Back to Search Start Over

Doença de Crohn e cálculo renal: muito mais que coincidência? Crohn’s disease and kidney stones: much more than coincidence?

Authors :
Maria Lenise Lopes Viana
Rose Meire Albuquerque Pontes
Waldir Eduardo Garcia
Maria Emília Fávero
Denise Cavenaghi Prete
Tiemi Matsuo
Source :
Arquivos de Gastroenterologia, Vol 44, Iss 3, Pp 210-214 (2007)
Publication Year :
2007
Publisher :
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia (IBEPEGE), 2007.

Abstract

RACIONAL: A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal que pode estar associada a várias complicações e manifestações que são secundárias ao processo inflamatório de base. Em aproximadamente 30% dos pacientes têm sido encontradas manifestações extra-intestinais. A nefrolitíase é uma delas e a formação de cálculos é mais comum nestes pacientes do que na população em geral, principalmente cálculos de oxalato de cálcio. OBJETIVOS: Avaliar os fatores metabólicos urinários potencialmente envolvidos na formação de cálculos renais em pacientes com doença de Crohn. MÉTODOS: Foram avaliados 29 pacientes com doença de Crohn atendidos no Ambulatório de Doenças Inflamatórias do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina, PR, no período de janeiro a dezembro de 2004. A avaliação metabólica incluiu medidas séricas e urinárias de substâncias relacionadas à litíase renal, ultra-sonografia de rins e vias urinárias e cálculo da supersaturação urinária para o oxalato de cálcio, ácido úrico e fosfato de cálcio. RESULTADOS: Dos 29 pacientes avaliados, 65,5% eram do sexo feminino e 34,5% do masculino. As principais alterações metabólicas urinárias encontradas foram 72,41% de hipocitratúria, 41,4% de hipomagnesiúria, 13,6% de hiperoxalúria e 17,24% de baixo volume urinário. Foram encontrados cálculos renais em 13 pacientes (44,8%). Os pacientes submetidos a cirurgia intestinal, com ressecção ileal, apresentaram alterações na saturação urinária de oxalato e fosfato. Para a comparação das médias, utilizou-se o teste de Mann-Whitney e para determinar a associação entre as variáveis foi utilizado o teste do Qui-quadrado ou o teste exato de Fisher com um nível de significância de 5%. CONCLUSÃO: A freqüência de pacientes com cálculos renais foi maior que a encontrada na população geral e acima do descrito em trabalhos similares. As alterações encontradas como hipocitratúria e a hipomagnesiúria, que representam fatores de risco reconhecido para a formação de cálculos, devem ter participação ativa nestes resultados. O impacto dessas alterações, medido pela saturação urinária elevada de oxalato e fosfato de cálcio, representa uma das maneiras de se demonstrar como estes fatores predispõem à nucleação de cristais e, conseqüentemente, à formação de cálculos nas vias urinárias.BACKGROUND: Crohn’s disease is an inflammatory bowel disease associated with a wide variety of complications and manifestations secondary to the effects of underlie inflammatory process. In about 30% of the patients with Crohn’s disease can be found extra-intestinals symptoms. Nephrolithiasis is one of them and the appearance of kidney stones, mainly of oxalate of calcium, is more common in these patients than in general population. AIM: To evaluate urinary metabolic factors potentially involved in renal stones formation on patients with Crohn’s disease. METHODS: We evaluated 29 patients with Crohn’s disease followed in the Outpatient Bowel Inflammatory Disease Clinics of State University Hospital, Londrina, PR, Brazil, from January to December of 2004. The metabolic evaluation included measured of blood and urine substances related to renal stones formation, kidneys, ureters and bladder ultrassonography and calculation of urinary supersaturation for calcium oxalate, uric acid and calcium phosphate. RESULTS: Twenty-nine of the evaluated patients were female or 65.5% and 34.5% were males. Among the metabolic urinary studied, we identified the following potential disturbances associated with nephrolithiasis: hypocitraturia in 21 patients (72.4%), hypomagnesuria in 12 (41.4%), hyperoxaluria in 4 (13.6%) and urinary volume low in 5 (17.2%). Renal stones were identified in 13 patients (44.8%). Oxalate urinary excretion was higher in patients submitted to bowel surgery and also in patients with ileum resection. The urinary supersaturation of calcium oxalate and brushita in patients with bowels surgery was higher than the other patients not submitted to any surgery. Data to compare patients who underwent to surgery or not were analyzed by Mann-Whitney test (U test), and Qui-square test or the accurate test of Fisher have been used to determine variables association. For all tests 5% of significance level was considered. CONCLUSION: This study shows that the frequency of renal stones in patients suffering from Crohn’s disease is higher than in general population and, also, higher than that described elsewhere for this disease. We identified hypocitraturia and hypomagnesiuria as the main factors which could explain our data. The impact of these metabolic disturbances can be also evaluated by means of the high supersaturation obtained for calcium oxalate and calcium phosphate which suggests the way those factors could be influencing crystal nucleation and, consequently, lead to renal stones formation in this group of patients.

Details

Language :
English
ISSN :
00042803 and 16784219
Volume :
44
Issue :
3
Database :
Directory of Open Access Journals
Journal :
Arquivos de Gastroenterologia
Publication Type :
Academic Journal
Accession number :
edsdoj.78495caae522489b9fc849018c593508
Document Type :
article
Full Text :
https://doi.org/10.1590/S0004-28032007000300006