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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS (HSH), TRAVESTIS E MULHERES TRANS (TMT) EM USO DE PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO PARA HIV (PREP) NO BRASIL

Authors :
Mayara Secco Torres da Silva
Thiago Silva Torres
Ronaldo Ismério Moreira
Iuri da Costa Leite
Carolina Coutinho
Pedro Henrique Amparo da Costa Leite
Geraldo Marcelo da Cunha
Marcos Benedetti
Brenda Hoagland
Sandra Wagner Cardoso
Maria Cristina Pimenta
Valdilea Gonçalves Veloso
Beatriz Grinsztejn
Source :
Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 103183- (2023)
Publication Year :
2023
Publisher :
Elsevier, 2023.

Abstract

Introdução: A incorporação da PrEP como política de saúde pública ampliou a testagem de IST no Brasil. O país é um dos mais afetados pela sífilis a nível global, no entanto carece de dados populacionais sobre clamídia (CT) e gonorreia (NG). O ImPrEP foi um estudo que avaliou a implementação da PrEP no Brasil, México e Peru. No Brasil, incluiu 3.928 HSH e TMT. O objetivo desse trabalho é explorar dados relacionados às vulnerabilidades para IST no Brasil entre participantes acompanhados no ImPrEP. Métodos: De 2018 a 2020, incluímos HSH e TMT ≥ 18 anos, com seguimento até 2021. Exames para IST bacterianas foram coletados na inclusão e trimestralmente (sífilis) ou anualmente (CT/NG). Consideramos todos os participantes do ImPrEP no Brasil com realização de pelo menos um exame para qualquer IST bacteriana (sífilis, CT/NG) durante o estudo. Realizamos análise descritiva das frequências de IST por unidade federativa (UF) e das características sociodemográficas e comportamentais dos participantes. Resultados: Incluímos 3.478 participantes de 8 UF de todas as regiões do país, com maior concentração no Rio de Janeiro (RJ) (30%) e São Paulo (SP) (27%). Desses, 25% tinham 18-24 anos, 51% eram não brancos, 80% com escolaridade pós-secundária, 96% HSH e 4% TMT. Na inclusão, a prevalência de sífilis foi maior no Distrito Federal (DF) (17%) e no Amazonas (AM) (15.6%), enquanto CT/NG não apresentaram diferenças significativas entre UF. Maior incidência de sífilis foi identificada em Santa Catarina (SC) (15.8/100 pessoas-ano), DF (14.8/100 pessoas-ano) e Bahia (BA) (13.5/100 pessoas-ano). Após iniciar PrEP, 35% dos participantes foram diagnosticados com alguma IST bacteriana, sem associação com a UF de origem. Em SC, participantes reportaram mais frequentemente múltiplas parcerias sexuais (53%), no entanto menos relações anais receptivas sem uso de preservativo (39%). O uso excessivo de álcool foi mais frequente em AM (82%) e BA (80%), enquanto o uso de drogas estimulantes ocorreu mais no DF (35%), SP (24%) e RJ (18%). Conclusão: Nossos achados contribuem para caracterização da prevalência de IST entre usuários de PrEP de diferentes estados brasileiros, trazendo dados inéditos sobre infecção por CT/NG nessa população. Considerando a diversidade territorial e cultural do Brasil, vulnerabilidades distintas podem estar envolvidas na dinâmica de transmissão de IST, e a implementação de políticas públicas de prevenção para o HIV e IST deve ser adaptada às realidades locais.

Details

Language :
English
ISSN :
14138670
Volume :
27
Issue :
103183-
Database :
Directory of Open Access Journals
Journal :
Brazilian Journal of Infectious Diseases
Publication Type :
Academic Journal
Accession number :
edsdoj.4140da17b3f54a35b675f0653e460abf
Document Type :
article
Full Text :
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103183