as a time frame the years from 2009 until 2020. The searches were carried out on the Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior in the Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, in the annals of V Congresso Brasileiro de Alfabetização and in the Revista Brasileira de Alfabetização. The five studies found indicate the meager production involving evaluation on literacy process during the emergency remote teaching. And, in addition, the investigation’s importance about how the practical evaluations were conducted by the teachers with the difficulties imposed by Covid-19, since follow-up and continuous evaluation are the benchmarks and guides for pedagogical planning and educational practice. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

In order to understand the contributions of inquiry-based teaching (IBT) and didactic models (traditional, technological, spontaneous, alternative/investigative) in initial teacher training, discussed in Emergency Remote Teaching, we carried out this qualitative descriptive research, in two aspects: i) analysis of lesson plans and investigative didactic sequences developed in the disciplines of Ecology of a course in Biological Sciences; ii) diagnosis of which didactic models the undergraduates intend to experience in their future teaching practice. We registered a predominance of IBT with a structured approach (8), which allows limited student protagonism in relation to semi-structured (2) and open (1). We found agreement with constructivist models, but traditional/technical elements were also pointed out, revealing didactic model hybrid and inconsistent because it has antagonistic conceptions. We conclude that it is necessary to expand the spaces for discussion of IBT linked to the assumptions of didactic models to avoid the hybridity of dissonant models. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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RESUMO Introdução: No ano de 2019, com o surgimento pandemia pelo coronavírus, o mundo teve que se adaptar e utilizar medidas de distanciamento social visando ao controle da disseminação do vírus. Um dos setores que sofreram maior impacto com essas medidas foi a educação que precisou se adaptar ao ensino remoto emergencial. Objetivo: Este estudo teve como objetivo compreender a percepção dos alunos de um curso de Medicina sobre o próprio aprendizado durante o período da pandemia pela Covid-19. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa. O referencial teórico foi o interacionismo simbólico. O estudo foi realizado em uma instituição de ensino superior privada do Distrito Federal. Participaram do estudo 14 alunos do terceiro ano da graduação em Medicina de turmas que tiveram a oportunidade de cursar períodos da graduação por meio do ensino remoto emergencial. Os dados foram coletados por meio de entrevista gravada, na modalidade grupo focal, e analisados por meio da análise temática indutiva. Respeitaram-se todos os conceitos éticos da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Resultado: A análise dos discursos resultou em três categorias temáticas que exploram a percepção dos estudantes sobre o aprendizado. A primeira categoria, “Vivendo como se fosse em um balão de ensaio”, aborda as mudanças vivenciadas pelos alunos no ingresso na faculdade, com sentimentos de medo, insegurança e falta de motivação devido ao estresse da pandemia. A segunda categoria, “Sentindo-se isolados e desolados”, observou a percepção do adoecimento mental e a falta de apoio dos colegas, dos professores e da instituição, influenciando no desempenho e aprendizado dos alunos. A terceira categoria, “Lidando com erros e acertos”, identificou a percepção dos resultados do aprendizado durante e após a pandemia, destacando o impacto no déficit de conhecimento e a necessidade de adaptação no retorno ao ensino presencial. Conclusão: O ensino remoto emergencial trouxe drásticas mudanças no ensino médico. Entender essas mudanças e compreender a percepção dos alunos sobre o aprendizado nesse período nos permite reconhecer os desafios enfrentados, entender a necessidade de suporte emocional adequado e pensar em estratégias de aprendizado eficazes para superar essas e outras adversidades.

O trabalho buscou mapear as produções sobre a avaliação no processo de alfabetização durante o período inicial da Covid-19. Trata-se de um estudo amparado nos referenciais teóricos que abordam sobre a relevância do estado do conhecimento e que teve como recorte temporal os anos de 2019 a 2022. As buscas foram realizadas no Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, nos Anais do V Congresso Brasileiro de Alfabetização e na Revista Brasileira de Alfabetização. Os cinco trabalhos localizados indicam a parca produção envolvendo a avaliação no processo de alfabetização durante o ensino remoto emergencial. E, ainda, a importância de investigações sobre como as práticas avaliativas foram conduzidas pelas alfabetizadoras mediante as dificuldades impostas pela Covid-19, uma vez que o acompanhamento e a avaliação contínua são balizadores e orientadores do planejamento pedagógico e da prática educativa.

