Regime de queima em Goiás, Brasil, e em Moçambique entre 2010 e 2019: frequência, recorrência e classes de cobertura mais afetadas

Nos últimos anos, o mundo tem experienciado eventos extremos relacionados à ocorrência do fogo, que vêm causando uma série de danos às populações e ecossistemas. Em 2020 incêndios assolaram Austrália, Brasil, Estados Unidos, entre outras nações. Isso dá à temática dos incêndios florestais relevância e urgência globais e torna necessários a maior compreensão e o monitoramento desses eventos. O presente trabalho buscou identificar semelhanças e diferenças no regime de fogo, mais especificamente na frequência e recorrência, entre Moçambique e no Estado de Goiás, Brasil, entre 2010 e 2019. Ambos os recortes estão localizados na mesma zona bioclimática, onde estão presentes as savanas. Estas, consideradas ecossistemas com maior resiliência ao fogo, não estão imunes às consequências de incêndios intensos e frequentes. Logo, monitorar tais eventos nesses ecossistemas é importante, principalmente para identificar características que possam nortear a tomada de decisões. As etapas metodológicas para o desenvolvimento da presente pesquisa envolveram organização de base de dados e uso de plataformas de processamento geoespacial baseado em nuvem, o que resultou em produtos de caracterização dos eventos de queima. Em ambos os recortes estudados, o fogo ocorre anualmente em extensões consideráveis, principalmente no caso de Moçambique, cujo percentual de área queimada anualmente é maior que o de Goiás. Tal dinâmica pode estar relacionada a especificidades de cada região. Os presentes resultados possibilitam melhor compreensão de como se dá a ocorrência de incêndios e queimadas em diferentes savanas e podem motivar outras pesquisas a respeito, com vistas a maiores esclarecimentos.