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O artigo aborda de que maneira a realização dos Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro, que em qualquer cidade bem administrada e comprometida com o empoderamento político dos habitantes promoveria uma genuína integração cultural, gera por aqui, ao contrário, o dissenso social, pois nossa infraestrutura urbana (não obstante os faustosos investimentos, muitos deles superfaturados) é precária, sintoma do processo histórico de cisão social que fundamenta nossa história política. As Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro são um produto capitalista destinado ao consumo de turistas e de “cidadãos de bens”, convertendo-se assim em evento alheio aos interesses populares.

O artigo analisa a relação indissociável entre a atuação das forças policiais e a violência estrutural da sociedade capitalista em suas organizações políticas precárias, pautadas pela perpetuação da pobreza, da precarização humana e da espoliação urbana das massas desprovidas de direitos civis. As forças policiais, mantenedoras do status quo e da legalidade burguesa, atuam como instrumentos repressivos de toda força atentatória contra a propriedade privada.

Neste artigo abordamos, mediante análise de diversas obras de Bauman, a configuração do medo nas relações humanas da sociedade tecnocrática, que, apesar de seu inerente progresso científico e material, não conseguiu solucionar satisfatoriamente os problemas estruturais herdados do passado anterior ao processo de formação moderna do Estado e sua postulada racionalidade. As cisões sociais da civilização tecnocrática potencializam ainda mais o medo endêmico presente na concepção de vida dos atores sociais cada vez mais sectários de disposições políticas reacionárias.