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Introdução: A síndrome de lise tumoral (SLT) é uma emergência oncológica de elevada mortalidade, causada por lise maciça de células neoplásicas e liberação de grande quantidade de eletrólitos e ácido úrico na circulação sistêmica. A clínica é marcada por injúria renal aguda, artrite gotosa e arritmias ventriculares fatais. Apesar de mais comum após início da terapia citotóxica de neoplasias hematológicas, também pode ocorrer de forma espontânea nesses ou em outros tumores de alta taxa proliferativa; essa última apresentação é rara, com poucos casos descritos na literatura. Relato de caso: Homem, 72 anos, lavrador, admitido por oligoartrite aguda, síndrome consumptiva e anasarca há 02 semanas, além de astenia há 05 meses. Negou patologias conhecidas. Ao exame físico, apresentava-se consumido, com mucosas hipocrômicas, petéquias em tronco, adenomegalia generalizada, anasarca e sinais de artrite em joelho direito e tornozelos. Os exames laboratoriais documentavam anemia normocítica, leucocitose com 30% de blastos, linfocitose, plaquetopenia, azotemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e hiperuricemia. Sedimento urinário com numerosos cristais de urato monossódico. A imunofenotipagem de sangue periférico revelou presença de 40% de células maduras da linhagem linfoide B, com expressão de marcadores CD10 e IgM, apontando para leucemização de Linfoma não-Hodgkin derivado de centro germinativo CD10+. Solicitada transferência para unidade onco-hematológica. A piora clínica impossibilitou a realização de biópsia ganglionar/medula óssea ou estudo citogenético/FISH. A despeito das medidas de hidratação, diureticoterapia, agente hipouricemiante e, em seguida, terapia substutiva renal, o paciente evoluiu a óbito por fibrilação ventricular. Discussão: A incidência real de SLT espontânea é desconhecida; há apenas 07 publicações na plataforma Pubmed desde 1992. O diagnóstico é feito pela presença de 2 ou mais dos critérios laboratoriais de Cairo-Bishop (ácido úrico > 8 mg/dL; potássio > 6 mEq/L; fósforo > 4,5 mg/dL; cálcio < 7 mg/dL ou mudança da linha de base em 25% nos elementos citados anteriormente). O manejo de SLT estabelecida frequentemente demanda internamento em unidade de terapia intensiva, e compreende hidratação agressiva (2-3L/m2/dia) com meta de diurese 4-6ml/kg/h, diureticoterapia, correção dos distúrbios eletrolíticos, terapia substutiva renal e agentes hipouricemiantes (alopurinol, febuxostat ou rasburicase). A mortalidade é elevada, podendo chegar a 79%. As principais causas de morte são arritmias (secundárias a hiperfosfatemia e hipercalemia) e injúria renal aguda. Conclusão: A SLT é uma emergência oncológica definida pelos critérios laboratoriais de Cairo-Bishop, de elevada mortalidade, que pode ocorrer de forma espontânea em neoplasias hematológicas e demanda terapêutica imediata com hidratação agressiva, diureticoterapia, agentes hipouricemiantes e, se necessário, terapia de substituição renal.

Introdução: A Leucemia Mielomonocítica Crônica (LMMC) é uma doença rara, mas com incidência anual de 2,5 por 100.000 indivíduos com mais de 70 anos. Considerada uma condição mista, com componente mieloproliferativo e mielodisplásico. tem prognóstico reservado, risco de progressão para Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e sobrevida média de 14 a 22 meses. Manifestações extra-medulares são incomuns e geralmente envolvem baço, fígado, pele e linfonodos. Relato de caso: Paciente masculino, de 60 anos, previamente hígido e sem comorbidades foi admitido em síndrome anêmica e consumptiva há um ano. Relatou poliartralgia migratória de grandes e pequenas articulações – proximais e distais – há um ano, de característica assimétrica, associada a dor, edema, calor local e redução da amplitude de movimento. Há cinco meses, iniciou perda ponderal não intencional e, há um mês, notou tumoração de crescimento progressivo em membro superior esquerdo. Ao exame físico, observou-se mucosas hipocrômicas, fígado e baço palpáveis a 2 cm do rebordo costal e presença de nodulação no terço médio do braço esquerdo – de 4,3 cm no maior diâmetro, doloroso, móvel, circundada por hiperemia e com calor local. Não apresentava sinais de artrite ou artropatia. Exames laboratoriais revelaram monocitose absoluta e relativa, sem blastos, plaquetopenia e Fator Antinuclear (FAN) reagente 1:320 com padrão nucleolar homogêneo. À hematoscopia, apresentou monocitose. Por fim, a imunofenotipagem de sangue periférico aliada ao anatomopatológico de medula óssea, confirmaram a LMMC. O tratamento foi iniciado com agentes alquilantes em serviço especializado em onco-hematologia, resultando em remissão completa dos sintomas constitucionais, articulares e da massa em braço esquerdo. Discussão: A artrite é responsável por 23% das manifestações extramedulares da LMMC. Nesse contexto, o FAN com padrão nucleolar homogêneo – além de indicativo de neoplasia em atividade – é altamente específico para autoimunidade. Ademais, um importante diagnóstico diferencial é a artrite gotosa por hiperuricemia secundária. Nesse contexto, o eritema nodoso predomina em membros inferiores e pode ser uma manifestação paraneoplásica de tumores hematológicos e sólidos, que possivelmente precede a doença de base. A lesão no braço esquerdo – que regrediu totalmente após o início de tratamento – é uma manifestação dermatológica rara de LMMC, cujo mecanismo é uma reação de hipersensibilidade tardia, do tipo IV. Vale destacar que tais manifestações cutâneas podem, inclusive, preceder os sinais iniciais de linfomas, leucemias e tumores sólidos. Conclusão: O presente relato ilustra uma apresentação rara e complexa da LMMC e destaca a relevância de considerar manifestações clínicas atípicas, como a poliartralgia e massas cutâneas, no diagnóstico diferencial. A remissão completa do quadro ao tratamento com agentes alquilantes ressalta a importância do diagnóstico e tratamento adequados. Além disso, a associação aqui descrita revela a importância da avaliação abrangente em pacientes com sintomas incomuns, contribuindo para um melhor entendimento e manejo dessa doença rara.

Objetivo: Analisar a descrição epidemiológica das mortes por Mieloma Múltiplo e neoplasias malignas de plasmócitos (CID 10 – C90), entre os anos de 2018 a 2022, no Brasil, com o objetivo de compreender os principais fatores correlacionados a essa mortalidade. Material e métodos: Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, cuja fonte de dados foi o Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM, disponíveis na plataforma DATASUS. A seleção de dados foi realizada por meio do processo de tabulação com as principais variáveis epidemiológicas disponíveis (faixa etária, sexo e cor/raça), no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Resultados: No Brasil, houve um total de 17.640 mortes por Mieloma Múltiplo e neoplasias malignas de plasmócitos, no espaço temporal analisado. As mortes por ano apresentaram números próximos, entre 3.407 e 3.679. Além disso, a mortalidade concentrou-se majoritariamente em indivíduos com mais de 40 anos de idade (98,9%). A diferenciação com relação ao sexo apresentou-se pequena, sendo que 52% foram do sexo masculino e 48% do sexo feminino. Considerando indivíduos com 40 anos ou mais, o número de óbitos de mulheres superou o de homens na faixa etária de 80 anos ou mais, sendo que nos decênios anteriores a quantidade de mortes masculinas foi maior. Quanto ao aspecto cor/raça, houve destaque para a cor/raça branca (56,77%), seguida pela parda (31,17%) e preta (8,83%). Discussão: Diante da grande repercussão em números de mortalidade dessas neoplasias e as consequências do avanço da doença, o diagnóstico deve ser realizado o mais precoce possível. Isso é necessário porque, atualmente, raramente o diagnóstico é realizado antes dos 40 anos de idade e quanto mais postergado, pior será o prognóstico do paciente. Outro fator relevante é o número superior de mortes de mulheres com 80 anos ou mais, uma vez que é, conforme a literatura, um reflexo da maior expectativa de vida e associação aos cuidados em saúde do sexo feminino em relação ao sexo masculino. Cabe salientar que mulheres enfrentam efeitos das alterações hormonais a partir da menopausa, os quais tornam ainda mais significativos os prejuízos ocasionados pelo Mieloma Múltiplo e neoplasias malignas de plasmócitos em diferentes órgãos, destacando-se estruturas musculares e ósseas. Os resultados do aspecto cor/raça estão de acordo com estudos na população brasileira, em que a maioria das mortes foi de indivíduos brancos. Conclusão: Em face dessa descrição epidemiológica das mortes por Mieloma Múltiplo e neoplasias malignas de plasmócitos, é possível confirmar a concentração de óbitos a partir da meia-idade, em torno dos 45 anos, em uma população em que a transição demográfica reflete um maior número de indivíduos mais velhos. De modo geral, são necessários avanços nas formas de diagnóstico precoce e no tratamento, visando aumentar a sobrevida e melhorar o prognóstico dessas doenças, principalmente no que tange ao acesso e às necessidades de serviços de saúde por homens e mulheres.

