Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES This thesis analyses the short story production of the writer Sérgio Sant’anna, in particular, the narratives in which suicide is present. This theme is constantly addressed in the work of this author, which is in itself extensive. In our readings, in 11 short story books, published between 1973 and 2017, we listed a total of 38 short stories that deal with suicide, directly or indirectly, presenting it in different ways, as an element of narrative effect. We work on the idea that the self-inflicted death, because it is a mystery, a taboo, has a narrative-generating force. Thus, it is through suicide that many short stories of the author are born, that they become alive and impactful. In this sense, in a specific way, we explore the link between suicide, survival and salvation. In some of the short stories, there are characters-writers distressed before the impossibility of writing, they write to survive, to save themselves from suicide or to save themselves by means of suicide. So, it is writing about killing himself, that the writer escapes the death announced by the fearsome blank page. To analyze this aspect, we draw on Todorov (2011), Agamben (2018), Freud (1996), Carvalho (2003), and Duras (1994). Similarly, in the wake of self-fiction, Sérgio Sant’anna himself writes death to survive, as it can be seen in the short story “A barca da noite” (2003), in which he narrates his own suicide attempt. We make this argument based on Arfuch (2012), Bakhtin (2011), Klinger (2006), Prelorentzou (2017), Orthof (1996) and Sibilia (2015). We also analyze how Sant’Anna’s writing on suicide is indicative of a literature that survives after successive crises of demystification (SONTAG, 2015). To do so, we draw on Adorno (1970); Sontag (1967), Han (2019) e Murdoch (1972). Finally, we examine the writing undertaken by Sant’Anna, observing suicide as an indication of antinarrative, as a matter and technique that the author uses to conceive his texts. The execution of our study is based on methodological resources related to bibliographic research. We make predominant use of concepts from the areas of Literary theory and Comparative Literature, Philosophy and cultural theories, given the transdisciplinary character of our theme. The approach is qualitative and established by a critical-analytical and interpretative study. Esta tese analisa a produção contística do escritor carioca Sérgio Sant’Anna, de modo particular, as narrativas em que o suicídio se faz presente. Tal temática é abordada constantemente na obra desse autor, que em si é extensa. Em nossas leituras, elencamos, em 11 livros de contos, publicados entre 1973 e 2017, um total de 38 contos que tratam do suicídio de forma direta ou indireta, apresentando-o de diversas formas, como um elemento de efeito narrativo. Trabalhamos a ideia de que a morte autoinfligida, por ser um mistério, um tabu, possui uma força geradora de narrativas. Assim, é por meio do suicídio que muitos contos do autor nascem, se fazem vivos e impactantes. Nesse sentido, de modo específico, exploramos a vinculação entre suicídio, sobrevivência e salvação. Em alguns contos, há personagens-escritores angustiados diante da impossibilidade da escrita, eles escrevem para sobreviver, para se salvar do suicídio ou se salvar pelo suicídio. Assim, é escrevendo sobre o matar-se que o escritor se livra da morte anunciada pela temível página em branco. Para analisar esse aspecto, embasamo-nos em Todorov (2011), Agamben (2018), Freud (1996), Carvalho (2003) e Duras (1994). De forma semelhante, na esteira da autoficção, o próprio Sérgio Sant’Anna escreve a morte para sobreviver, como é possível notar no conto “A barca da noite” (2003), em que narra sua própria tentativa de suicídio. Fazemos esta discussão a partir de Arfuch (2012), Bakhtin (2011), Klinger (2006), Prelorentzou (2017), Orthof (1996) e Sibilia (2015). Analisamos, ainda, de que maneira a escrita de Sant’Anna sobre o suicídio é índice de uma literatura que sobrevive após sucessivas crises de desmistificação (SONTAG, 2015). Para tanto, nos fundamentamos em Adorno (1970), Sontag (1967), Han (2019) e Murdoch (1972). Por fim, examinamos a escrita empreendida por Sant’Anna observando o suicídio com um índice de antinarrativa, como matéria e técnica que o autor utiliza para conceber os seus textos. A execução de nosso estudo se ampara em recursos metodológicos relativos à pesquisa bibliográfica. Fazemos uso predominantemente de conceitos das áreas de Teoria da Literatura e da Literatura Comparada, da Filosofia e das teorias culturais, dado o caráter transdisciplinar de nossa temática. A abordagem é qualitativa e se estabelece por um estudo de caráter críticoanalítico e interpretativo. São Cristóvão