SOBRE A EXPRESSÃO DO ESPÍRITO NA OBRA DE ARTE

Este ensaio pretende estabelecer considerações autônomas sobre a possibilidade de haver arte como expressão de intenções interiores do indivíduo. Neste sentido, a arte torna-se autônoma em relação ao meio, sem, contudo, perder sua relação com o contexto que a influencia. Baseando-se nas considerações primeiras do filósofo grego Platão, passando por elucidações da teoria estética hegeliana e noutras considerações acerca da sociologia do conhecimento, entendemos o processo dialético como chave para a emulação e verdadeira expressão de valores estéticos na obra de arte. Consideramos, enfim, que há valores ideais na obra de arte que, além das variáveis tempo e espaço, manifestam-se através da matéria, mantendo suas características valorativas espirituais. A verdadeira obra de arte é bela no sentido em que é fruto de um processo dialético perfeito entre matéria e espírito. A arte perfeita é, assim, produto inalterável de uma reação entre o imaterial (noéton) e o material (aisthéton): arte é um processo interior de dialética (äéáëåôéêÞ).