Para compreender as contribuições do Ensino por Investigação (EI) e dos modelos didáticos (tradicional, tecnológico, espontaneísta, alternativo/investigativo) na formação inicial docente, discutidas no Ensino Remoto Emergencial, realizamos esta pesquisa de caráter qualitativo descritivo, em duas vertentes: i) análise dos planos de aula de Ecologia elaborados por licenciandos de Ciências Biológicas; ii) diagnóstico de quais modelos didáticos eles intencionam vivenciar na sua futura prática docente. Registramos predomino de EI com abordagem estruturada (8), a qual permite protagonismo estudantil limitado em relação à semiestruturada (2) e aberta (1). Verificamos concordância com os modelos construtivistas, mas também foram apontados elementos tradicionais/tecnicistas, revelando que os licenciandos constroem seu próprio modelo didático, que é híbrido e pouco consistente por possuir concepções antagônicas em relação aos objetivos, conteúdo, metodologia e avaliação. Concluímos que é preciso ampliar os espaços de discussão do EI atrelado aos pressupostos dos modelos didáticos para evitar o hibridismo de modelos dissonantes.

As discussões apresentadas neste artigo originaram-se de uma pesquisa desenvolvida por integrantes de dois grupos de pesquisa de uma universidade pública do Brasil. Buscou-se investigar as apropriações críticas do uso das tecnologias digitais na prática docente no processo de retorno ao ensino presencial após o Ensino Remoto Emergencial. Utilizou-se como metodologia a análise de emergência de conceitos, para investigar a experiência docente do Ensino Remoto Emergencial ao presencial, vivenciada em uma instituição de ensino superior. Iniciou-se o registro ideográfico das fontes geradoras a partir da coleta de dados realizada com os sujeitos. As respostas obtidas foram traduzidas para a língua Inglesa, de modo a propiciar a interpretação por meio de um software específico de análise semântica - Tropes. Foi utilizado um tipo de representação - análise por meio de redes, desenvolvida por meio da plataforma de composição e análise de redes - Gephi. Posteriormente, verificou-se a emergência dos conceitos aferentes, eferentes e de transição, para compor a análise de conceitos originada no entorno do tema gerador. Os dados obtidos evidenciaram que os sujeitos investigados reconhecem que seu modo de ensinar mudou após a experiência com o Ensino Remoto Emergencial e retorno para o ensino presencial. Os sujeitos mantiveram as estratégias intermediadas via tecnologia digital, adaptaram sua prática de ensino, superaram dificuldades de apropriação quanto ao uso das tecnologias digitais da informação e comunicação, além de reconhecerem que ainda há desafios associados à prática de ensino, como: desinteresse dos alunos, inovação e atualização das práticas de ensino.

O presente artigo traz uma avaliação do arcabouço legal construído durante a fase de isolamento social da pandemia do Covid-19, pelo Governo Federal e pelo Governo Estadual de Roraima, no que tange à oferta de Ensino Remoto Emergencial (ERE). Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, desenvolvida por meio da análise documental e pesquisa bibliográfica, com a seleção e categorização de todas as normativas educacionais emitidas pela União e pelo estado de Roraima nos anos de 2020 e 2021, bem como artigos que tratam do tema do Ensino remoto emergencial na base SciELO e no Catálogo de Teses e Dissertações. Foram destacados os instrumentos normativos que buscaram garantir o direito à Educação de crianças, jovens e adultos da Educação básica quando a frequência à escola estava proibida. Dentre as principais conclusões, averiguou-se que a falta de infraestrutura e de conhecimento tecnológico das comunidades escolares colocaram-se como empecilhos, como mostra a bibliografia, ainda que legalmente tenha havido um esforço significativo, por parte do Estado de Roraima, para garantir autonomia às escolas na oferta do ERE.

