Back to Search
Start Over
Infeções Associadas a Terapêuticas Sistémicas Não Biológicas em Dermatologia: Como Prevenir?
- Source :
- Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, Vol 79, Iss 2 (2021)
- Publication Year :
- 2021
- Publisher :
- Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, 2021.
-
Abstract
- O risco infecioso associado a terapêutica biológica é cada vez mais estudado e conhecido, existindo estratégias de rastreio e profilaxia bem estabelecidas. O mesmo não se verifica na utilização de corticoide sistémico nem dos tradicionais modificadores de doença autoimune, de que são exemplo o metotrexato e a ciclosporina, apesar de usados há largos anos. A dose e tempo de terapêutica com corticoide sistémico relacionam-se com a ocorrência de infeção oportunista. Doses superiores a 5 mg/dia associam-se a infeção bacteriana, superiores a 10 mg/dia a reativação de infeção por vírus herpes zoster (VHZ), e superiores a 15 mg/dia ou por mais de 2 a 4 semanas a reativação de tuberculose latente, o que implica rastreio e aplicação de quimioprofilaxia de forma adequada. O corticoide sistémico surge ainda como dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de pneumocistose no doente não-VIH e doses prolongadas (por mais de 4 semanas) podem levar a reativação de infeção por vírus da hepatite B (VHB) e justificar a profilaxia com tenofovir disoproxil fumarato ou entecavir. Foram ainda descritos casos de estrongiloidíase complicada de síndrome de hiperinfeção em doentes sob corticoide. O grau de imunossupressão conferido pode contraindicar a realização de vacinas vivas atenuadas. O metotrexato e ciclosporina comportam baixo risco infecioso quando utilizados em monoterapia, sendo a vigilância de sintomas a principal estratégia preventiva. Não obstante, ambos são imunomoduladores, contraindicam a realização de vacinas vivas atenuadas e associam-se a risco de infeção bacteriana e reativação de infeção por VHZ, no caso da ciclosporina, ou reativação de infeção por VHZ e VHB no caso do metotrexato, sobretudo se administrado em dose >0,4 mg/kg/semana. Ambos se associam a evolução para tuberculose ativa quando em associação terapêutica com outros imunossupressores. Compreender e estudar o risco de infeção na utilização de terapêutica imunossupressora permite a sua aplicação de forma mais informada e segura.
Details
- Language :
- English, Portuguese
- ISSN :
- 21822395 and 21822409
- Volume :
- 79
- Issue :
- 2
- Database :
- Directory of Open Access Journals
- Journal :
- Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
- Publication Type :
- Academic Journal
- Accession number :
- edsdoj.36a38d229ffe46a1bed0bda15d57a05c
- Document Type :
- article
- Full Text :
- https://doi.org/10.29021/spdv.79.2.1375