Objectives: This review aims to evaluate the impact of obesity on Bone Marrow Transplant (BMT) recipients diagnosed with Graft-Versus-Host Disease (GVHD), in different age groups. Material and methods: A search was carried out on the PubMed and Virtual Health Library platforms, using the descriptors “Graft-versus-Host Disease”and “Obesity”. Articles in English published between 2011 and 2021 were selected. Rayyan® and Microsoft Excel® software were used to select manuscripts and interpret results. Results: 47 articles were found. 7 duplicates and 32 articles that did not focus on the relationship between obesity and GvHD were removed. 8 articles were included in this study, of which 2 are meta-analyses and 6 are retrospective cohorts. 24.9% of BMT recipients are obese (Pereira et al., 2015). Fuji et al. (2015) points out that the three main prognostic nutritional factors in BMT are obesity, diabetes mellitus and liver dysfunction. In children, the meta-analysis by Yaseri et al. (2021) showed a higher prevalence of acute GvHD when compared to non-obese children (OR = 2.13, 95% CI: 1.5‒3.02, p < 0.001); while the work by Barker et al. (2011) showed a 1.55 times higher risk (95% CI: 1.00‒2.41; p = 0.05). The meta-analysis by Nakao et al. (2014), without age group restriction, obtained a relative risk of 1,186 (95% CI: 1,072–1,312) of acute GvHD in overweight individuals, compared to non-overweight patients. Another important criterion for discussion is acute post-BMT hyperglycemia, which is associated with a higher risk of acute GvHD, infection and mortality post-BMT (Fuji et al., 2015). In obese individuals, however, the study by Gebremedhin et al. (2013) concluded that, in these individuals, unlike non-obese individuals, severe hyperglycemia, developed in 30.5% of patients, did not significantly affect the risk of acute GvHD (none of the 34 obese subjects developed GvHD). The only study addressing geriatric obesity regarding the risk of GvHD states that there is no difference in the incidence of acute and chronic GvHD between obese and non-obese elderly people, one year after BMT (Voshtina et al., 2019). Discussion: Obesity is a global problem, and 12.5% of individuals are obese (PAHO, 2024). The studies retrieved indicate that there is a higher prevalence of this comorbidity in BMT recipients than in the general population. There are important variances in the values obtained for the relationship between obesity in BMT recipients and the development of GvHD, with one of the main factors involved in this difference being the age group of the patients. Acute hyperglycemia is harmful to newly transplanted patients, increasing the risk of GVHD, infections and BMT complications, and is intrinsically related to oxidative stress proposed by the release of chemokines. The study of a possible protective factor in obesity against the damage caused by acute hyperglycemia, especially regarding the risk of developing acute GvHD, deserves special attention from Onco-hematology. Conclusion: Obesity is a very likely and well-founded risk factor for the development of GvHD, and its prevalence is increased in BMT recipients. The care of obese patients, in specialized BMT services, involves increased attention to the risk of GvHD, which reduces quality of life, increasing the risk of infections and general mortality.

Objetivo: Descrever a importância da liga acadêmica de hematologia e hemoterapia para complementar a formação de estudantes de medicina de metodologia ativa. Relato de experiência: A metodologia PBL (“Problem-Based Learning”), adotada por muitas faculdades de medicina no Brasil, é uma forma de ensino-aprendizagem ativa, em que a construção do conhecimento ocorre centrada no estudante. Os conteúdos ofertados na área da hematologia e hemoterapia estão concentrados em poucos módulos temáticos. O estudante é colocado para buscar informações acerca de áreas tão complexas como a hematologia e a hemoterapia, em um curto período, acarretando prejuízos na aprendizagem. Isso dificulta tanto a fixação de conhecimentos teóricos, quanto a experiência prática nessas áreas da medicina. Nessa perspectiva, a liga acadêmica torna-se um colaborador importante na complementação da formação do estudante. A partir da fomentação de conferências abordando diversos conteúdos em hematologia e hemoterapia, de estágios extracurriculares supervisionados por médico hematologista e capacitações, o estudante consegue adquirir o embasamento necessário para uma formação mais qualificada. As conferências são ministradas por especialistas convidados, em formato assíncrono ou síncrono, e têm como temática uma patologia hematológica. Por sua vez, os estágios extracurriculares voluntários possibilitam que os ligantes acompanhem a orientadora da liga, uma hematologista, na prática clínica em um hospital geral de referência. Isso permite que os discentes recebam fundamentação teórica acerca de fisiopatologia, quadro clínico, semiologia e tratamento de diversas doenças hematológicas e procedimentos em hemoterapia. Discussão: As contribuições ofertadas por uma liga acadêmica são importantes para a ampliação do conhecimento e para a vivência acadêmica dos estudantes em uma graduação tão complexa e diversa como a medicina. Além disso, a tendência de um perfil de aluno mais proativo na busca do saber enaltece a importância que as ativadas extracurriculares promovidas por ligas acadêmicas possuem. Em se tratando do PBL, a liga acadêmica de hematologia e hemoterapia fornece valiosas informações e experiências para preencher muitas lacunas na construção do conhecimento, as quais não são ofertadas aos estudantes desse método pelas atividades curriculares, como acontece no modelo tradicional. A partir do envolvimento com a liga de hematologia e hemoterapia, o estudante apreende e fixa melhor o conteúdo aprendido durante as exposições teóricas e o acompanhamento prático do serviço hematológico, principalmente a respeito de patologias muito prevalentes nessa área, como anemias, leucemias, linfomas e trombocitopenias. Vale ressaltar que são conteúdos relevantes não só para o médico hematologista, como também para o médico generalista. Conclusão: Assim, o componente extracurricular desenvolvido pelas ligas acadêmicas possui relevância notória no ensino-aprendizagem nas faculdades que adotam a metodologia ativa de ensino, uma vez que complementam a grade curricular obrigatória. Para além disso, a vivência orientada da rotina hematológica nos serviços de saúde é substrato indispensável para qualificar a formação dos estudantes, os quais serão futuros trabalhadores de saúde.

