Aleitamento materno como fator protetor da obesidade infantil: Uma revisão sistemática da literatura

Introdução: A elevada prevalência de obesidade infantil em Portugal é considerada uma das grandes epidemias do século XXI. Empiricamente, o aleitamento materno é apontado, pelos seus reconhecidos benefícios na saúde do lactente e da mãe, como um fator protetor ao desenvolvimento de obesidade infantil. No entanto, são necessários mais estudos que demonstrem esta relação. Materiais e métodos: Realizámos uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de aferir o papel do aleitamento materno na prevenção da obesidade infantil. Mais concretamente, pesquisámos evidência científica acerca da relação entre as duas variáveis supracitadas, assim como os mecanismos potencialmente envolvidos nesta associação. Analisámos artigos científicos publicados em revistas indexadas de diversos países, compreendidos entre 01.01.2014 e 31.12.2016. O seu acesso adveio de bases de dados internacionais e de idoneidade reconhecida. Resultados: Na maioria dos estudos revistos, verificámos que o aleitamento materno apresenta uma relação de proteção com a obesidade infantil; no entanto, em alguns estudos, não foi encontrada qualquer associação entre as duas variáveis. A leptina e o cortisol foram sugeridos como intervenientes nos mecanismos potencialmente envolvidos na relação referida. Discussão e conclusão: O aleitamento materno apresenta um papel protetor sobre a obesidade infantil, nomeadamente aquando de uma duração superior a 6 meses e em exclusivo. O efeito protetor referido pode estender-se a longo prazo. A questão relativa aos mecanismos envolvidos nesta associação merece uma investigação mais aprofundada.