O presente artigo tem como objetivo investigar de que forma os professores de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de Sergipe e do Rio Grande do Sul fizeram uso das ideias do TPACK na práxis docente durante a pandemia da COVID-19, em 2020/2021, e, para tal, adotou-se o viés metodológico qualitativo. Os dados foram obtidos a partir de um questionário aplicado no Google Forms© com link enviado via WhatsApp©. Posteriormente, essas informações foram compiladas junto às contribuições teóricas de autores que debatem sobre o modelo TPACK, assim como Formação Continuada de professores de Matemática, Formação Permanente e o Ensino Remoto Emergencial. A partir da análise realizada, nota-se que os docentes ainda possuem diversas dificuldades no que diz respeito ao uso do TPACK em sala de aula e que, apenas com uma vivência que seja articulada ao uso pedagógico da tecnologia, em especial nos moldes do TPACK, durante a formação inicial, continuada ou permanente do professor de matemática, é que será possível potencializar o uso de tecnologias na Educação Básica com implicações diretas na prática docente.

No Brasil, a partir da implantação do Ensino Remoto Emergencial, em 2020, devido à pandemia da covid-19, intensificou-se o uso de tecnologias digitais na educação. Dessa forma, tornou-se possível a continuidade do ensino e aprendizagem durante o isolamento social. O presente artigo tem por objetivo, apresentar um estado do conhecimento acerca de publicações de 2020 a 2022, demonstrando a relação dos docentes com o uso das TDIC, a partir da pandemia. Como resultados iniciais, percebemos um conjunto de dificuldades relatadas pelos docentes, mas também, um grau de abertura para os usos e práticas dessas tecnologias no contexto escolar. Por fim, refletimos também acerca da necessidade de atualização da formação docente.

O presente artigo objetivou descrever a experiência pedagógica de enfrentamento à COVID-19, na perspectiva dos gestores escolares do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho. Foi apresentada a proposta de ensino remoto emergencial denominada aprendizagem no “grão de café”. Utilizou-se a abordagem metodológica Education Design Research (EDR) em função da (i) modelagem da proposta; (ii) gestão da comunicação e da informação; (iii) regulamentação e orientação; e (iv) acompanhamento da permanência e êxito dos estudantes. O estudo ocorreu durante os anos letivos de 2020 e 2021. Como resultados, observou-se que o modelo proposto privilegiou os relatos positivos alcançados, os quais se devem ao envolvimento entrelaçado dos aspectos pedagógicos, humanos e das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). Seguramente essa experiência deixará profundas cicatrizes pedagógicas, administrativas e de vida. Todo aprendizado pandêmico pretendemos aplicar em um contexto de "novo normal", mas um "novo normal, realmente novo".

Este artigo tem por objeto as implicações da promulgação da lei 14.040/2020 para o trabalho e a profissão docente nas Instituições de Ensino Superior (IES) privada com fins lucrativos, levando-se em conta o momento de excepcionalidade sanitária imposta pela pandemia da Covid-19. O objetivo geral é compreender os principais reflexos e alterações causadas no trabalho do profissional docente, a partir da promulgação da lei 14.040/2020, em cenário pandêmico e no contexto do capitalismo de vigilância, em que se encontra a sociedade do século XXI. A metodologia se baseou em uma pesquisa bibliográfica e documental, de legislações e artigos, tendo como fontes, especialmente, os bancos de dados, SciELO e LILACS. Como resultado obtido, tem-se que a pandemia intensificou a virtualização da profissão docente, fortalecendo a ideia de hibridização da educação, conforme documentos técnicos exarados pelo Conselho Nacional de Educação.

No cenário educacional da pandemia da COVID-19, o ensino remoto emergencial (ERE) foi dado como solução para alunos e professores continuar com as atividades de ensino. Portanto, este trabalho objetiva analisar a percepção de professores de Ciências e Biologia do município de Cedro-CE sobre a prática pedagógica desenvolvida durante esse período histórico. A pesquisa caracteriza-se como descritiva de natureza qualitativa. Inicialmente foi aplicado um questionário online, sobre a vivência de 07 docentes de Ciências e Biologia das escolas do município de Cedro-CE durante o ERE. Os dados foram analisados baseado na análise de conteúdo de Gibbs (2009). Os resultados apontaram que há benefícios (como a diversidade de recursos didáticos, o aprimoramento de técnicas de ensino, dentre outros) e dificuldades no ensino remoto (destaca-se a carência de internet dos estudantes, a falta de retorno dos alunos e a não formação pra uso das ferramentas tecnológicas).

