Fisiopatologia da insuficiência cardíaca: mecanismos relacionados com a intolerância ao esforço e o papel do exercício físico

Insuficiência cardíaca (IC) é caracterizada por dispneia, intolerância ao esforço e comprometimento da qualidade de vida. A IC é considerada uma epidemia mundial, atingindo aproximadamente 26 milhões de pessoas e com gasto estimado em US$ 108 bilhões para o tratamento em todo o mundo. O tratamento envolve estratégias farmacológicas e não-farmacológicas, destacando-se o exercício físico. Desta forma, o objetivo desta revisão é detalhar os mecanismos fisiopatológicos que promovem a intolerância ao esforço e o papel do exercício físico na melhora da capacidade funcional e qualidade de vida. Os mecanismos fisiopatológicos da IC envolvidos na intolerância ao esforço são aumento da atividade simpática, alterações hormonais, em destaque a angiotensina II, aumento da resposta inflamatória e prejuízos no transporte, difusão e utilização de oxigênio no músculo esquelético. Esta cascata de eventos promove reduções na capacidade funcional, força muscular e qualidade de vida. Entre as estratégias não farmacológicas para o tratamento da intolerância ao esforço na IC, o exercício físico parece ser a única capaz de promover melhoras clínicas importantes, devido a melhora na capacidade de utilização de oxigênio pelo músculo esquelético.