Livro perfeito e bom: um manuscrito em disputa

This paper analyzes, from the perspective of the history of the book, a judgment given in 1431 by the ecclesiastical court of Évora, involving the prosecutor of the Monastery of St. Francis of Évora (plaintiff) and a representative of the Church of Viana do Alentejo (defendant). The dispute centers on a manuscript book containing a Flos Sanctorum, whose legitimate possession both litigants claim. The description of the book and the parties’ arguments allow us historically to contextualize the manuscript, its material value and its alleged journey through the hands of several owners
Este artigo analisa, na perspectiva da história do livro, uma sentença judicial dada em 1431 pelo tribunal eclesiástico de Évora, ao qual compareceram o procurador do Mosteiro de S. Francisco de Évora (queixoso), e um representante da Igreja de Viana do Alentejo (réu). Disputam um livro manuscrito, que contém um Flos Sanctorum, cuja legítima posse ambos os litigantes reclamam. A descrição do livro e o relato das razões apresentadas pelas partes permite contextualizar historicamente o manuscrito, o seu valor material e os alegados percursos pelas mãos de vários possuidores.