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Este artigo reflete sobre o Ensino Remoto Emergencial (ERE) na rede básica de ensino do estado de Mato Grosso a partir das concepções e experiências vivenciadas pelos/as docentes. É uma pesquisa de campo, com abordagem quanti-qualitativa. Para gerarmos dados, aplicamos 01 questionário virtual, via google forms, a 26 professores/as. Com dados em mãos, produzimos uma análise das recorrências temáticas e lexicais que traduziram as concepções desses/as profissionais quanto ao ERE, e, também, suas experiências nesse processo. Averiguamos que os/as professores/as, majoritariamente, concebem o ERE como “complicado, enganação, desolador, regular, inoperante”; e só um número bem inferior o colocou como inovador, flexível, com potencial, interativo etc. Identificamos a problemática da falta de recursos tecnológicos para discentes e docentes, falta de formação e preparo para manuseio dos recursos, e falta de adesão dos alunos, o que aponta para a necessidade de políticas públicas que vislumbrem esse cenário emergente para a educação, durante e pós-pandemia.

O presente estudo trata da avaliação da aprendizagem como componente essencial dos processos de ensino e aprendizagem e destaca a importância dessa discussão, especificamente, durante o Ensino Remoto Emergencial. Por meio de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, investigaram-se as práticas avaliativas de seis professores de Física da rede estadual de Ensino Médio durante o Ensino Remoto Emergencial no município de Cajazeiras - PB. A fim de coletar as informações referentes às práticas empregadas pelos professores, durante o período pandêmico, optamos pelo uso de entrevistas semiestruturadas. Os resultados indicaram que, durante o período remoto, a avaliação no Ensino de Física envolveu instrumentos diversos, como provas on-line e atividades impressas. Por outro lado, o uso dos dados atribuídos a esses instrumentos foi utilizado principalmente para o registro de notas e acompanhamento de frequência dos estudantes. Além disso, identificamos diversos desafios vivenciados pelos docentes associados às orientações educacionais estabelecidas durante o Ensino Remoto Emergencial e que acabaram por serem distorcidas na prática diária. Em síntese, este estudo propiciou uma compreensão mais ampla das práticas avaliativas adotadas pelos professores em um cenário pandêmico.

Este artículo presenta una narrativa pedagógica de las autoras sobre una de sus experiencias de enseñanza de Matemáticas y de Portugués a estudiantes de educación especial, en el contexto de Enseñanza Remota por Emergencia Sanitaria, debido a la pandemia de COVID19. Las autoras se dedicaron a analizar un material didáctico-pedagógico del repositorio de actividades construido por la investigación “Inclusión en la escuela regular de jornada doble: análisis e intercambio de prácticas pedagógicas inclusivas en la Enseñanza Remota por Emergencia Sanitaria”, con el fin de recordar el “trabajo colaborativo” (FIORENTINI, 2004) que implicó la producción de este material para un estudiante en particular, así como reflexionar sobre cómo las actividades fueron apropiadas por él y su familia. La perspectiva teórico-metodológica consiste en el enfoque narrativo (auto)biográfico en educación, referenciado en las obras de Bolívar (2002), Bragança (2021), Clandinin y Connelly (2011) y Prado (2013). La narrativa pedagógica producida por las autoras también dialoga con estudios sobre habilidades de lectoescritura, educación matemática, educación especial y saberes docentes. Como docentes (e) investigadoras involucradas tanto en la producción del material en cuestión como en la relación pedagógica con el estudiante, las autoras buscan reconstruir narrativamente el trabajo colaborativo que realizaron, atravesado por reflexiones pedagógicas que exploran los sentidos de la experiencia pedagógica con el estudiante, y compartir con sus pares las comprensiones construidas sobre las posibles relaciones entre la educación matemática y la lectoescritura en el proceso de escolarización de niños de educación especial en los primeros años de la escuela primaria.

