Fisiopatologia da epilepsia e perspectiva no tratamento com o uso dos canabinóides

A epilepsia é conceituada como um distúrbio neurológico crônico que produz descargas elétricas anormais e crises convulsivas. Afetando 2-3% da população, desencadeia impactos sociais, comportamentais e econômicos. O tratamento proposto para esta condição baseia-se em fármacos anticonvulsivantes que alcança controle das crises na maioria dos casos. No entanto, 30% desses indivíduos são considerados farmacorresistentes, ou seja, são refratários ao tratamento convencional, pois não respondem bem aos anticonvulsivantes empregues. Tendo em vista a falta de alternativas terapêuticas para o tratamento da epilepsia, a planta do gênero Cannabis se apresenta como uma possibilidade nos casos refratários, visto que,contém mais de 100 compostos terpenofenólicos denominados canabinóides. Além disso, muitos estudos clínicos demonstram os efeitos benéficos do Canabidiol (CBD) e Δ9-Tetrahidrocanabinol (THC) que são os compostos ativos mais abundantes na planta, para controle das crises convulsivas.Há também a atividade moduladora das crises obtida pelo sistema endocanabinóide, que ocasionam melhora total ou parcial em casos refratários e consequentemente impedindo o surgimento de danos cerebrais, além disso, esses canabinóides utilizados não produzem efeitos adversos ou efeitos tóxicos relevantes e sua administração por um período longo não ocasiona tolerância, dependência ou abstinência. Epilepsy is defined as a chronic neurological disorder that causes abnormal electrical discharges and seizures. Social, behavioral, and economic impacts occur in 2-3% of the population. The proposed dichotomy for this condition is based on anticonvulsants, which most often manage to control crises. However, 30% are considered resistant to drugs, refractory to conventional abstinence since the anticonvulsants are not well-conditioned. Given the lack of therapeutic alternatives for the treatment of epilepsy, a plant belonging to the genus cannabis presents itself as an option in refractory cases because it contains more than 100 terpene phenolic compounds known as cannabinoids. Besides, many clinical studies show the beneficial effects of cannabidiol (CBD) and Δ9-tetrahydrocannabinol (THC), which are the most abundant active ingredients in the plant to control seizures. There is also the activity of modulating the crises obtained by the endocannabinoid system, which in refractory cases, causes total or partial improvement and, consequently, prevents brain damage. In addition, these cannabinoids cause toxic effects that are not relevant for a long time, nor is tolerance, dependence, or withdrawal.