Objetivos: O III Simpósio Teórico de Exames Laboratoriais foi criado para suprir a falta de estudos aprofundados em Hematologia durante a formação acadêmica de profissionais da saúde. O evento visou disseminar conhecimento sobre a hematologia a partir dos exames laboratoriais, contribuindo para a formação acadêmica e prática dos estudantes de medicina. Dessa forma, o presente resumo objetiva relatar o processo de criação de um simpósio online sobre exames laboratoriais, bem como apresentar reflexões acerca disso. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência. O simpósio foi realizado remotamente em dois dias, organizado por estudantes de medicina da Liga Acadêmica de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). As palestras foram ministradas por especialistas (hematologistas, nefrologista e hepatologista) e transmitidas por plataformas digitais, como Youtube. Resultados: O evento contou com 673 visualizações no primeiro dia e 390 no segundo, com total de 366 inscritos. Os temas abordados incluíram alterações eritrocitárias e leucocitárias do hemograma, gamopatias monoclonais, interpretação de eletroforese de proteínas, função renal e hepática, e análise laboratorial do perfil de ferro. O material teórico produzido pelos ligantes sobre os temas foi disponibilizado para todos os participantes. A transmissão online permitiu um alcance significativo de estudantes de diversas regiões do Brasil. Discussão: A realização de eventos científicos online ganhou destaque durante a pandemia, evidenciando vantagens como maior alcance e baixo custo. A experiência prévia dos organizadores em edições anteriores facilitou o planejamento e execução do simpósio. A escolha dos temas foi baseada em sua relevância clínica, com destaque para o hemograma, devido à sua importância no diagnóstico e prognóstico de diversas patologias. A função hepática e a análise do perfil de ferro também foram discutidos, ressaltando a importância de entender esses exames para a prática médica. A utilização de plataformas digitais, como Instagram e Telegram, foi essencial para a divulgação e comunicação com o público. A realização de um evento como este é de extrema necessidade, uma vez que contribui para a disseminação do assunto e para a formação acadêmica de estudantes da área da saúde, sobretudo, os de medicina. Assim, o simpósio agiu como facilitador para os estudantes entenderem as bases da hematologia por meio dos exames laboratoriais, funcionando como uma porta de entrada para despertar o interesse dos estudantes sobre essa área. Conclusão: O III Simpósio Teórico de Exames Laboratoriais destacou a importância da disseminação de conhecimento em Hematologia para estudantes de saúde, contribuindo para a formação acadêmica e prática. A modalidade online permitiu um alcance democrático e significativo de ouvintes, e a experiência de organizar o evento foi enriquecedora para os estudantes envolvidos. O sucesso do simpósio reforça a necessidade de promover mais eventos semelhantes, visando a educação continuada e a qualificação dos futuros profissionais de saúde.

Introdução: A hematologia é uma especialidade clínica crucial para a população, lidando com o diagnóstico e tratamento de doenças sanguíneas. Apesar disso, apenas 0,7% dos médicos especialistas optaram por essa área, conforme a Demografia Médica Brasileira de 2023. Diante disso, estágios para alunos de graduação desde o início do curso de medicina são uma ferramenta para aumentar a exposição e o interesse dos estudantes na área. Objetivo: Descrever a experiência de alunos de medicina do primeiro ao quarto ano nas vivências proporcionadas por estágios em ambulatório hematológico. Métodos: Os estágios foram oferecidos pela Liga Acadêmica de Hematologia e Hemoterapia (LAHEMO) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), sob supervisão da docente orientadora no Hospital Geral Clériston Andrade. O acompanhamento ocorreu uma vez por semana durante um ano (2023-2024), com rotações de dois alunos por dia. No total, cinco alunos participaram, abrangendo do primeiro ao quarto ano da graduação da UEFS. Relato de experiência: Os estagiários acompanharam os internos do curso da UEFS, supervisionados pela docente orientadora, nas consultas ambulatoriais. Nessas experiências, puderam observar e participar do raciocínio clínico, desde a anamnese e exame físico até a discussão dos casos com a professora. A condição mais frequentemente lembrada pelos estudantes foi a anemia, especialmente a anemia falciforme, altamente prevalente na Bahia e no Nordeste. Além disso, os alunos acompanharam casos mais complexos, como doença do enxerto. Discussão: A experiência prática foi inestimável para o desenvolvimento dos discentes. O início precoce, envolvendo alunos do primeiro e segundo ano, fomentou o interesse pela hematologia e os preparou com bagagem clínico-prática para o estudo teórico subsequente. Não só isso, o contato com a prática de anamnese e exame físico foi significativo para os alunos do ciclo básico e a discussão de casos reais auxiliou na consolidação do conhecimento no ciclo clínico. Além disso, a experiência incentivou os alunos a aprofundarem seus estudos individuais e coletivos sobre o tema – e a liga promoveu palestras e cursos sobre tópicos de maior interesse, como a interpretação de exames laboratoriais. Por fim, mesmo que nem todos os discentes sigam para a hematologia, a experiência aprimorou o conhecimento sobre o tema, o que há de ter impacto positivo na saúde da população – por exemplo, ao aumentar o contato com pacientes de anemia falciforme, prevalente na região da Universidade. Conclusão: Em suma, a vivência discente no estágio ambulatorial em hematologia desempenhou um papel importante no desenvolvimento clínico e na motivação para o estudo teórico. O acompanhamento de casos reais e complexos despertou o interesse pela hematologia e capacitou os alunos para lidar com afecções frequentes na região, como a anemia falciforme. Além disso, a prática ajudou na consolidação do conhecimento teórico e incentivou o aprofundamento dos estudos, promovendo uma formação mais robusta e integrada, contribuindo significativamente para a preparação e consciência dos alunos.

Introdução: Anemia ferropriva é definida pela Organização Mundial de Saúde como a contagem da hemoglobina sanguínea abaixo do normal por carência de ferro, gerando redução da capacidade cognitiva, entre outros prejuízos à saúde como fadiga e fraqueza. Por se tratar de uma afecção carencial e, portanto, evitável, urge conhecer o perfil epidemiológico e quantificar o dispêndio desse agravo para justificar e planejar ações em saúde. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e os gastos do Sistema Único de Saúde com internações por anemia ferropriva no Brasil, entre os anos de 2019 a 2023. Métodos: Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), coletados da plataforma DATASUS. Os dados de internações e de gastos financeiros por esse agravo, entre janeiro de 2019 a dezembro de 2023, foram analisados pelo Microsoft Excel e fez-se o teste de correlação de Pearson via software R. Resultados: No período foram registradas 62.978 internações no Brasil, com maior incidência em pessoas do sexo feminino (58,3%), na faixa etária acima de 40 anos (76,3%) – principalmente de 70 a 79 anos (17,4% do total) e 80 anos ou mais (17,7% do total) – e na etnia parda (41,4%), seguida da branca (34%). A análise das internações por região revela que 41,4% se deram no Sudeste, 26,2% no Nordeste, 15,9% no Sul, 8,4% no Norte e 8,2% no Centro-Oeste. Por unidades da federação, as internações concentraram-se em São Paulo (23,2%), seguido de Minas Gerais (11,5%), Paraná (7,2%) e Bahia (7,0%). No que tange o dispêndio financeiro no período, R$27.288.876,61 foram gastos nessas internações e nota-se – apesar de discreta queda de 0,1% em 2020 – tendência estatisticamente significante de aumento com a progressão dos anos, corroborada por um alto coeficiente de correlação de Pearson (r = 0,9686, IC95% = [0,593; 0,998], valor-p = 0,006663), que indica uma forte associação linear positiva entre as variáveis. No início do período, foram gastos R$4.310.584,38 com 10.983 internações enquanto ao final foram R$6.782.648,32 com 14.657 internações – um aumento médio anual de R$618.015,99 e 919 internações. Além disso, o valor investido foi maior nas regiões e estados com maior incidência de internações. Discussão: Nota-se que os resultados apresentados concordam com a literatura científica. Observa-se mais internações no sexo feminino, possivelmente relacionado à significante perda sanguínea na menstruação; a predominância de idosos dentre os internados pode se associar ao maior uso de medicamentos, capazes de alterar o metabolismo do ferro, nesse grupo. Por outro lado, apesar de a literatura relatar maior prevalência do agravo no Nordeste e Centro-Oeste, encontrou-se maior número de internações no Sudeste, o que pode ser atribuído a um maior acesso a recursos nessa região. Por fim, a inesperada, ainda que discreta, queda nas internações e valor gasto no ano de 2020 podem associar-se a uma relutância em buscar serviços de saúde devido à pandemia de COVID-19. Conclusão: O perfil epidemiológico da anemia ferropriva no Brasil é de indivíduos do sexo feminino, maiores de 40 anos, pardos e a maioria das internações ocorreu no Sudeste. Ainda, o custo devido à crescente incidência de internações por esse agravo revela necessidade de maior investimento em medidas preventivas à carência de ferro, a fim de evitar internações, o que há de poupar gastos e promover a saúde da população.