O estudo objetivou analisar os saberes docentes mobilizados no ensino de Odontologia para implementação do ensino remoto emergencial. Trata-se de estudo de caso exploratório, com abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevistas, observação de campo e análise de documentos. A análise se baseou na análise de conteúdo de Bardin, a partir das contribuições teóricas, principalmente de Tardif, sobre os saberes docentes e de referenciais que abordam a incorporação das tecnologias no ensino da saúde. Os resultados evidenciam a influência da trajetória de vida, da formação profissional e da atuação na constituição dos saberes docentes. Destaca-se a importância da formação docente e dos saberes experienciais para ampliar as visões no sentido da construção de práticas mais dialógicas, participativas e contextualizadas à realidade social, direcionando a formação para uma perspectiva mais generalista, ética, humanística e de transformação social, como demandam as diretrizes curriculares nacionais.

O Ensino Remoto Emergencial (ERE) é apresentado como única opção de ensino enquanto durar a pandemia de covid-19. O objetivo deste estudo foi caracterizar práticas de ensino e percepções de professores sobre o ensino realizado na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Um questionário online foi respondido por 150 professores da UFRR, cujas respostas apontam que os professores avaliam o ERE com satisfação acima da média. Além disso, apontam que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são ferramentas educacionais importantes para o processo educacional, mas necessitam de melhores condições. Por fim, conclui-se que a implementação do ERE na UFRR obteve resultados que minimizaram os impactos negativos derivados das medidas restritivas da covid-19 no aprendizado dos alunos.

Este estudo teve por objetivo analisar aspectos positivos e negativos relacionados à aprendizagem percebida de estudantes que ingressaram de forma remota em cursos da área de Negócios de uma instituição de ensino superior pública do Rio Grande do Sul. Para alcançar este objetivo realizou-se a aplicação de questionário on-line a 50 estudantes dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas. A abordagem quantitativa do estudo permitiu evidenciar que, de modo geral, ao final da experiência inicial com o ensino remoto emergencial, os estudantes que participaram do estudo percebem sua aprendizagem no semestre cursado como suficiente. Os resultados também demonstraram que o aspecto pedagógico se relacionou tanto de forma negativa quanto positiva com a aprendizagem, destacando-se os métodos de ensino utilizados pelos professores (relação positiva) e a interação reduzida ou inexistente com os professores (relação negativa). O estudo contribui na identificação do aspecto pedagógico, com o foco no professor e suas estratégias de ensino, como influenciador da aprendizagem durante o ensino remoto emergencial. Os achados também reforçam a importância do apoio ao estudante e sua preparação para a utilização de tecnologias na educação, a necessidade de formação continuada para os professores e de se repensar as práticas docentes utilizadas, incorporando recursos didáticos tecnológicos ao ensino pós-crise. Além disso, as evidências apontam a necessidade de adoção de uma abordagem combinada entre ensino presencial e a distância (ensino híbrido) como uma facilitadora do aprendizado, buscando um ensino de qualidade e o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a formação do estudante.

O presente estudo trata-se de um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso do autor deste artigo que teve o objetivo de analisar os desafios e as contribuições dos Estágios Supervisionados curriculares realizados na forma de ensino presencial e remoto emergencial para a formação acadêmica dos discentes do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal da Paraíba, campus Cajazeiras. O estudo emprega uma abordagem qualitativa, com procedimentos bibliográficos, sendo descritivo-exploratório quanto aos objetivos. A coleta de dados aconteceu através de um questionário e uma entrevista semiestruturada, e os resultados obtidos foram interpretados por meio da técnica de análise de conteúdo. Como resultado, foi constatado que os desafios foram em relação à gestão de turma, ao planejamento de aula, a abordagem metodológica e a transposição didática; e alguns discentes apresentaram dificuldades quanto ao manuseio do aparato tecnológico e utilização de softwares educacionais. Por outro lado, esse componente curricular contribuiu com a articulação entre teoria e prática, na experiência profissional e no relacionamento humano. Depreende-se, portanto, que essa temática abordada dispõe de uma dimensão ampla e apresenta diferentes particularidades que necessitam serem estudadas, discutidas, pensadas e repensadas, uma vez que o Estágio Supervisionado configura-se sendo importante na formação docente inicial.

