A realização do presente trabalho de investigação preconizou como principais objetivos a cimentação e, se possível, a produção de conhecimento científico sobre os reformados, mais especificamente aqueles que foram objeto de estudo – a profissão de médico, a de oficial da Guarda Nacional Republicana, a de agricultor e a de trabalhadores da construção civil. Aborda o envelhecimento demográfico nas sociedades modernas, em especial nas mais desenvolvidas, partindo de seguida para uma análise deste fenómeno a nível nacional, bem como das políticas sociais da velhice que têm sido adoptadas em Portugal para fazer face a este problema que teima em consolidar-se fruto do aumento da esperança média de vida e das baixas taxas de natalidade. Efetua-se uma breve análise histórica do conceito de reforma, do seu surgimento com Bismarck, para se passar a analisar as fases de transição para a reforma e a respetiva adaptação a este novo momento na vida dos mais velhos. Ainda sobre a reforma, são abordadas as várias tipologias de a viver, bem como as vivências dos reformados, ao longo da sua vida ativa, e dos recursos, em forma de bens e potencialidades, que foram adquirindo, os quais, com certeza, serão de capital importância para a forma como viverão e percepcionarão a sua reforma. Tratando-se da análise de algumas profissões, já acima descritas, que, embora distintas e objeto de diferentes capitais para aceder ao seu desempenho e que exigem o desenvolvimento de diversas competências, partilham entre si um fator comum - o risco que lhes está associado ao respectivo desempenho, e foi analisado, numa óptica sociológica, o conceito de profissão. A estratégia metodológica definida é de carácter extensivo-quantitativo com recurso ao inquérito por questionário que foi desenvolvido para aprofundar os conhecimentos sobre os reformados que foram analisados no presente estudo, o qual foi aplicado com recurso a ferramenta electrónica, denominada SurveyMonkey, e presencialmente, dada a idade de alguns dos inquiridos. Os dados recolhidos, foram tratados, recorrendo ao programa Statiscal Package for Social Sciences (SPSS). Os resultados agora obtidos são de caráter descritivo e só podem ser reportados aos 105 inquiridos, que fizeram parte do estudo, não podendo ser extrapolados para qualquer outro tipo de caso ou universo de idosos. Em relação à profissão estão distribuídos por quase todos os grupos de profissões, mas a maioria situa-se no grupo dos agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da floresta, seguido dos trabalhadores qualificados da indústria construção e artífices e, por último, pelos especialistas das atividades intelectuais e científicas. Os seus progenitores encontram-se distribuídos por todas as classes sociais, Sobre a forma de viver a reforma foi possível identificar algumas formas de a vivenciar que são diferenciadas das tipologias de Guillemard, apesar de se utilizar no inquérito por questionário perguntas do seu extenso trabalho e foram denominadas como: dinâmica; de proximidade; de retraimento; solidária; de lazer; de auto-estima e inativa. O tipo de reforma a que dão mais importância é a que apresenta uma postura solidária, de proximidade e de auto-estima. Porém, os médicos valorizam a reforma solidária, os oficiais da Guarda Nacional Republicana a reforma de auto-estima e os agricultores e trabalhadores da construção civil de proximidade. As atividade que mais praticam são: ver televisão; leitura; ler jornais; ler revistas e caminhar. Por seu lado, as menos praticadas são: viajar em Portugal; visitar museus; ir ao teatro e viajar para o estrangeiro. Com a realização do presente estudo verificou-se que, apesar das diferentes profissões, existem vários pontos de convergência entre os inquiridos.