Introdução e objetivo: A tromboprofilaxia refere-se ao uso de intervenções farmacológicas ou mecânicas para prevenir a formação de trombos em pacientes com risco aumentado de tromboembolismo venoso (TEV). Em pacientes com leucemia linfoblástica aguda (LLA), a tromboprofilaxia é relevante para prevenir complicações tromboembólicas. O objetivo deste trabalho é avaliar o benefício de realizar a tromboprofilaxia de rotina em crianças com LLA. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão literária realizada mediante análise de artigos publicados entre os anos de 2015 e 2024, escritos na língua inglesa, obtidos por meio da base de dados PubMed. Utilizaram-se as palavras-chave: (Thromboprophylaxis) AND (Children or Child) AND (Acute lymphoid leukemia OR Precursor Cell Lymphoblastic Leukemia-Lymphoma). Resultados: Podem ocorrer complicações durante a terapia de indução e consolidação na LLA, principalmente devido ao risco elevado de TEV associado ao uso de asparaginase, um componente essencial da quimioterapia realizada, que induz um estado de hipercoagulabilidade através da depleção de proteínas anticoagulantes e fibrinolíticas. Essa profilaxia é realizada utilizando fármacos anticoagulantes. A Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM), que é frequentemente utilizada e demonstrou reduzir significativamente a incidência de TEV em comparação com a heparina não fracionada. A suplementação de antitrombina também mostrou eficácia na redução do risco de tromboembolismo. Embora seja uma opção, a heparina não fracionada tem sido associada a um risco maior de TEV em comparação com a enoxaparina e a antitrombina. A apixabana ainda não tem seu uso bem estabelecido na pediatria. Discussão: Estudos recentes demonstraram que a profilaxia com HBPM, especificamente enoxaparina, ou antitrombina pode reduzir significativamente a incidência de TEV em comparação com a heparina não fracionada. A incidência de tromboembolismo foi menor nos grupos que receberam enoxaparina (3,5%) ou antitrombina (1,9%) em comparação com a heparina não fracionada (8,0%). Uma revisão sistemática e meta-análise também indicou que a HBPM é eficaz e segura na prevenção de TEV em crianças com câncer, incluindo aquelas com LLA. No entanto, a evidência sobre a eficácia de outras modalidades de profilaxia, como a reposição de antitrombina ou antagonistas da vitamina K, é menos conclusiva. Em contraponto, observou-se que os pacientes designados para anticoagulação profilática com apixabana, em comparação com o tratamento padrão sozinho, tiveram taxas semelhantes de trombose venosa sintomática e trombose venosa assintomática. Episódios de sangramento não graves (principalmente epistaxe) ocorreram com mais frequência no grupo apixabana. Esses dados não apoiam o uso rotineiro de tromboprofilaxia em crianças com LLA, embora possa ser justificado em pacientes selecionados com fatores de risco adicionais para trombose. Conclusão: A profilaxia com enoxaparina pode ser recomendada para crianças e adolescentes com LLA durante a terapia de indução, especialmente em pacientes com fatores de risco adicionais para TEV. A dosagem típica de enoxaparina é de 85 UI/kg uma vez ao dia, conforme investigado em estudos clínicos. A decisão de iniciar a profilaxia deve ser individualizada, considerando os riscos e benefícios para cada paciente. Estudos adicionais estão em andamento para avaliar a eficácia e segurança da profilaxia com HBPM em um desenho randomizado, o que pode fornecer mais dados robustos no futuro.

Introdução/objetivos: O desenvolvimento de inibidores de checkpoint imunológico (ICI) vem se mostrando como um grande avanço no arsenal terapêutico anticâncer. A utilização de agentes imunoterápicos anti PD-1, como pembrolizumabe e nivolumabe, vem revolucionando o tratamento do melanoma e outros tumores sólidos. Por esse motivo, há grande interesse na investigação da aplicabilidade desse tipo de terapia em neoplasias hematológicas. Nesse sentido, o presente estudo visa revisar a literatura a respeito da eficácia e do impacto do uso de inibidores de checkpoint imunológicos PD-1 e PD-L1 no tratamento da Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Material e métodos: Trata-se de uma revisão de literatura realizada por meio da análise de artigos publicados entre os anos de 2014 e 2024, escritos em língua inglesa, obtidos mediante busca na base de dados PubMed. Para tal, foram utilizados os descritores (“Acute Myeloid Leukemia” OR “AML”) AND (“PD-1” OR “PD-L1” OR “Programmed Death-1”) AND (“Checkpoint Inhibitor” OR “Immune Checkpoint Inhibitors” OR “Immune Checkpoint” OR “Checkpoint Blockade”). Resultados: Apesar de revolucionário no tratamento de certos tipos de neoplasia, o uso de inibidores de PD-1 e PD-L1 em monoterapia para a LMA demonstrou resultados desanimadores. No entanto, o seu uso em combinação com agentes hipometilantes (AHM), como azacitidina e decitabina, demonstrou resultados clínicos promissores, especialmente em pacientes idosos e em cenários de doença refratária ou recidivada. Tal combinação pode ajudar a superar a resistência ao tratamento, bem como melhorar a resposta imunológica contra as células leucêmicas. Observou-se grande potencial no uso desses agentes para prevenir ou tratar a recidiva pós-transplante, potencialmente melhorando a vigilância imunológica e reduzindo a doença residual mínima. Além disso, estudos demonstram que a superexpressão de PD-1 e PD-L1 na LMA é comumente associada a desfechos clínicos desfavoráveis, o que sugere possível utilidade na inibição desses checkpoints imunológicos. Discussão: A agressividade e a rápida progressão da LMA comumente não permite que o sistema imune desenvolva uma resposta antileucêmica apropriada, o que justifica em partes a ineficácia da imunoterapia para essa doença. Já os agentes hipometilantes, muito utilizados em pacientes que não são candidatos a terapia de indução intensa padrão atual e em pacientes refratários, têm a capacidade de aumentar a expressão de PD-1 em células T, criando um mecanismo de resistência. O uso da imunoterapia anti-PD-1 nesse cenário é eficaz para transpor tal resistência. O uso de biomarcadores poderá ser útil na escolha personalizada de pacientes que se beneficiariam do uso de ICI. Conclusão: A utilização de inibidores de checkpoint imunológico PD-1 e PD-L1 no tratamento da LMA não atendeu às altas expectativas, mas tem se demonstrado promissora quando utilizada em combinação com agentes hipometilantes, propiciando melhores desfechos clínicos para grupos específicos de pacientes, como idosos, recidivados, refratários e pós-transplante. Estudos mais robustos são necessários para compreender em quais contextos os ICI ofereceriam melhores resultados, no entanto, tal terapia se mostra como uma ampliação promissora do tão limitado arsenal terapêutico para a LMA.

Material e métodos: Foram analisados 50 casos clínicos de patologias hematológicas indicados por hematologistas. Os casos foram divididos em dois grupos: 25 afecções comuns e 25 raras. Relatos de casos, publicados entre 2018 e 2024 nas bases UpToDate, Science Direct, PubMed e Cochrane, foram distribuídos aleatoriamente entre seis estudantes de medicina. Os estudantes inseriram os casos no Google e no ChatGPT 4.0, incluindo entre 3 e 6 sinais, sintomas ou resultados de exames laboratoriais, seguido da pergunta “Qual é o provável diagnóstico? ”. Os resultados foram classificados como “diagnóstico correto”, “diagnóstico diferencial” ou “diagnóstico incorreto”. A adequação das respostas foi avaliada de forma cega e randômica por um grupo de estudantes. Resultados: Para os casos comuns, o Google identificou corretamente 36% dos diagnósticos, forneceu diagnóstico diferencial em 24% e classificou erroneamente 40%. O ChatGPT 4.0 obteve 56% de diagnósticos corretos, forneceu diagnóstico diferencial em 28% e errou 16% das vezes. Nos casos raros, o Google acertou 32%, fez diagnóstico diferencial em 36% e errou 33%. O ChatGPT 4.0 classificou corretamente 44%, ofereceu diagnóstico diferencial em 32% e errou 24%. Discussão: O ChatGPT 4.0 superou o Google em precisão diagnóstica para ambos os tipos de afecções. Esses resultados estão alinhados com estudos anteriores que avaliam o desempenho de modelos de linguagem em contextos médicos. Embora o ChatGPT tenha mostrado boa precisão em diagnósticos básicos, ainda enfrenta desafios em patologias raras, sugerindo que, apesar de sua eficácia na recuperação de informações e gestão clínica básica, ele pode ter dificuldades com análises mais complexas. Conclusão: O ChatGPT 4.0 apresentou maior acurácia diagnóstica em comparação com o Google nos cenários analisados. Apesar de ser mais preciso em casos comuns, o modelo ainda mostrou limitações em patologias raras. Esses resultados indicam o potencial do ChatGPT para uso em educação e telemedicina, mas sugerem a necessidade de mais estudos e testes aprofundados para melhorar a precisão diagnóstica, especialmente para patologias menos comuns.