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No contexto pandêmico da Covid-19, a definição de isolamento social acarretou o fechamento das Instituições de Ensino Superior, situação que as fez adotar o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Diante disso, professores e estudantes foram chamados a continuarem as atividades acadêmicas em um contexto diferente da modalidade presencial, ocasionando modificações significativas nos processos de ensino-avaliação-aprendizagem. Este artigo, oriundo de uma pesquisa qualitativa, de cunho interpretativo, objetivou analisar a percepção de licenciandos em Matemática sobre a avaliação das aprendizagens realizada nas disciplinas cursadas durante os anos de 2020/2021. Por meio da Análise Textual Discursiva (ATD), a análise dos depoimentos coletados em questionário online revelou: a) relação entre os processos de ensino-avaliação-aprendizagem vivenciadas durante o ERE; b) encaminhamentos e instrumentos utilizados pelos docentes para avaliar a aprendizagem no ERE; c) condições e conhecimentos necessários para acompanhamento das aulas e realização das atividades avaliativas no ERE.

Este artigo tem como objetivo relatar as percepções e ações avaliativas de um grupo de professores durante a Pandemia da Covid-19. Com a expansão da maior crise sanitária desde a gripe espanhola, diversas mudanças sociais e educacionais ocorreram, as aulas foram adaptadas, tornando-se remotas. Diante desse quadro extremo, temos por desafio: investigar temas educacionais essenciais como a avaliação em contextos remotos, marcados por uma grande desigualdade social e de acesso a tecnologias móveis e digitais. Por fim, esse artigo foi elaborado por meio de levantamento bibliográfico em livros e artigos e de um questionário online, envolvendo professores de diversos níveis de ensino e variada experiência no magistério, tendo por objetivo responder à seguinte questão de pesquisa: Quais são as percepções e ações avaliativas mobilizadas por professores da área de Ciências da Natureza e de Matemática durante a pandemia da Covid-19?

This essay is about the agency of maternity, homes and media in the processes of knowledge construction. We relied on the theoretical construct humans-with-media, which was developed in the context of Mathematics Education and suggests that knowledge is produced by a collective of humans and non-humans. Methodologically, we analyzed a narrative, which presents the experience of a professor, mother, and researcher, when preparing a lecture during the period of Emergency Remote Teaching, due to Covid-19 pandemic. The analysis of the narrative allowed us to argue that the knowledge was produced by the collective professorwith-maternity-home-software-and-internet, and not only by the collective professor-with-software-and-internet. We identified, therefore, characteristics of the professor's home which had agency throughout this process, and we pointed out the need for more research that addresses the theme. In this essay - which combines narratives, a strand of activity theory, and the theoretical construct humans-with-media - the idea that the agency of the virus on humans was asymmetrical, gained strength. In particular, the effect of the virus and of the pandemic on researchers who are mothers is different. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

O texto publiciza resultados de um projeto de pesquisa-ação aprovado pela Universidade do Estado de Mato Grosso com o objetivo de identificar, estudar e analisar os problemas de aprendizagem dos estudantes matriculados nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental nas escolas da rede pública de Juara/MT, que aderiram ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (ID) (CAPES/02/2020), bem como propiciar aos bolsistas de Iniciação à Docência aprofundamento teórico e prático. De abordagem qualitativa, com viés na pesquisa-ação, dentre os procedimentos metodológicos incluíram-se atividades realizadas por 32 bolsistas de ID, 4 supervisoras e 2 coordenadoras de área, além de elaborações de planejamentos, recursos didáticos, relatórios mensais e participações em aulas remotas com estudantes dos Anos Iniciais da Educação Básica e em encontros formativos mensais. Os perfis envolvidos compreenderam a multidimensionalidade da docência, e a importância de a formação inicial de professores acontecer alicerçada nos enfrentamentos reais da escola.

