Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária A lâmina crivosa do osso etmóide contém um grande número de forâmenes que permitem a passagem dos feixes nervosos do par craniano I desde o epitélio olfativo até ao bulbo olfativo, garantindo assim a transmissão da informação olfativa recolhida a nível da cavidade nasal e a sua integração a nível cerebral. Apesar da sua estreita relação e importância na capacidade olfativa, não há registo de uma abordagem completa a esta estrutura no cão no que toca às suas características morfológicas e à sua influência no olfato canino. O objetivo deste trabalho é a criação de uma metologia de análise qualitativa e quantitativa das características da lâmina crivosa no cão, permitindo assim mensurar a sua área, contabilizar o seu número de forâmenes e ainda determinar a área ocupada pelos mesmos na sua superfície, além de estabelecer relações com outros componentes e medidas do crânio do animal através de métodos combinados de observação direta, captação e tratamento de imagem. Para tal foram utilizados seis crânios submetidos à mensuração de nove medidas craniométricas previamente estabelecidas para permitir um estudo estatístico posterior da sua relação com as dimensões e número de forâmenes da lâmina crivosa. A aplicação da metodologia criada permitiu concluir que a lâmina crivosa não é morfologicamente idêntica em todos os crânios, não se observando simetria entre as suas duas metades nem quanto à forma, nem em dimensões, nem tampouco no número e distribuição de forâmenes na sua superfície. A relação entre as três variáveis em estudo na lâmina crivosa não é forte de igual forma: embora as três apresentem correlações positivas entre si, a única relação verdadeiramente previsível estabelece-se entre a área total da lâmina crivosa e a área ocupada pelos forâmenes na mesma. As correlações entre o número de forâmenes e as outras duas variáveis são mais baixas. As relações estabelecidas entre as variáveis da lâmina crivosa e as medidas craniométricas selecionadas são, na sua maioria, explicáveis à luz dos conhecimentos atuais sobre morfometria do crânio do cão e sua influência na fisiologia olfativa canina, abrindo portas para um grande número de possibilidades a explorar no futuro. The cribriform plate of the ethmoid bone contains a large number of foramina that allow the passage of the bundles of the cranial nerve I from the olfactory epithelium to the olfactory bulb, thus assuring transmission of olfactory information collected at the level of nasal cavity and its integration in the brain. Despite its close relation and importance regarding olfactory capacity, there is no record of complete approaches to this structure in the dog relative to their morphological characteristics and its influence in the canine olfaction The purpose of this work is the creation of a methodology that qualifies and quantifies the canine cribriform plate features that allow measuring its area, count the number of foramina and also determine the area occupied by them on its surface, as well as establish relationships with other components and measures of the animal skull through combined methods of direct observation, image capture and processing. For this purpose, six skulls were used and submitted to a mensuration of nine craniometric measures, previously established, to allow the further statistical study of its relations with the cribriform plate dimensions and its foramina number. The application of this established methodology allowed to conclude that the cribriform plate is not morphologically identical in every skull, having no symmetry between the two halves, neither in shape or dimensions, not even in the number and distribution of foramina on its surface. The relation between the three variables studied in the cribriform plate is not equally strong: although the three show positive correlation with each other, the only predictable relation is established between the area of the cribriform plate and the area occupied by the foramina in its surface. The correlation between the number of foramina and the other two variables is weaker. The relations established between the variables of the plate and the craniometric measures selected are, mostly, explained in the light of current knowledge about dog’s skull morphology and its influence in the canine olfactory physiology, opening doors to a large number of possibilities in the future.