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Revoltas do povo da BR-163 contra crises da ambientalização do governo
- Source :
- Anuário Antropológico, ISSN 0102-4302, Vol. 47, Nº. 1, 2022, pags. 19-43
- Publication Year :
- 2022
-
Abstract
- I analyze how crises were woven into a metanarrative that justified the revolts of those who presented themselves as the people from Novo Progresso and/or from the BR-163 region (West of Pará, Brazil). Despite internal disputes, rural producers, gold miners, businessmen, loggers, small settlers and indigenous people eventually joined forces in collective actions since the demarcation of the Baú Indigenous Land and the implementation of policies to mitigate the impacts of paving the BR-163 (Cuiabá-Santarém). I argue that these joint mobilizations were the result of the construction of moral-affective communities that shared memories about the injustices of the federal government since the opening of the highway by the military dictatorship. In these memories, which make up the knowledge of the region, they condemned the reproduction of precariousness and crises by the State through narratives of abandonment, sacrifices, suffering, humiliation, disrespect for rights, struggles, love for the land and threats such as invasions. I draw on fieldwork in the municipality of Novo Progresso, as well as social media, press reports, government documents and publications written by residents of the region.<br />Analiso como crises foram tecidas em uma metanarrativa que justificava as revoltas daqueles que se apresentavam como povo de Novo Progresso e/ou da região da BR-163 (Oeste do Pará, Brasil). Ainda que com disputas internas, produtores rurais, agricultores familiares, garimpeiros, empresários, comerciantes, madeireiros e indígenas se aliaram eventualmente em ações coletivas a partir da demarcação da Terra Indígena Baú e da implantação de políticas de mitigação dos impactos da pavimentação da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém). Argumento que essas mobilizações conjuntas foram fruto da construção de comunidades morais-afetivas que compartilhavam memórias acerca das injustiças do governo federal desde a abertura da rodovia pela ditadura militar. Nessas memórias, que compõem o conhecimento da região, denunciavam a reprodução da precariedade e de crises pelo Estado por meio de narrativas de abandono, sacrifícios, sofrimentos, humilhações, desrespeito a direitos, lutas, amor à terra e ameaças, como invasões. Baseio-me em trabalhos de campo no município de Novo Progresso, bem como em mídias sociais, reportagens da imprensa, documentos governamentais e publicações escritas por moradores da região.
Details
- Database :
- OAIster
- Journal :
- Anuário Antropológico, ISSN 0102-4302, Vol. 47, Nº. 1, 2022, pags. 19-43
- Notes :
- application/pdf, Anuário Antropológico, ISSN 0102-4302, Vol. 47, Nº. 1, 2022, pags. 19-43, Portuguese
- Publication Type :
- Electronic Resource
- Accession number :
- edsoai.on1342974181
- Document Type :
- Electronic Resource