A pandemia chegou ao Brasil no início do ano de 2020, exigindo assim, que as aulas fossem ministradas em diversos formatos, entre eles, o uso de plataformas para acompanhamento e aulas por meio de videoconferência. As aulas passaram de presenciais em salas físicas para salas on-line. Entretanto, dentre as diversas dificuldades encontradas, uma causou grandes críticas dos professores, a “não abertura de câmeras” pelos estudantes. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo compreender a visão dos estudantes no que se refere a abertura de câmeras no decorrer do ERE (Ensino Remoto Emergencial) e identificar quais as principais causas não desveladas para a grande quantidade de estudantes não abrirem as câmeras no decorrer das aulas. O estudo em questão, de abordagem qualitativa, teve como fonte de dados um questionário on-line enviado de forma conveniente a estudantes do Ensino Superior de várias instituições brasileiras (públicas e privadas) por meio da plataforma Google Formulários. Ao todo, responderam o instrumento 269 estudantes. Os resultados apontam diversas justificativas para a não abertura das câmeras como: falta de privacidade, ambiente inadequado, falta de obrigatoriedade e equipamentos e rede inadequados para o ERE. Os dados revelam que os estudantes tiveram muitas dificuldades nesse formato de estudo, e muitas delas não se referem exatamente às especificidades das aulas remotas síncronas mediadas pelas tecnologias, mas pelas próprias condições de vida dos estudantes. Assim, a análise aponta que as mudanças da sala de aula presencial para a sala virtual implicaram não só em mudanças pedagógicas ou estratégicas didáticas, mas em alterações profundas no modo de ser e estar em uma sala on-line.

O Estágio Supervisionado em cursos de licenciatura é considerado essencial na formação dos licenciandos. Objetivou-se apresentar um relato das experiências vivenciadas durante o estágio, evidenciando os desafios, atividades desenvolvidas e aprendizados adquiridos durante o Ensino Remoto Emergencial. O relato foi dividido em dois momentos, que retrataram o período de observação participante e o período de regência, todos desenvolvidos durante o cumprimento das atividades propostas pelo componente curricular estágio supervisionado III, os momentos foram narrados a partir da percepção do estagiário. É possível concluir que, mesmo diante das problemáticas causadas no cenário educacional decorrente da pandemia, metodologias e práticas pedagógicas surgiram, possibilitando a aquisição de grandes aprendizados e uma transposição e adaptação no fazer pedagógico, tanto de docentes quanto de estagiários.

Objetivamos descrever as experiências da dodiscência durante o Ensino remoto emergencial (2020-2021), sendo ele a estratégia de funcionamento adotada pelas escolas devido ao isolamento social decorrente da pandemia de COVID-19. Metodologicamente, recorremos à descrição fenomenológica, que busca romper a atitude natural perante os fenômenos, voltando-nos rigorosamente para a experiência fáctica. Primeiro apresentamos as descrições da docência e depois as experiências discentes, para então, trazermos o cruzamento delas por meio da dodiscência. Concluímos que as precariedades da pandemia solaparam docentes e discentes, sendo a dodiscência uma possibilidade de abordar a complexidade desses impactos, que ainda precisam ser documentados e melhor explorados.

Este artigo visa investigar, mediante uma análise bibliométrica, as problemáticas de práticas pedagógicas com Tecnologias Digitais na educação brasileira em tempos de pandemia da Covid-19, no período de 2020 a 2022, na educação básica e superior. A investigação possui uma abordagem qualitativa, com enfoque descritivo. Diante da Análise de Conteúdo, elencaram-se as seguintes categorias: 1) Produção científica sobre ensino remoto emergencial e tecnologias digitais; 2) Principais autores; 3) Desafios e possibilidades com ensino remoto emergencial. De acordo com os resultados, evidencia-se que a pandemia veio descortinar os desafios/dificuldades enfrentados na educação. O estudo nos possibilitou refletir como a introdução das Tecnologias Digitais nas práticas pedagógicas foi sendo uma demanda construída historicamente, bem como os questionamentos/problematizações sobre quais caminhos serão tomados na/para educação pós Covid-19.

