FR. Cet article propose de questionner la capacité des nouveaux entrants de l’information locale à renouveler le processus d’alimentation du débat démocratique dans leur territoire de diffusion, face à une Presse Quotidienne Régionale en situation hégémonique. Nous faisons ainsi l’hypothèse qu’un journalisme local, construit contre ou à côté de l’acteur hégémonique, serait en mesure de catalyser les transformations à l’œuvre dans le champ journalistique en défendant l’introduction de voix dissidentes (Benson & Neveu, 2005 ; Smyrnaios & Thiong-Kay, 2023) dans des territoires jusqu’ici marqués par la construction médiatique du consensus. À partir de la conception « multiréférentielle » du territoire avancée par Boure et Lefebvre (2000), nous envisageons en effet celui-ci comme structuré par l’opposition entre, d’un côté, l’exercice d’un pouvoir institutionnel et la cristallisation d’un temps social partagé et, de l’autre, des rapports sociaux dissymétriques et des mises en sens plurielles ou concurrentes. Au final, c’est donc le « travail territorial » des médias (Noyer & Raoul 2011) que nous avons cherché à appréhender. Notre étude a porté sur 11 médias situés en région Auvergne Rhône-Alpes et comportant dans leur rédaction au moins un journaliste professionnel. Par le biais d’entretiens semi-directifs, complétés d’une attention au méta-discours des médias, nous envisageons leur rapport au territoire dans une triple dimension (marché, terrain et espace public local). Nos résultats confirment d’abord, chez les acteurs étudiés, une dynamique structurante de professionnalisation précédemment observée dans les médias alternatifs (Ferron 2006). Mais ils révèlent également une forme de polarisation entre deux idéaux-types journalistiques, que nous caractérisons à la lumière des travaux de Nielsen (2015). En effet, si certains médias ambitionnent de réduire les disparités d’accès à la connaissance des affaires publiques parmi les citoyens (réduction du « knowledge gap »), d’autres semblent avant tout attachés à susciter l’engagement civique et politique des citoyens dans l’espace local (réduction de l’« engagement gap »). *** EN. This article examines the ability of the new players of local news to renew the process of democratic debate in their zone of distribution, in the face of hegemonic regional daily press. We thus hypothesize that local journalism, built in opposition to or alongside dominant players, could catalyze the transformations at work in the journalistic field by championing the introduction of dissenting voices (Benson & Neveu, 2005; Smyrnaios & Thiong-Kay, 2023) in territories characterized until now by the media’s construction of consensus. Based on the "multi-referential" conception of territory put forward by Boure and Lefebvre (2000), we consider it to be structured by the opposition between, on the one hand, the exercise of institutional power and the crystallization of collective social time and, on the other, asymmetrical social relationships and plural or competing enactments of meaning. Ultimately, our aim was to understand the "territorial work" of the media (Noyer & Raoul 2011). Our study focused on 11 media located in the Auvergne Rhône-Alpes region, each of which had at least one professional journalist on its editorial staff. Through semi-structured interviews, combined with a focus on the media's meta-discourse, we examined the media's relationship with its territory from three perspectives (market, field and local public space). Our results confirm, among the actors studied, the structuring dynamics of professionalization previously observed in alternative media (Ferron 2006). They also reveal a form of polarization between two journalistic ideal-types, which we characterize in the light of Nielsen's work (2015). Indeed, while some media aim to reduce disparities in access to knowledge of public affairs among citizens (reduction of the "knowledge gap"), others seem above all committed to fostering civic and political engagement among citizens in the local space (reduction of the "engagement gap"). *** PT. O objeto deste artigo é discutir como os novos atores do noticiário local podem renovar o processo de documentação do debate democrático em suas áreas de transmissão, frente à posição hegemônica da Imprensa Diária Regional. Levanta-se a hipótese de que um jornalismo local, construído contra ou ao lado do ator hegemônico, seja capaz de catalisar as transformações em curso no campo jornalístico ao defender a introdução de vozes dissidentes (Benson & Neveu, 2005; Smyrnaios & Thiong-Kay, 2023) em territórios até então marcados pela construção midiática do consenso. De fato, com base na concepção “multirreferencial” do território apresentada por Boure e Lefebvre (2000), considera-se que o território é estruturado pela oposição entre, de um lado, o exercício do poder institucional e a cristalização de um tempo social compartilhado e, de outro, as relações sociais assimétricas e as atribuições de sentidos plurais ou concorrentes. Dessa forma, em última análise, o que procuramos compreender é o “trabalho territorial” da mídia (Noyer & Raoul 2011). O estudo considerou 11 meios de comunicação localizados na região de Auvergne Rhône-Alpes, com pelo menos um jornalista profissional em sua equipe editorial. Por meio de entrevistas semiestruturadas, complementadas por um foco no metadiscurso da mídia, analisou-se a relação desses veículos com o território sob uma tripla perspectiva (de mercado, em campo e no espaço público local). Os resultados confirmam, em primeiro lugar, que há, entre os atores estudados, a mesma dinâmica estruturante de profissionalização já observada na mídia alternativa (Ferron, 2006). Mas evidencia-se também uma forma de polarização entre dois tipos de ideais jornalísticos, caracterizados aqui à luz do trabalho de Nielsen (2015). Com efeito, enquanto alguns meios de comunicação objetivam reduzir as disparidades no acesso ao conhecimento dos assuntos públicos entre os cidadãos (redução do “knowledge gap”), outros parecem estar comprometidos principalmente com a promoção do engajamento cívico e político dos cidadãos no espaço local (redução do “engagement gap”). *** ES. Este artículo se propone examinar la capacidad de los nuevos operadores de la información local para renovar el proceso de alimentación del debate democrático en sus territorios de difusión, frente a una Prensa Diaria Regional hegemónica. De este modo, nuestra hipótesis es que un periodismo local, construido en contra o al lado del actor hegemónico, sería capaz de catalizar las transformaciones en marcha en el campo periodístico, defendiendo la introducción de voces disidentes (Benson y Neveu, 2005; Smyrnaios y Thiong-Kay, 2023) en territorios hasta ahora marcados por la construcción mediática del consenso. Partiendo de la concepción "multirreferencial" del territorio propuesta por Boure y Lefebvre (2000), consideramos que este está estructurado por la oposición entre el ejercicio de un poder institucional y la cristalización de un tiempo social compartido, por un lado, y las relaciones sociales asimétricas y las significaciones plurales o concurrentes, por el otro. En definitiva, lo que hemos tratado de comprender es el "trabajo territorial" de los medios de comunicación (Noyer y Raoul, 2011). Nuestro estudio se ha centrado en 11 medios de comunicación situados en la región de Auvernia-Ródano-Alpes y que cuentan con al menos un periodista profesional en su redacción. Mediante entrevistas semiestructuradas, complementadas con una atención al metadiscurso de los medios de comunicación, consideramos su relación con el territorio en una dimensión triple (mercado, terreno y espacio público local). Nuestros resultados confirman en primer lugar, entre los actores estudiados, una dinámica estructurante de profesionalización previamente observada en los medios alternativos (Ferron, 2006). Pero también revelan una forma de polarización entre dos ideales-tipos periodísticos, que caracterizamos a la luz de los trabajos de Nielsen (2015). En efecto, mientras que algunos medios de comunicación pretenden reducir las disparidades en el acceso al conocimiento de los asuntos públicos entre los ciudadanos (reducción de la brecha del conocimiento o knowledge gap), otros parecen sobre todo comprometidos con el fomento del compromiso cívico y político de los ciudadanos a nivel local (reducción de la brecha del compromiso o engagement gap). ***