Tese de doutoramento em Ciências Empresariais, A presente tese de doutoramento visa analisar o desempenho dos mercados financeiros e dos níveis de atividade económica na Zona Euro, nos EUA e no bloco NAFTA. Deste modo, no primeiro capítulo, fazendo uso de uma especificação de um modelo SVAR, com restrições contemporâneas, analisam-se os efeitos dos choques petrolíferos sobre os mercados bolsistas dos EUA, Alemanha, França, Portugal e Grécia. Através de uma análise dinâmica, revela-se que os choques petrolíferos não afetam significativamente os mercados bolsistas, realçando-se, todavia, o papel preponderante e determinante do índice dos EUA sobre o desempenho dos índices europeus. Porém, no contexto europeu, apenas se verifica uma relação significativa e unidirecional entre o índice bolsista francês e o índice bolsista português, que pode justificar-se pelo facto de ambos os índices integrarem o Euronext Stock Exchange. No segundo capítulo, recorrendo ao uso de uma especificação de um modelo SVAR, com restrições de longo-prazo, e usando a decomposição de Blanchard & Quah (1989), procede-se à análise dos efeitos dos choques fiscais e petrolíferos sobre países integrantes da Zona Euro e dos EUA, constatando-se que, os choques fiscais apresentam uma menor preponderância que o choque petrolífero. Porém, o efeito dos choques petrolíferos, no cômputo geral, é positivo sobre a atividade económica e o mercado de acções, ao invés do impulso sobre o mercado de obrigações de dívida soberana que se revela negativo. No que concerne à reduzida significância dos choques fiscais, esta associa-se à importância da política monetária. Relativamente ao choque petrolífero, constata-se a importância da valorização da taxa de câmbio bem como a enorme contribuição das empresas petrolíferas para a determinação do desempenho dos mercados de ações e a uma redução de produção petrolífera (oferta) ou de um comportamento especulativo resultante da crise financeira. No terceiro capítulo, ao usar-se um modelo SVEC na análise do choque fiscal por via das receitas fiscais entre países integrantes de Zona Euro, constata-se que os choques por via dos impostos indiretos é o choque mais significativo, denotando-se, todavia, um efeito negativo sobre a globalidade dos mercados de ações em estudo. Sublinha-se que, o mercado italiano responde de forma negativa e significativa a ambos os choques fiscais, o que pode ser justificado pelo facto de os mercados anteciparem um possível bailout à economia italiana. Por conseguinte, as previsões para fora da amostra, ao mostrarem uma tendência de queda acentuada do desempenho dos mercados de ações, em termos gerais, acompanhada de um aumento acentuado de carga fiscal no caso espanhol, podem sinalizar um hipotético término da moeda única europeia. No quarto capítulo, com o objetivo de indagar sobre o desempenho dos mercados de ações ao longo da sua distribuição de desempenho, perante as dinâmicas de IDE, preços de petróleo e atividade económica em países integrantes da Zona Euro. Revela-se ainda que o IDE surte um efeito negativo e significativo, em níveis inferiores de desempenho dos mercados, ao passo que os preços de petróleo surtem um efeito negativo e significativo, ao longo da totalidade da distribuição de desempenho dos mercados de ações. No que concerne à atividade económica, verifica-se que esta não tem qualquer efeito significativo sobre o desempenho dos mercados. No quinto capítulo, procede-se à análise dos choques de oferta para avaliar a hipotética existência de relações económicas de longo-prazo, através de evidências empíricas sobre uma zona monetária ótima, tanto no bloco NAFTA como no bloco europeu, o qual se divide em dois grupos (PIIGS e Bloco Europeu dos Países Ricos). Por intermédio de um modelo SVAR, conforme proposto por Blanchard & Quah (1989), verifica-se que tanto o bloco NAFTA, como o grupo de países ricos da Zona Euro e da União Europeia (UE) se verifica a admissibilidade de formação de zonas monetárias ótimas, na medida em que a rapidez de ajustamento a estes choques num contexto regional, é superior à verificada para os choques de oferta num contexto global e doméstico. No entanto, a rapidez de ajustamento na região NAFTA é superior à do grupo Bloco Europeu dos Países Ricos., This doctoral thesis aims to analyse the behaviour of financial markets and levels of economic activity in the Eurozone, the U.S. and the NAFTA block. Thus, in the first chapter, using a specification of a SVAR model with contemporaneous restrictions, the effects of oil shocks on the U.S. stock markets, Germany, France, Portugal and Greece, are analysed. Through a dynamic analysis, we reveal that oil price shocks do not significantly affect stock markets, by stressing the predominant and determinant role of the US stock market on the performance of European stock markets. However, in the European context, we only identified a significant and unidirectional relationship between the French and Portuguese stock markets, which can be justified by the fact that both indices integrate the Euronext Stock Exchange. In the second chapter, by making use of an SVAR model specification, with long-term restrictions, and taking into consideration the Blanchard and Quah (1989)’s decomposition, the effects of fiscal shocks and oil shocks on countries of the Eurozone and US are analysed. Overall, the results obtained reveal that the fiscal shocks have a minor effect on stock markets, in comparison with oil shock. In regarding to oil shock, empirical evidences now obtained reveal a positive effect on a larger set of countries, concerning stock markets and economic activity, unlike to the stated on sovereign bonds market, for which a negative effect is verified. According to the evidences from fiscal shocks, an explanation for the low significance of fiscal shocks, it may be associated with a larger position of monetary policy. Before reaching positive outcomes from oil shock, it may be presumed that exchange rate valuation and the high weight of great oil corporations on economic activity and stocks are the main determinant factors for the occurrence of this positive signal. Therefore, the negative impulses from oil prices on bonds market take into account the expected reduction in production (supply) speculation, mainly because of the financial crisis together with Arab conflicts. In the third chapter, when using an SVEC model for analysing the effects of fiscal shock through tax revenues among Eurozone stock markets, it appears that the shock towards indirect taxes is the most significant, when comparing with shock through direct taxes, by denoting a negative effect on the totality of the stock markets under study. It stresses that the Italian stock market is the one that responding significantly and negatively by either indirect taxes or direct taxes. This result may be justified by the fact that stock markets investors anticipate a potential bailout for Italian state. Therefore, the evidences from out-of-sample forecasting reveal a bearish trend market in global stock markets, accompanied by a heightened trend in the fiscal burden, namely, in the context of Spain that may signal a possible end of the euro currency. In the fourth chapter, in order to investigate how the stock markets behave along the performance distribution, given the dynamics of FDI, oil prices and economic activity in the context of Eurozone countries, it is revealed that the FDI has a negative and significant effect, at lower levels of market performance, while the oil prices have a negative and significant effect throughout the whole distribution of stock market performance. Regarding to the economic activity, we reveal there is no significant effect on the stock markets’ behaviour. In the fifth chapter, an analysis on supply shocks is performed, in order to assess the hypothetical existence of long-term economic relations that support the existence of an optimal currency area (OCA), both on the NAFTA and European block, which is subdivided into two groups (PIIGS and Rich Countries). Through a SVAR model, as previously proposed by Blanchard and Quah (1989), we find for the NAFTA block, the group of rich countries of the Eurozone and the Europe block, empirical evidences on the existence of OCAs, in so far as that the speed of adjustment to these shocks in a regional context, is higher than supply shocks in a global and domestic contexts. However, the speed of the adjustment region is higher for the NAFTA, comparing with the set of Rich Countries.