A pandemia da COVID-19 pode ser apontada como a maior quebra de paradigmas da história da educação no século XXI. Dada a sua gravidade, a melhor alternativa para mitigação de danos na educação segue sendo o ensino remoto emergencial (ERE), que é mediado, em maior ou menor grau, pelas Tecnologias da Comunicação e Informação (TICs). No entanto, aprender Ciências através desta nova abordagem metodológica pode ser desafiador, considerando as desigualdades no acesso e uso das TICs no Brasil. Soma-se a isso a grande capacidade de abstração dos alunos que a disciplina de Ciências por vezes requer, o que causa dúvidas e incertezas no processo de ensino-aprendizagem. Assim, o objetivo do estudo foi questionar e compreender como os alunos dos anos finais do ensino fundamental, de duas cidades de realidades socioeconômicas distintas, estão percebendo o aprendizado na disciplina de Ciências. A metodologia, de cunho quali-quantitativo, utilizou um questionário para a coleta de dados, estatística descritiva e a análise de conteúdo para a discussão. O trabalho identificou diferenças marcantes entre as escolas das duas cidades pesquisadas, no que tange a aspectos socioeconômicos e étnicos e sua relação com o acesso à rede, uso de eletroeletrônicos e os impactos desses fatores na aprendizagem na disciplina de Ciências. A análise permite inferir que são urgentes as medidas de enfrentamento à pandemia dentro do contexto familiar, que refletirá no contexto escolar, de forma a diminuir o impacto dos efeitos negativos na aprendizagem.

O ensino remoto emergencial na educação básica foi adotado, no Brasil, no ano de 2020, devido à suspensão das aulas presenciais, como decorrência da pandemia por COVID-19. Essa modalidade de ensino foi regulamentada por pareceres do Conselho Nacional de Educação (CNE) e das secretarias estaduais de ensino. Este artigo tem como objetivo analisar prescrições para o funcionamento de escolas desse nível da educação, tendo como foco os conceitos de ensino remoto emergencial e currículo. Para isso, foi realizado um estudo documental do parecer 05/2020 do CNE. A análise de dados revelou que do documento emana um currículo de perspectiva tradicional, voltado para a aplicação BNCC, desconsiderando o contexto pandêmico. Além disso, as prescrições apontam para dois movimentos – ancoramento e afastamento – que tentam, de um lado, aproximar do cotidiano escolar novos elementos, como plataformas e redes sociais, ao mesmo tempo que indicam a manutenção de práticas e rotinas próprias da modalidade presencial de ensino, como planejamento focado no cronograma e a realização de atividades de avaliação.

Em função dos recorrentes casos de Covid-19 no Brasil e no mundo, houve a necessidade de adaptação e transformação dos espaços educacionais, através da inserção de recursos tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem, tanto no âmbito da Educação Básica como no Ensino Superior. Tal mecanismo acabou aumentando as desigualdades, criando-se uma falsa sensação de inclusão. Com o objetivo de compreender melhor a situação, buscamos investigar as representações sociais de professores universitários de uma instituição federal localizada na Bahia acerca do uso das tecnologias digitais em um cenário de retorno dos estudantes e docentes ao ensino presencial. Disponibilizamos aos docentes um questionário elaborado no Google Forms através de e-mail institucional e via Whatsapp. Para dimensionar a análise, conforme proposto por Bardin, elaboramos uma nuvem de palavras, destacando-se as categorias Aluno (termos mais expressivos: professor, aprendizagem, dificuldade) e Aula (termos mais expressivos: tecnologia, tic, acesso, presencial, atividade, pedagógica). As respostas foram interpretadas à luz da Teoria das Representações Sociais. Concluímos que os professores veem as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação como recurso didático-pedagógico que oportuniza a diversificação das aulas, mas que também pode causar exclusão entre os estudantes.