A emergência do jornalismo profissional e do texto jornalístico no Brasil: ponto e contraponto nos debates intelectuais na década de 1950

A transição do jornalismo brasileiro na década de 1950 ocorreu em três diferentes frentes: nas redações, no ensino e na mentalidade da época. Esse processo alterou os valores, competências e fazeres profissionais. O texto jornalístico, como gênero específico, emerge nesse momento, trazendo consigo um profissional que não é mais um subproduto de outros dois campos: a literatura e a política. A ascensão do jornalismo profissional, nos moldes como ele se consolidou nas décadas seguintes, é o surgimento e o reconhecimento de uma competência específica, que orbita a produção de linguagem dentro de parâmetros técnicos e éticos. Essa transição não aconteceu sem tensões intelectuais, profissionais e pedagógicas. Este artigo descreve as transformações na mentalidade profissional a partir de autores referenciais da época, que defendiam o jornalismo da fase anterior e posterior à transição para o paradigma informativo, mostrando como se deu esse movimento por dentro dos debates que ele moveu, com as consequências na profissão e na pedagogia do jornalismo.