Objetivos: Avaliar os estudos mais recentes atinentes à utilização de nanomateriais no contexto de uma terapia dirigida contra a leucemia. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão de literatura, de natureza descritiva, frente à análise de artigos publicados, entre os anos de 2020 e 2024, nas bases de dados PubMed e Cell Press Journals. Para isso, utilizou-se os descritores em inglês “nanomaterials”, “target therapy”e “leukemia”. Após passar pelos critérios de inclusão e exclusão, o estudo resultou em uma amostra total de cinco artigos de revisão selecionados: três (3) do PubMed e dois (2) do Cell Press Journals. Resultados: As terapias atuais evidenciadas no tratamento da leucemia abrangem, principalmente, a quimioterapia, a radioterapia, o transplante de células-tronco, a imunoterapia e a terapia direcionada. Nesse aspecto, o surgimento de novas interfaces terapêuticas – como o uso de nanomateriais – representa um avanço proeminente para a melhoria dos resultados terapêuticos. Esses materiais são compostos por partículas que possuem tamanho inferior a 1000 nm e detêm propriedades físicas, químicas e biológicas singulares, as quais conferem reatividade aprimorada, maior absorção celular e alta relação área de superfície/volume. Os estudos pontuam, quanto ao mecanismo de ação dos nanomateriais, a sua reverência em possibilitar a administração direcionada de medicamentos. Essas nanopartículas podem atuar como ligantes ou anticorpos que se ligam, de forma seletiva, às células cancerígenas e administram, no local do tumor, medicamentos de forma direta. Ainda quanto à farmacodinâmica dessas partículas, os nanomateriais também podem liberar medicamentos de forma controlada, podendo prolongar a ação de quimioterápicos. Essas partículas conseguem, também, aumentar a absorção e o transporte de medicamentos através das membranas celulares, auxiliando no combate à resistência a múltiplos medicamentos. Discussão: O uso de nanomateriais em terapias dirigidas à leucemia é de suma importância, tendo em vista os seus benefícios para a maior eficácia terapêutica. Uma abordagem inovadora utiliza nanopartículas de ouro como carreadores de doxorrubicina, um medicamento quimioterápico. Ao serem ativadas por laser, essas nanopartículas liberam esse fármaco de forma controlada, direcionando-o para células cancerígenas, permitindo, assim, um tratamento mais personalizado. Fora isso, esses materiais também podem aumentar a sensibilidade e a especificidade de exames de imagem, como a RM e a TC. As propriedades fluorescentes, magnéticas e ópticas desses nanomateriais permitem a visualização direta e indireta de tumores. Por exemplo, nanopartículas de ouro funcionalizadas com peptídeos específicos permitem a visualização de células cancerígenas por TC. Contudo, empecilhos podem ser notados quanto à aplicabilidade do uso das nanopartículas no tratamento da leucemia, haja vista que a síntese de nanomateriais com características uniformes e reprodutíveis é complexa e pode ser difícil de escalar para produção em massa. Conclusão: Portanto, a nanotecnologia empregada na terapia direcionada à leucemia pode trazer oportunidades e aplicações específicas. Atrelada a isso, a administração de fármacos nanomédicos tem forte potencial terapêutico e desempenha funções farmacodinâmicas e farmacocinéticas importantes para a maximização de tecnologias terapêuticas emergentes no combate à leucemia.

Introdução/objetivos: A policitemia vera (PV) é uma doença mieloproliferativa crônica que afeta principalmente indivíduos idosos e é caracterizada pela proliferação independente de citocinas de precursores mielóides, afetando principalmente a linhagem eritróide e levando ao acúmulo excessivo de eritrócitos no sangue periférico. Muitos pacientes também apresentam granulócitos e plaquetas circulantes aumentados. A presença da mutação JAK2V617F é encontrada em aproximadamente 95% dos pacientes com PV e está associada a várias características clínicas e complicações da doença. Tal mutação, localizada no gene JAK2 no cromossomo 9 (banda p24), envolve a substituição de valina por fenilalanina na posição 617 da proteína JAK2. Essa alteração leva à ativação constante da proteína e está associada a neoplasias mieloproliferativas como policitemia vera, trombocitemia essencial e mielofibrose primária. Este estudo tem como objetivo revisar a literatura sobre o impacto das mutações JAK2V617F no prognóstico e tratamento da PV, destacando sua relevância clínica e terapêutica. Material e métodos: Esta revisão integrativa realizada em junho de 2024, incluiu uma busca nas bases PUBMED e Cochrane Library usando os descritores “polycythemia vera”, “JAK2”, “prognosis” e “treatment”“. Foram considerados artigos completos, gratuitos, em inglês, publicados entre 2004 e 2024. A pergunta orientadora foi: “Qual o impacto das mutações JAK2V617F no prognóstico e tratamento da policitemia vera? ”. Artigos fora do escopo, duplicatas, revisões simples, relatos de casos foram excluídos. Dos 28 artigos encontrados, 6 preenchiam os critérios de inclusão e foram selecionados para essa revisão. Resultados: A carga alélica da mutação (VAF) JAK2V617F é crucial para a PV, pois seus altos níveis aumentam o risco de trombose, mielofibrose e leucemia mieloide aguda. Outras mutações, como SRSF2, IDH2 e U2AF1, podem piorar o prognóstico. A terapia inicial para PV é flebotomia e aspirina, com hidroxiuréia e interferon peguilado para casos graves, e busulfan e ruxolitinib como alternativas. A hidroxiuréia controla bem a doença sem aumentar o risco de leucemia. A redução de JAK2V617F não indica modificação da doença, a menos que haja remissão citogenética e morfológica. Discussão: Os achados sugerem que a mutação JAK2V617F é crucial para o prognóstico e manejo da PV. A VAF dessa mutação é um fator chave nos desfechos clínicos, com seus altos níveis associados a um maior risco de complicações e morte, especialmente quando combinados com uma elevada contagem de leucócitos no diagnóstico. Outras mutações podem piorar o prognóstico, destacando a importância do monitoramento contínuo e manejo agressivo. Tal mutação está também ligada a eventos de recombinação mitótica e células homozigotas, afetando a dinâmica clonal e a gravidade da doença. Atualmente, as terapias para PV focam na prevenção de eventos trombóticos e na manutenção de contagens hematológicas seguras. A redução da carga alélica de JAK2V617F não é um indicador confiável de modificação da doença, mas sua diminuição está associada a melhores desfechos, incluindo menor risco de trombose e progressão da doença. Conclusão: A mutação JAK2V617F é um marcador importante na PV, influenciando diretamente o prognóstico e as estratégias de tratamento. A revisão da literatura destaca a importância de abordagens terapêuticas individualizadas baseadas na carga alélica de JAK2V617F e outras mutações concomitantes para otimizar os resultados clínicos e reduzir o risco de complicações graves.

