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INTRODUCTION: Penetrating keratoplasty (PK) is one of the most common surgical procedure in corneal transplantation worldwide. Graft failure and rejection risk progressively increases with the increasing number of quadrants with corneal neovascularization (CNV). Optical coherence tomography angiography (OCTA) is a noninvasive imaging technique that has been widely used to visualize vascular abnormalities in the retina and some studies have shown its potential use in the anterior segment (AS) of the eye. The purpose of this study was to investigate the potential of OCTA technology to image and describe quantitatively CNV in eyes submitted to PK. MATERIAL AND METHODS: A cross-sectional study was performed, including 20 eyes from 18 patients submitted to PK at least 5 years before and with no history of graft rejection. All eyes underwent anterior segment slit-lamp photography (SLP) and OCTA with en face, b-scans and c-scans imaging. The vessel density (VD) was analyzed in the inferior, nasal and temporal corneal margin in all patients. The measurements were calculated after binarization with ImageJsoftware, using OCTA scans with 6 × 6 mm in a depth of 800 μm. RESULTS: The mean age was 59 years-old and most patients were submitted to PK due to corneal leucoma, followed by keratoconus, and a few had Fuchs endothelial corneal dystrophy and bullous keratopathy. The mean total VD was 50.16% and it was higher in the temporal quadrant and lower in the inferior one. However, there were no statistically significant differences between the 3 analyzed areas (p=0.801) or between each area and the other two and there was nocorrelation between the areas. OCTA was able to identify abnormal vessels when SLP apparently showed no abnormal vessels; OCTA was able to distinguish between larger and smaller vessels; OCTA scans allowed the investigation of several corneal planes. CONCLUSION: OCTA can become a new method for monitoring corneal diseases. It may allow the qualitative and quantitative follow-up of patients submitted to PK over time and to detect the appearance of CNV earlier than through SLP. OCTA applied to the anterior segment has promising and valuable features., INTRODUÇÃO: A queratoplastia penetrante (QP) é um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados na transplantação corneana mundialmente. A falência do enxerto e o risco de rejeição aumentam progressivamente com o aumento do número de quadrantes com neovascularização corneana (NVC). A angiografia por tomografia de coerência ótica (OCTA) é um exame não invasivo que tem sido largamente utilizado na visualização de anomalias vasculares da retina e algunsestudos demonstraram a sua potencial utilização no segmento anterior do olho. O objetivo deste estudo foi investigar o potencial da tecnologia da OCTA na aquisição de imagens e descrição quantitativa da NVC em olhos submetidos a QP. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, com 20 olhos de 18 doentes submetidos a QP pelo menos 5 anos antes e sem história de rejeição do transplante. A todos os olhos foi realizada uma fotografia do segmento anterior na lâmpada de fenda (LF) e uma aquisição de imagens en face, b-scans e c-scans da OCTA. A densidade vascular (DV) foi analisada na margem corneana inferior, nasal e temporal em todos os doentes. A medição da DV foi obtida após criação de imagens binárias com o software ImageJ, usando imagens da OCTA com 6 × 6 mm numa profundidade de 800 μm. RESULTADOS: A idade média dos doentes foi de 59 anos e a maioria foi submetido a QP por leucoma corneano, seguido de queratocone. A DV total média foi de 50,16% e foi mais alta no quadrante temporal e mais baixa no quadrante inferior. No entanto, não se verificou uma diferença estatisticamente significativa entre as 3 áreas analisadas (p=0,801) ou entre cada área e as duas restantes e não se verificou uma correlação entre as áreas. A OCTA foi capaz de identificar vasos anormais quando as fotografias na LF não os identificavam; a OCTA foi capaz de distinguir entre vasos de grande e pequeno calibre; a OCTA permitiu a investigação em diferentes planos corneanos. CONCLUSÃO: A OCTA poderá tornar-se um novo método para a monitorização de doenças corneanas e permitir o seguimento qualitativo e quantitativo de pacientes submetidos a QP, com a deteção precoce de NVC.

