Ana Paula Rodrigues, Vânia Gaio, Irina Kislaya, Sidsel Graff-Iversen, Eugénio Cordeiro, Ana Clara Silva, Sónia Namorado, Marta Barreto, Ana Paula Gil, Liliana Antunes, Ana Santos, José Pereira Miguel, Baltazar Nunes, and Carlos Matias Dias
Introduction: Cardiovascular disease is an important cause of death and disability worldwide, and hypertension is responsible for at least 45% of all deaths due to heart disease and 51% of deaths due to stroke. This study aimed to estimate and describe the distribution of prevalence, awareness, treatment and control of hypertension in the Portuguese population in 2015. Methods: A national survey using a representative sample of 4911 individuals residing in Portugal and aged between 25 and 74 years was implemented. Trained nurses performed a health interview and a physical examination, including blood pressure measurement (right arm, three measurements at 1-min intervals). The prevalence of hypertension was stratified by gender, age group, marital status, education, occupation and type of residential area. Associations between hypertension prevalence and sociodemographic factors were assessed using bivariate and multivariate Poisson regression. Results: The overall hypertension prevalence was 36.0%. The highest rates were observed in males (39.6%), in individuals aged between 65 and 74 years (71.3%), and in those with low levels of education (62.6%) and with no formal occupation (64.5%). Among hypertensive individuals, 69.8% were aware of their condition and 69.4% were under treatment, of whom 71.3% were controlled. Rates of awareness and medical treatment were significantly higher among women and older individuals. Conclusions: A large majority of the adult Portuguese population are likely to reach blood pressure levels defined as hypertension in adulthood. Significant differences in hypertension prevalence were found according to gender, age and socioeconomic status, which highlights the importance of population strategies in public health policies. Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares são uma importante causa de morte e incapacidade, sendo que a hipertensão arterial (HTA) é responsável por, pelo menos, 45% da mortalidade por doença cardíaca e 51% por acidente vascular cerebral. Este estudo pretende estimar e descrever a distribuição da prevalência, awareness, tratamento e controlo da HTA na população portuguesa em 2015. Métodos: Realizou-se um inquérito nacional com uma amostra representativa de 4911 indivíduos, dos 25 aos 74 anos, residentes em Portugal, e que compreendia a realização de uma entrevista de saúde e exame físico que incluía a medição da pressão arterial (braço direito, três medidas, intervalos de um minuto). A prevalência de HTA foi estratificada por sexo, grupo etário, estado civil, educação, ocupação e nível de urbanização. Estimou-se a associação entre a HTA e os fatores sociodemográficos usando regressão de Poisson bivariada e multivariada. Resultados: A prevalência de HTA foi de 36,0%, sendo mais elevada em indivíduos do sexo masculino (39,6%), entre os 65 e 74 anos (71,3%), com baixo nível de escolaridade (62,6%) e sem ocupação formal (64,5%). Dos indivíduos hipertensos, 69,8% tinham conhecimento da sua condição de saúde, 69,4% faziam medicação anti hipertensora e, destes, 71,3% estavam controlados. A prevalência do conhecimento e tratamento farmacológico da HTA foi mais elevada em mulheres e indivíduos mais velhos. Conclusões: A maioria da população adulta portuguesa poderá vir a ter HTA ao longo da vida. Foram encontradas diferenças importantes na prevalência de HTA de acordo com o sexo, a idade e o nível socioeconómico, o que enfatiza a importância de estratégias populacionais nas políticas de saúde pública. Keywords: Hypertension, Portugal, Awareness, Control, INSEF 2015, Palavras-chave: Hipertensão, Portugal, Awareness, Controlo, INSEF 2015