Ciochetto, Carla Ribeiro, Weinmann, Angela Regina Maciel, Bolzan, Geovana de Paula, Keske-Soares, Marcia, Henn, Roseli, Yamamoto, Raquel Coube de Carvalho, and Benedetti, Franceliane Jobim
The Kangaroo Mother Care (KMC) is considered a natural, cost-effective, evidence-based intervention, and is recommended as a standard of care for preterm neonates. The full-time presence of the mother in the kangaroo unit, by encouraging breastfeeding, can reduce the difficulties for oral feeding, which are frequent in preterm neonates, since sucking at the breast contributes to the development of the functions and structures of the stomatognathic system. This research aimed to verify the effects of KMC on oral skills, breastfeeding and introduction of complementary feeding in preterm neonates throughout the first year of life. This is a longitudinal observational, prospective and analytical study. The sample comprised 46 preterm neonates with gestational age at birth ≤ 34 weeks, allocated to the Kangaroo Neonatal Intermediate Care Unit (UCINCa) and the Conventional Neonatal Intermediate Care Unit (UCINCo) of a university hospital in southern Brazil. After neonatal discharge, participants were followed-up by telephone calls at 4, 6 and 12 months of corrected age. In preterm neonates who attended the UCINCa the maturation process of oral skills was faster, which translated into fewer days to make the transition from tube feeding to full oral feeding (4.5 days versus 10 days, for UCINCa and UCINCo, respectively, p=0.041). There was no influence on length of stay, although there was a reduction of 4 days in the length of stay, counted from the release of the oral route, in preterm neonates in the UCINCa. The KMC favored exclusive breastfeeding at hospital discharge, and significantly, at 4 months of corrected age, when 35% of preterm neonates were still on exclusive breastfeeding, and only 8.3% of children exiting the UCINCo. At 6 and 12 months of corrected age the rates of breastfeeding did not differ between units. The introduction of complementary feeding was reported in 45% and 42.3% of the infants in the UCINCa and UCINCo, respectively, at 4 months of corrected age. It was concluded that admission to the UCINCa accelerated the maturation process of oral skills in preterm neonates, shortening the time of transition from tube feeding to full oral feeding. In addition, it provided a significant increase in exclusive breastfeeding rates at neonatal discharge and at 4 months of corrected age. Participation in KMC was not protective on breastfeeding rates from the 6th month of corrected age, nor to avoid early introduction of complementary feeding. O Método Canguru (MC) é considerado uma intervenção natural, econômica, baseada em evidência, sendo recomendado como um padrão de cuidado para o recém-nascido pré-termo (RNPT). A presença da mãe em tempo integral na unidade canguru, por representar estímulo ao aleitamento materno (AM), pode reduzir as dificuldades para a alimentação oral, frequentes RNPT, uma vez que a sucção ao seio contribui para o desenvolvimento das funções e estruturas do sistema estomatognático. Esta pesquisa teve como objetivo verificar os efeitos do MC sobre as habilidades orais, o AM e a introdução da alimentação complementar em RNPT, ao longo do primeiro ano de vida. Trata-se de um estudo longitudinal do tipo observacional, prospectivo e analítico. A amostra compreendeu 46 RNPT com idade gestacional ao nascer ≤ 34 semanas, alocados na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa) e na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) de um hospital universitário, no sul do Brasil. Após a alta neonatal, os participantes foram acompanhados por meio de ligações telefônicas aos 4, 6 e 12 meses de idade corrigida. Nos RNPT que participaram da UCINCa o processo de maturação das habilidades orais foi mais rápido, o que se traduziu em um menor número de dias para realizar a transição da alimentação por sonda para a via oral plena (4,5 dias versus 10 dias, para UCINCa e UCINCo, respectivamente, p=0,041). Não houve influência no tempo de internação, embora tenha havido uma redução de 4 dias no tempo de permanência, contados a partir da liberação da via oral, nos RNPT da UCINCa. O MC favoreceu o AM exclusivo (AME) na alta hospitalar, e de modo significativo, aos 4 meses de idade corrigida, quando 35% dos RNPT ainda estavam em AME, e apenas 8,3% das crianças egressas da UCINCo. Aos 6 e 12 meses de idade corrigida as taxas de AM não diferiram entre as unidades. A introdução da alimentação complementar foi relatada em 45% e 42,3% dos RN da UCINCa e UCINCo, respectivamente, aos 4 meses de idade corrigida. Concluiu-se que a internação em UCINCa acelerou o processo de maturação das habilidades orais de RNPT, encurtando o tempo de transição da alimentação por sonda para a via oral plena. Além disso, proporcionou um expressivo aumento nas taxas de AME, na alta neonatal e aos 4 meses de idade corrigida. A participação no MC não se mostrou protetora sobre as taxas de AM a partir do 6º mês de idade corrigida, nem para evitar a introdução precoce da alimentação complementar.