INTRODUCTION : When the ophthalmologist evaluates a patient in the emergency department with a periorbital edema, the first approach should be directed to the distinction between a periorbital/preseptal and an orbital/postseptal cellulitis. The objective examination presents valuable sign that can help in this differentiation. The main causes of cellulitis are bacterial infections, but noninfectious causes can also lead to it. The main purpose of this work is to present 4 clinical cases of patients with the same clinical complaint but whose diagnosis, treatment and follow-up were substantially different. CASE REPORTS: Two of the clinical cases presented patients diagnosed with a preseptal cellulitis, the first caused by an odontogenic abscess and the other caused by a Kerion celsi (a fungal infection). The last two cases presented patients diagnosed with a postseptal cellulitis caused by a frontoethmoidal mucopyocele and a squamous cell carcinoma of the maxillary sinus. The four patients had different clinical presentation and the medical and/or surgical approach varied among them. DISCUSSION: Clinical presentation of a preseptal and a postseptal cellulitis varies and these series of cases demonstrate these semiological differences. With them, we demonstrate the variability of diseases that may be associated and present with a periorbital edema. We also enhance the importance of a correct etiologic diagnosis to a correct therapeutic approach and of a multidisciplinary approach of these patients. It is crucial for the ophthalmologist to be aware of all signs and symptoms that the patient presents with, through a complete clinical history and a detailed objective evaluation, allowing the identification of the potentially severe cases, in which an orbital invasion might exist, leading to a correct orientation and proper treatment., INTRODUÇÃO: Quando o oftalmologista avalia um doente no Serviço de Urgência com edema periorbitário, a primeira abordagem deve ser direcionada para a distinção entre celulite periorbital/pré-septal e celulite orbitária/pós-septal. O exame objetivo apresenta achados valiosos que podem auxiliar nessa diferenciação. As principais causas da celulite são infecções bacterianas, mas causas não infecciosas também podem levar a ela. O principal objetivo deste trabalho é apresentar 4 casos clínicos de doentes com a mesma queixa clínica mas cujo diagnóstico, tratamento e seguimento foram substancialmente diferentes. CASOS CLÍNICOS: Dois dos casos clínicos apresentavam doentes diagnosticados com celulite pré-septal, o primeiro causado por um abscesso odontogénico e o outro causado por um Kerion celsi (uma infecção fúngica). Os dois últimos casos apresentavam pacientes com diagnóstico de celulite pós-septal causada por mucopiocele frontoetmoidal e carcinoma espinocelular de seio maxilar. Os quatro pacientes tiveram apresentação clínica diferente e a abordagem médica e/ou cirúrgica variou entre eles. CONCLUSÃO: A apresentação clínica de uma celulite pré-septal e pós-septal varia e esta série de casos demonstram essas diferenças semiológicas. Demonstramos a variabilidade de doenças que podem estar associadas e apresentar edema periorbitário. Salientamos ainda a importância de um correto diagnóstico etiológico para uma correta abordagem terapêutica e de uma abordagem multidisciplinar destes doentes. É fundamental que o oftalmologista esteja atento a todos os sinais e sintomas que o doente apresenta, através de uma história clínica completa e de uma avaliação objetiva detalhada, permitindo identificar os casos potencialmente graves, nos quais pode haver invasão orbitária, levando a uma orientação correta e um tratamento adequado.

Introdução: A toxocariase humana é uma doença parasitária causada pelas larvas de Toxocara canis ou Toxocara catis. A toxocariase ocular (TO), normalmente unilateral, atinge sobretudo crianças podendo causar uveíte, retinocoroidite, vitrite, endoftalmite e/ou papilite que levam geralmente à perda de visão no olho afectado. Caso Clínico: Os autores descrevem um caso clínico de TO numa criança de 7 anos de idade e com um follow-up de 10 anos, cuja evolução se apresenta. Discussão: A TO pode causar lesões irreversíveis nas estruturas intraoculares com perda da AV. A vitrectomia realiza-se quando existem complicações vítreo-retinianas. Quando realizada associa-se a um prognóstico de recuperação visual mais favorável. Este caso é um exemplo de sucesso do diagnóstico e tratamento cirúrgico atempado de TO., Revista Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, Vol. 37 N.º 2 (2013)