Introduction/objectives: Sickle cell disease (SCD) is the most common monogenic blood disorder worldwide, causing reduced life expectancy to the patients. The innovative CRISPR-Cas9 gene-editing technology, pioneered by Jennifer Doudna and Emmanuelle Charpentier, has emerged as a potential curative treatments for SCD. This review aims to comprehensively explore the latest advancements in CRISPR-Cas9 for SCD treatment. Methods: This is a literature review carried out through the analysis of articles published between 2016 and 2024 obtained through a search in the PubMed database. The descriptors used were: (Sickle cell disease) AND (CRISPR). A total of 12 articles were selected based on these criteria. Results: The development and regulatory approvals of therapeutic CRISPR-Cas9 for patients with SCD has been crucial in improving curative treatment options. This gene therapy involves targeting the BCL11A erythroid-specific enhancer to induce the expression of fetal hemoglobin (HbF), which can alleviate the clinical manifestations of this hemoglobinopathy. This approach aims to correct the genetic defect at its source, offering a potential functional cure for SCD. Discussion: Sickle cell disease (SCD) is a group of inherited red blood cell disorders characterized by the production of abnormal hemoglobin, specifically hemoglobin S (HbS). This genetic defect is caused by a point mutation in the β-globin gene on chromosome 11, and leads the hemoglobin molecules to polymerize under low oxygen conditions, resulting in the deformation of red blood cells into a rigid, sickle shape. Besides hemoglobin polymerization, the pathophysiology of SCD involves: vaso-occlusive crisis, hemolytic anemia, splenic dysfunction and organ damage. This can result in ischemia, tissue damage, and severe pain. Chronic vaso-occlusion and microinfarctions can cause damage to various organs, including the liver, kidneys, lungs, and bones. SCD is managed through a combination of symptomatic treatments, disease-modifying therapies, but curative treatment options for SCD remain very limited. Symptomatic treatments include hydroxyurea, which increases fetal hemoglobin (HbF) levels, reducing vaso-occlusive crises; L-glutamine, Voxelotor and Crizanlizumab. The only established curative treatment was allogeneic hematopoietic stem cell transplantation (HSCT), but this option is limited by donor availability and risks of graft-versus-host disease. Therefore, CRISPR-Cas9 technology has a great potential as a curative treatment of SCD, once his approach has shown promising results in clinical trials, with patients achieving high levels of HbF and significant clinical improvements, including the elimination of vaso-occlusive episodes. These studies led to important regulatory agents approvals in Europe and the USA. Conclusion: CRISPR-Cas9 therapy has a great potential to provide a durable and potentially curative treatment for SCD. By reactivating HbF production, CRISPR-Cas9 can mitigate the pathophysiological effects of HbS polymerization, thereby reducing the frequency of vaso-occlusive crises and improving overall hematologic parameters. This represents a significant advancement over traditional treatments, which primarily focus on symptom management and reducing complications, leading to significant clinical benefits and offering a promising therapeutic avenue for this debilitating disease.

BackgroundComplex transmission models of healthcare-associated infections provide insight for hospital epidemiology and infection control efforts, but they are difficult to implement and come at high computational costs. Structuring more simplified models to incorporate the heterogeneity of the intensive care unit (ICU) patient-provider interactions, we explore how methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) dynamics and acquisitions may be better represented and approximated.MethodsUsing a stochastic compartmental model of an 18-bed ICU, we compared the rates of MRSA acquisition across three ICU population interaction structures: a model with nurses and physicians as a single staff type (SST), a model with separate staff types for nurses and physicians (Nurse-MD model), and a Metapopulation model where each nurse was assigned a group of patients. The proportion of time spent with the assigned patient group (γ) within the Metapopulation model was also varied.ResultsThe SST, Nurse-MD, and Metapopulation models had a mean of 40.6, 32.2 and 19.6 annual MRSA acquisitions respectively. All models were sensitive to the same parameters in the same direction, although the Metapopulation model was less sensitive. The number of acquisitions varied non-linearly by values of γ, with values below 0.40 resembling the Nurse-MD model, while values above that converged toward the Metapopulation structure.DiscussionInclusion of complex population interactions within a modeled hospital ICU has considerable impact on model results, with the SST model having more than double the acquisition rate of the more structured metapopulation model. While the direction of parameter sensitivity remained the same, the magnitude of these differences varied, producing different colonization rates across relatively similar populations. The non-linearity of the model's response to differing values of a parameter gamma (γ) suggests simple model approximations are appropriate in only a narrow space of relatively dispersed nursing assignments.ConclusionSimplifying assumptions around how a hospital population is modeled, especially assuming random mixing, may overestimate infection rates and the impact of interventions. In many, if not most, cases more complex models that represent population mixing with higher granularity are justified.

Self-collected specimens can expand access to SARS-CoV-2 testing. At a large inner-city hospital 1,082 participants self-collected saliva and anterior nasal swab (ANS) samples before healthcare workers collected nasopharyngeal swab (NPS) samples on the same day. To characterize patient preferences for self-collection, this investigation explored ability, comfort, and ease of ANS and saliva self-collection for SARS-CoV-2 testing along with associated patient characteristics, including medical history and symptoms of COVID-19. With nearly all participants successfully submitting a specimen, favorable ratings from most participants (at least >79% in ease and comfort), and equivocal preference between saliva and ANS, self-collection is a viable SARS-CoV-2 testing option.

We aimed to describe frequency of COVID-19 exposure risk factors among patients presenting for medical care at an urban, public hospital serving mostly uninsured/Medicare/Medicaid clients and risk factors associated with SARS-CoV-2 infection. Consenting, adult patients seeking care at a public hospital from August to November 2020 were enrolled in this cross-sectional investigation. Saliva, anterior nasal and nasopharyngeal swabs were collected and tested for SARS-CoV-2 using RT-PCR. Participant demographics, close contact, and activities ≤14 days prior to enrollment were collected through interview. Logistic regression was used to identify risk factors associated with testing positive for SARS-CoV-2. Among 1,078 participants, 51.8% were male, 57.0% were aged ≥50 years, 81.3% were non-Hispanic Black, and 7.6% had positive SARS-CoV-2 tests. Only 2.7% reported COVID-19 close contact ≤14 days before enrollment; this group had 6.79 adjusted odds of testing positive (95%CI = 2.78–16.62) than those without a reported exposure. Among participants who did not report COVID-19 close contact, working in proximity to ≥10 people (adjusted OR = 2.17; 95%CI = 1.03–4.55), choir practice (adjusted OR = 11.85; 95%CI = 1.44–97.91), traveling on a plane (adjusted OR = 5.78; 95%CI = 1.70–19.68), and not participating in an essential indoor activity (i.e., grocery shopping, public transit use, or visiting a healthcare facility; adjusted OR = 2.15; 95%CI = 1.07–4.30) were associated with increased odds of testing positive. Among this population of mostly Black, non-Hispanic participants seeking care at a public hospital, we found several activities associated with testing positive for SARS-CoV-2 infection in addition to close contact with a case. Understanding high-risk activities for SARS-CoV-2 infection among different communities is important for issuing awareness and prevention strategies.

There are limited data describing SARS-CoV-2-specific immune responses and their durability following infection and vaccination in nursing home residents. We conducted a prospective longitudinal evaluation of 11 consenting SARS-CoV-2-positive nursing home residents to evaluate the quantitative titers and durability of binding antibodies detected after SARS-CoV-2 infection and subsequent COVID-19 vaccination. The evaluation included nine visits over 150 days from October 25, 2020, through April 1, 2021. Visits included questionnaire administration, blood collection for serology, and paired anterior nasal specimen collection for testing by BinaxNOW™ COVID-19 Ag Card (BinaxNOW), reverse transcription polymerase chain reaction (RT-PCR), and viral culture. We evaluated quantitative titers of binding SARS-CoV-2 antibodies post-infection and post-vaccination (beginning after the first dose of the primary series). The median age among participants was 74 years; one participant was immunocompromised. Of 10 participants with post-infection serology results, 9 (90%) had detectable Pan-Ig, IgG, and IgA antibodies, and 8 (80%) had detectable IgM antibodies. At first antibody detection post-infection, two-thirds (6/9, 67%) of participants were RT-PCR-positive, but none were culture- positive. Ten participants received vaccination; all had detectable Pan-Ig, IgG, and IgA antibodies through their final observation ≤90 days post-first dose. Post-vaccination geometric means of IgG titers were 10-200-fold higher than post-infection. Nursing home residents in this cohort mounted robust immune responses to SARS-CoV-2 post-infection and post-vaccination. The augmented antibody responses post-vaccination are potential indicators of enhanced protection that vaccination may confer on previously infected nursing home residents.

