De quand date le peuplement du Brésil ? Contributions osseuses et moléculaires

L’ancienneté des premières occupations humaines en Amérique fait l’objet d’un grand débat. La date d’arrivée d’Homo sapiens sur le continent varie de 16 000 à 130 000 ans avant le présent (BP). Les âges antérieurs à environ 50 000 ans impliquent que le Nouveau Monde aurait pu être peuplé par d’autres espèces du genre Homo. Les propositions d’une présence antérieure au dernier maximum glaciaire restent toutefois conditionnées au débat sur l’origine anthropique ou naturelle de structures ou d’objets décrits comme des foyers, des artefacts ou des traces de découpe et de fracture d’ossements animaux. Aucun squelette humain antérieur à 12 000 ans BP – ce qui constituerait une preuve incontestable de présence humaine – n’a été décrit dans le Nouveau Monde. Les analyses génétiques de populations actuelles et de squelettes anciens indiquent une date de colonisation ne remontant pas au-delà d’il y a 16 000 ans. Les données biologiques sont donc en faveur d’une occupation de l’Amérique postérieure au dernier maximum glaciaire. Une hypothèse alternative serait de considérer que si une population très ancienne a existé dans le Nouveau Monde, celle-ci a disparu sans laisser de vestiges, un évènement qui serait unique dans l’histoire de l’humanité. A antiguidade da ocupação humana na América é tema de grande debate. A data de chegada de Homo sapiens no continente varia entre 16 000 e 130 000 anos AP. As idades mais antigas do que ca. 50 000 anos implicam que o Novo Mundo poderia ter sido povoado por outras espécies do gênero Homo. As propostas de uma presença anterior ao último máximo glacial, entretanto, seguem entrincheiradas no debate sobre origem antrópica ou natural de feições ou objetos descritos como fogueiras, artefatos de pedra e marcas de corte e quebra em ossos de animais. Esqueletos humanos mais antigos do que 12 000 anos, que constituiriam evidência incontestável da presença humana, nunca foram descritos para o Novo Mundo. Análises genéticas de populações atuais e de esqueletos antigos indicam uma idade de colonização de não mais do que ca. 16 000 anos atrás. Portanto, a evidência bioarqueológica favorece uma ocupação posterior ao último máximo glacial da América. Alternativamente, indica que se existiu uma população muito antiga no Novo Mundo, ela desapareceu sem deixar vestígios, um evento que seria único na história da humanidade. The date of the earliest human occupation in America is a matter of great debate with estimates ranging from 16,000 to 130,000 years for the time of the arrival of Homo sapiens on the continent. Ages older than ca. 50,000 years imply that the New World could have been populated by other species of the genus Homo. Hypotheses of a settlement prior to the last glacial maximum, however, remain entrenched in the debate around the anthropogenic or natural origin of features or objects described as bonfires, stone artifacts and cut/break marks on animal bones. Human skeletons older than 12,000 years, which would constitute indisputable evidence of human presence, have never been described for the New World. Genetic analyzes of current populations and ancient skeletons indicate an age of colonization of no more than ca. 16,000 years ago. Therefore, the bioarchaeological evidence favors an understanding of settlement occurring after the last glacial maximum in America. Alternatively, it indicates that if there was a very old population in the New World it disappeared without a trace, an event that would be unique in deep history of humanity.