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É seguro não utilizar sulfato de magnésio nas pacientes com pré-eclâmpsia? Is it safe to withold magnesium sulfate in preeclamptic women?

Authors :
José Geraldo Lopes Ramos
Sérgio Martins Costa
Mara Alexandra Francisco
Andrea Garcia de Almeida
Marta Franco Machado
Claudia Borowski
Source :
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Vol 22, Iss 1, Pp 13-17 (2000)
Publication Year :
2000
Publisher :
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, 2000.

Abstract

Objetivo: determinar a capacidade do sulfato de magnésio na prevenção da eclâmpsia em um grupo de gestantes com pré-eclâmpsia. Métodos: estudo caso-controle em 489 gestantes com o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) internadas no HCPA no período de janeiro de 1990 a janeiro de 1997. Para a aferição dos dados, as gestantes foram divididas em dois grupos: as que fizeram uso de sulfato de magnésio (grupo I) e as que não fizeram uso do sulfato de magnésio (grupo II). Todas as pacientes foram manejadas de acordo com o protocolo do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HCPA para tratamento de gestantes com HAS. Foram aferidas as seguintes variáveis: idade materna, raça, número de convulsões, número de convulsões em gestantes com uso de sulfato de magnésio, tempo de uso de sulfato de magnésio antes e após o parto, mortalidade materna; necessidade de internação em UTI, necessidade de ventilação assistida, e tempo de internação após o parto. Os dados foram avaliados por meio do pacote estatístico Epi-Info 6.0 com análise multivariada. A principal medida foi o uso de sulfato de magnésio. Resultados: não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de usuárias ou não de sulfato de magnésio quanto à idade materna, idade gestacional ou raça. As gestantes que receberam MgSO4 apresentaram médias de pressões diastólica e sistólica significativamente maiores. O grupo de usuárias de sulfato de magnésio teve maior tempo de internação hospitalar e mais necessidade de internação em UTI. A necessidade de uso de respirador artificial e o índice de morte materna foram semelhantes nos dois grupos. Vinte e duas pacientes das 353 gestantes apresentaram uma ou mais convulsões antes da internação. Seis gestantes (27,3%) apresentaram um ou dois novos episódios de convulsão e nenhuma paciente apresentou três ou mais convulsões após o uso sulfato de MgSO4. Conclusões: os resultados do estudo sugerem que as convulsões eclâmpticas podem ser evitadas pela utilização profilática rotineira do sulfato de magnésio.Deve ser considerada uma medida arriscada e indefensável, sob o ponto de vista ético, a decisão de não-utilização profilática do sulfato de magnésio em pacientes pré-eclâmpticas que estejam em trabalho de parto, ou que apresentem sinais clínicos de iminência de convulsão.Purpose: to determine magnesium sulfate effectiveness to prevent eclamptic seizures in pregnant women diagnosed with preeclampsia. Methods: a case-control study involving 489 pregnant patients admitted to the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) with the diagnosis of hypertension between January 1990 and January 1997. The patients were divided into two groups: those who received magnesium sulfate (Group I) and those who did not (Group II). All patients were treated according to the hospital's standard protocol for the treatment of hypertensive pregnant women. The following variables were assessed: maternal age, race, number of seizures, number of seizures in patients receiving magnesium sulfate, period of magnesium sulfate administration, before and after delivery, maternal mortality, need of ICU care, need of mechanical ventilation and length of hospital stay after delivery. Data were assessed with Epi-Info 6.0 statistical package, using multivariate analysis. The main outcome measure was magnesium sulfate use. Results: no differences were found between the two groups in terms of maternal age, race or gestational age. Women who received magnesium sulfate had a higher mean systolic and diastolic blood pressure. Women in the intervention group had a longer hospital stay and a greater need of ICU care. Need of mechanical ventilation and maternal mortality were similar in the two groups. Twenty-two out of 353 women had one or more seizures before admission to the hospital. Six women (27.3%) had one or two additional seizures after magnesium sulfate administration. No subjects had three or more seizures after receiving magnesium sulfate. Conclusion: the results show that eclamptic seizures can be prevented by routine prophylactic magnesium sulfate administration.

Details

Language :
English, Portuguese
ISSN :
01007203
Volume :
22
Issue :
1
Database :
Directory of Open Access Journals
Journal :
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
Publication Type :
Academic Journal
Accession number :
edsdoj.6027b61322b847f2ae353976c6f24ea5
Document Type :
article
Full Text :
https://doi.org/10.1590/S0100-72032000000100003