Healthcare-associated infections (HAIs) remain a serious public health problem. In previous work, two models of an intensive care unit (ICU) showed that differing population structures had markedly different rates of Staphylococcus aureus (MRSA) transmission. One explanation for this difference is the models having differing long-term equilbrium dynamics, resulting from different basic reproductive numbers, R0. We find in this system however that this is not the case, and that both models had the same value for R0. Instead, short-term, transient dynamics, characterizing a series of small, self-limiting outbreaks caused by pathogen reintroduction were responsible for the differences. These results show the importance of these short-term factors for disease systems where reintroduction events are frequent, even if they are below the epidemic threshold. Further, we examine how subtle changes in how a hospital is organized-or how a model assumes a hospital is organized-in terms of the admission of new patients may impact transmission rates. This has implications for both novel pathogens introduced into ICUs, such as Ebola, MERS or COVID-19, as well as existing healthcare-associated infections such as carbapenem-resistant Enterobacteriaceae.

A doença falciforme (DF) é uma patologia genética, que necessita ser herdada de ambos os pais que possuem o gene da Hemoglobina S, de herança recessiva. O mecanismo fisiopatológico da doença pode causar várias manifestações clínicas agudas e crônicas. A dor é a manifestação mais comum em pacientes com DF, pois as crises álgicas ocorrem muitas vezes inesperadamente e impactam diretamente na qualidade de vida desses pacientes. O requisito mais importante nas variáveis de medição da dor é que ela seja válida, confiável e consistente e acima de tudo, útil. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo analisar a percepção da dor em pacientes com DF, através de um questionário semiestruturado com perguntas e instrumentos validados de avaliação da dor. A pesquisa foi realizada na Fundação Hemominas de Belo Horizonte. Foram recrutados para o estudo 45 pacientes, com diagnóstico de DF. Os participantes apresentaram maior prevalência de idade de 31 a 40 anos e predomínio de negros e pardos. O tipo de hemoglobinopatia mais encontrado nesses participantes foi a SS (HbSS). A média de intensidade avaliada pela escala analógica visual (0-10) foi de 6,94 pontos, classificada como dor moderada. Os locais mais frequentes da dor foram na coluna lombar, joelhos e cotovelos. O índice de dor de McGill foi de 36,23, representando uma dor moderada na análise quantitativa entre os pacientes. Na avaliação multidimensional qualitativa da dor foram citados todos os domínios do McGill com uma média de 15,49. Assim, torna-se necessária uma abordagem na avaliação dos atributos da dor nos pacientes com DF.

Abstract Since 1979, multiple CDC Kenya programs have supported the development of diagnostic expertise and laboratory capacity in Kenya. In 2004, CDC’s Global Disease Detection (GDD) program within the Division of Global Health Protection in Kenya (DGHP-Kenya) initiated close collaboration with Kenya Medical Research Institute (KEMRI) and developed a laboratory partnership called the Diagnostic and Laboratory Systems Program (DLSP). DLSP built onto previous efforts by malaria, human immunodeficiency virus (HIV) and tuberculosis (TB) programs and supported the expansion of the diagnostic expertise and capacity in KEMRI and the Ministry of Health. First, DLSP developed laboratory capacity for surveillance of diarrheal, respiratory, zoonotic and febrile illnesses to understand the etiology burden of these common illnesses and support evidenced-based decisions on vaccine introductions and recommendations in Kenya. Second, we have evaluated and implemented new diagnostic technologies such as TaqMan Array Cards (TAC) to detect emerging or reemerging pathogens and have recently added a next generation sequencer (NGS). Third, DLSP provided rapid laboratory diagnostic support for outbreak investigation to Kenya and regional countries. Fourth, DLSP has been assisting the Kenya National Public Health laboratory-National Influenza Center and microbiology reference laboratory to obtain World Health Organization (WHO) certification and ISO15189 accreditation respectively. Fifth, we have supported biosafety and biosecurity curriculum development to help Kenyan laboratories safely and appropriately manage infectious pathogens. These achievements, highlight how in collaboration with existing CDC programs working on HIV, tuberculosis and malaria, the Global Health Security Agenda can have significantly improve public health in Kenya and the region. Moreover, Kenya provides an example as to how laboratory science can help countries detect and control of infectious disease outbreaks and other public health threats more rapidly, thus enhancing global health security.

Fitting stochastic transmission models to electronic patient data can offer detailed insights into the transmission of healthcare-associated infections and improve infection control. Pathogen whole-genome sequencing may improve the precision of model inferences, but computational constraints have limited modelling applications predominantly to small datasets and specific outbreaks, whereas large-scale sequencing studies have mostly relied on simple rules for identifying/excluding plausible transmission. We present a novel approach for integrating detailed epidemiological data on patient contact networks in hospitals with large-scale pathogen sequencing data. We apply our approach to study Clostridioides difficile transmission using a dataset of 1223 infections in Oxfordshire, UK, 2007-2011. 262 (21% [95% credibility interval 20-22%]) infections were estimated to have been acquired from another known case. There was heterogeneity by sequence type (ST) in the proportion of cases acquired from another case with the highest rates in ST1 (ribotype-027), ST42 (ribotype-106) and ST3 (ribotype-001). These same STs also had higher rates of transmission mediated via environmental contamination/spores persisting after patient discharge/recovery; for ST1 these persisted longer than for most other STs except ST3 and ST42. We also identified variation in transmission between hospitals, medical specialties and over time; by 2011 nearly all transmission from known cases had ceased in our hospitals. Our findings support previous work suggesting only a minority of C. difficile infections are acquired from known cases but highlight a greater role for environmental contamination than previously thought. Our approach is applicable to other healthcare-associated infections. Our findings have important implications for effective control of C. difficile.

The ongoing COVID-19 pandemic has overwhelmingly demonstrated the need to accurately evaluate the effects of implementing new or altering existing nonpharmaceutical interventions. Since these interventions applied at the societal level cannot be evaluated through traditional experimental means, public health officials and other decision makers must rely on statistical and mathematical epidemiological models. Nonpharmaceutical interventions are typically focused on contacts between members of a population, and yet most epidemiological models rely on homogeneous mixing which has repeatedly been shown to be an unrealistic representation of contact patterns. An alternative approach is individual based models (IBMs), but these are often time intensive and computationally expensive to implement, requiring a high degree of expertise and computational resources. More often, decision makers need to know the effects of potential public policy decisions in a very short time window using limited resources. This paper presents a computation algorithm for an IBM designed to evaluate nonpharmaceutical interventions. By utilizing recursive relationships, our method can quickly compute the expected epidemiological outcomes even for large populations based on any arbitrary contact network. We utilize our methods to evaluate the effects of various mitigation measures in the District of Columbia, USA, at various times and to various degrees. Rcode for our method is provided in the supplementry material, thereby allowing others to utilize our approach for other regions.

