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Ganho de Conhecimento no Internato Médico em Psiquiatria Não Reduz Estigmatização dos Transtornos Mentais

Authors :
Gabriel de Oliveira Araújo
Mariana Mendonça Ferreira Ramos
Antonio Pedro de Melo Moreira Suarte
Lays Genro Coutinho
Bárbara Vidigal Braga
Thiago Blanco-Vieira
Source :
Revista Brasileira de Educação Médica, Vol 43, Iss 1 suppl 1, Pp 424-430 (2020)
Publication Year :
2020
Publisher :
Associção Brasileira de Educação Médica, 2020.

Abstract

RESUMO Introdução Considerando a prevalência dos transtornos mentais, é essencial que qualquer médico seja capaz de prestar assistência qualificada e humanizada a pessoas em sofrimento psíquico. No entanto, o usual estigma e a falta de conhecimento no manejo das doenças mentais por parte dos médicos podem representar uma barreira de acesso e ineficiência importante enfrentada pelos pacientes no sistema de saúde. Objetivo Estimar o ganho de aprendizado percebido e a redução de estigma em relação a pessoas portadoras de esquizofrenia por estudantes de Medicina após a exposição ao estágio obrigatório no internato numa escola médica pública no Distrito Federal. Método Estudo quasi-experimental para avaliação de impacto de programa educacional durante o internato médico em saúde mental. A amostra consistiu em 35 estudantes do último ano do curso de Medicina. Foram aplicados questionários para aferição do grau e tipificação do estigma em relação à esquizofrenia e à autopercepção sobre manejo de medicamentos e sobre tratamento de doenças psiquiátricas. Os instrumentos utilizaram uma escala do tipo Likert de três pontos para aferição dos resultados. Os questionários foram aplicados imediatamente antes e após a exposição ao programa educacional, que teve duração de quatro semanas. Os valores médios de autopercepção e estigma foram comparados entre os dois momentos empregando-se o teste t de Student emparelhado. Resultados Não houve mudança significativa do grau de estigmatização nas dimensões avaliadas (estereótipo total, p = .230; preconceito percebido, p = .172; distância social, p = .209; direitos civis, p = .837). Quanto à autopercepção de conhecimento, os valores médios do número de resposta igual a 3 e a soma no momento pós- são significativamente maiores que no momento pré- (p = .007 e p < .0001, respectivamente). Os ganhos não se mostraram associados significativamente com as variáveis demográficas. Conclusão A despeito do ganho em conhecimento, a imersão em saúde mental no internato do curso de Medicina ao longo de quatro semanas não se mostrou eficaz para mudança no estigma. É possível que a curta duração da intervenção implique contato insuficiente com o portador de doença mental para redução do estigma. Sugerimos a realização de novos trabalhos com ampliação da amostra e com desenhos experimentais.

Details

Language :
Portuguese
ISSN :
19815271
Volume :
43
Issue :
1 suppl 1
Database :
Directory of Open Access Journals
Journal :
Revista Brasileira de Educação Médica
Publication Type :
Academic Journal
Accession number :
edsdoj.4b07eae86eb489493e2d9bcf25a4b03
Document Type :
article
Full Text :
https://doi.org/10.1590/1981-5271v43suplemento1-20180277