Antibiotic exposure can lead to unintended outcomes, including drug-drug interactions, adverse drug events, and healthcare-associated infections like Clostridioides difficile infection (CDI). Improving antibiotic use is critical to reduce an individual's CDI risk. Antibiotic stewardship initiatives can reduce inappropriate antibiotic prescribing (e.g., unnecessary antibiotic prescribing, inappropriate antibiotic selection), impacting both hospital (healthcare)-onset (HO)-CDI and community-associated (CA)-CDI. Previous computational and mathematical modeling studies have demonstrated a reduction in CDI incidence associated with antibiotic stewardship initiatives in hospital settings. Although the impact of antibiotic stewardship initiatives in long-term care facilities (LTCFs), including nursing homes, and in outpatient settings have been documented, the effects of specific interventions on CDI incidence are not well understood. We examined the relative effectiveness of antibiotic stewardship interventions on CDI incidence using a geospatially explicit agent-based model of a regional healthcare network in North Carolina. We simulated reductions in unnecessary antibiotic prescribing and inappropriate antibiotic selection with intervention scenarios at individual and network healthcare facilities, including short-term acute care hospitals (STACHs), nursing homes, and outpatient locations. Modeled antibiotic prescription rates were calculated using patient-level data on antibiotic length of therapy for the 10 modeled network STACHs. By simulating a 30% reduction in antibiotics prescribed across all inpatient and outpatient locations, we found the greatest reductions on network CDI incidence among tested scenarios, namely a 17% decrease in HO-CDI incidence and 7% decrease in CA-CDI. Among intervention scenarios of reducing inappropriate antibiotic selection, we found a greater impact on network CDI incidence when modeling this reduction in nursing homes alone compared to the same intervention in STACHs alone. These results support the potential importance of LTCF and outpatient antibiotic stewardship efforts on network CDI burden and add to the evidence that a coordinated approach to antibiotic stewardship across multiple facilities, including inpatient and outpatient settings, within a regional healthcare network could be an effective strategy to reduce network CDI burden.

Abstract Background In the United States, 1.7 million immunocompromised patients contract a healthcare-associated infection, annually. These infections increase morbidity, mortality and costs of care. A relatively unexplored route of transmission is the generation of bioaerosols during patient care. Transmission of pathogenic microorganisms may result from inhalation or surface contamination of bioaerosols. The toilet flushing of patient fecal waste may be a source of bioaerosols. To date, no study has investigated bioaerosol concentrations from flushing fecal wastes during patient care. Methods Particle and bioaerosol concentrations were measured in hospital bathrooms across three sampling conditions; no waste no flush, no waste with flush, and fecal waste with flush. Particle and bioaerosol concentrations were measured with a particle counter bioaerosol sampler both before after a toilet flushing event at distances of 0.15, 0.5, and 1 m from the toilet for 5, 10, 15 min. Results Particle concentrations measured before and after the flush were found to be significantly different (0.3–10 μm). Bioaerosol concentrations when flushing fecal waste were found to be significantly greater than background concentrations (p-value = 0.005). However, the bioaerosol concentrations were not different across time (p-value = 0.977) or distance (p-value = 0.911) from the toilet, suggesting that aerosols generated may remain for longer than 30 min post flush. Toilets produce aerosol particles when flushed, with the majority of the particles being 0.3 μm in diameter. The particles aerosolized include microorganisms remaining from previous use or from fecal wastes. Differences in bioaerosol concentrations across conditions also suggest that toilet flushing is a source of bioaerosols that may result in transmission of pathogenic microorganisms. Conclusions This study is the first to quantify particles and bioaerosols produced from flushing a hospital toilet during routine patient care. Future studies are needed targeting pathogens associated with gastrointestinal illness and evaluating aerosol exposure reduction interventions.

The rate of community-acquired Clostridium difficile infection (CA-CDI) is increasing. While receipt of antibiotics remains an important risk factor for CDI, studies related to acquisition of C. difficile outside of hospitals are lacking. As a result, risk factors for exposure to C. difficile in community settings have been inadequately studied.To identify novel environmental risk factors for CA-CDI.We performed a population-based retrospective cohort study of patients with CA-CDI from 1/1/2007 through 12/31/2014 in a 10-county area in central North Carolina. 360 Census Tracts in these 10 counties were used as the demographic Geographic Information System (GIS) base-map. Longitude and latitude (X, Y) coordinates were generated from patient home addresses and overlaid to Census Tracts polygons using ArcGIS; ArcView was used to assess "hot-spots" or clusters of CA-CDI. We then constructed a mixed hierarchical model to identify environmental variables independently associated with increased rates of CA-CDI.A total of 1,895 unique patients met our criteria for CA-CDI. The mean patient age was 54.5 years; 62% were female and 70% were Caucasian. 402 (21%) patient addresses were located in "hot spots" or clusters of CA-CDI (p

BACKGROUND:Little is known about the effect of meteorological conditions and geographical location on bacterial colonization rates particularly of antibiotic-resistant Gram-positive bacteria. We aimed to evaluate the effect of season, meteorological factors, and geographic location on methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) and vancomycin-resistant enterococci (VRE) colonization. METHODS:The prospective cohort included all adults admitted to 20 geographically-dispersed ICUs across the US from September 1, 2011 to October 4, 2012. Nasal and perianal swabs were collected at admission and tested for MRSA and VRE colonization respectively. Poisson regression models using monthly aggregated colonization counts as the outcome and mean temperature, relative humidity, total precipitation, season, and/or latitude as predictors were constructed for each pathogen. RESULTS:A total of 24,704 ICU-admitted patients were tested for MRSA and 24,468 for VRE. On admission, 10% of patients were colonized with MRSA and 12% with VRE. For MRSA and VRE, a 10% increase in relative humidity was associated with approximately a 9% increase in prevalence rate. Southerly latitudes in the US were associated with higher MRSA colonization, while northerly latitudes were associated with higher VRE colonization. In contrast to MRSA, the association between VRE colonization and latitude was observed only after adjusting for relative humidity, which demonstrates how this effect is highly driven by this meteorological factor. CONCLUSIONS:To our knowledge, we are the first to study the effect of meteorological factors and geographical location/latitude on MRSA and VRE colonization in adults. Increasing humidity was associated with greater MRSA and VRE colonization. Southerly latitudes in the US were associated with greater MRSA and less VRE. The effect of these factors on MRSA and VRE rates has the potential not only to inform patient management and treatment, but also infection prevention interventions.

As of March 31, 2023, more than 30,000 monkeypox (mpox) cases had been reported in the United States in an outbreak that has disproportionately affected gay, bisexual, and other men who have sex with men (MSM) and transgender persons (1). JYNNEOS vaccine (Modified Vaccinia Ankara vaccine, Bavarian Nordic) was approved by the Food and Drug Administration (FDA) in 2019 for the prevention of smallpox and mpox via subcutaneous injection as a 2-dose series (0.5 mL per dose, administered 4 weeks apart) (2). To expand vaccine access, an Emergency Use Authorization was issued by FDA on August 9, 2022, for dose-sparing intradermal injection of JYNNEOS as a 2-dose series (0.1 mL per dose, administered 4 weeks apart) (3). Vaccination was available to persons with known or presumed exposure to a person with mpox (postexposure prophylaxis [PEP]), as well as persons at increased risk for mpox or who might benefit from vaccination (preexposure mpox prophylaxis [PrEP]) (4). Because information on JYNNEOS vaccine effectiveness (VE) is limited, a matched case-control study was conducted in 12 U.S. jurisdictions,† including nine Emerging Infections Program sites and three Epidemiology and Laboratory Capacity sites,§ to evaluate VE against mpox among MSM and transgender adults aged 18-49 years. During August 19, 2022-March 31, 2023, a total of 309 case-patients were matched to 608 control patients. Adjusted VE was 75.2% (95% CI = 61.2% to 84.2%) for partial vaccination (1 dose) and 85.9% (95% CI = 73.8% to 92.4%) for full vaccination (2 doses). Adjusted VE for full vaccination by subcutaneous, intradermal, and heterologous routes of administration was 88.9% (95% CI = 56.0% to 97.2%), 80.3% (95% CI = 22.9% to 95.0%), and 86.9% (95% CI = 69.1% to 94.5%), respectively. Adjusted VE for full vaccination among immunocompromised participants was 70.2% (95% CI = -37.9% to 93.6%) and among immunocompetent participants was 87.8% (95% CI = 57.5% to 96.5%). JYNNEOS is effective at reducing the risk for mpox. Because duration of protection of 1 versus 2 doses remains unknown, persons at increased risk for mpox exposure should receive the 2-dose series as recommended by the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP),¶ regardless of administration route or immunocompromise status.