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Voice and fantasy : archeological and phantasmological reflections between biopolitics and psychoanalysis
- Source :
- Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), instacron:UNICAMP
- Publication Year :
- 2022
-
Abstract
- Orientadores: Lauro José Siqueira Baldini, Chrisitan Ingo Lenz Dunker Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem Resumo: A partir de uma pergunta fundamental ao projeto Homo sacer, de Giorgio Agamben – sobre a forma e a topologia da incidência do poder sobre a vida –, busca-se suspender a hipótese psicanalítica de um paralelismo entre neuroses internas e neuroses externas. Argumenta-se que, em si, o paralelismo, para além do conteúdo individual e coletivo comparado, responde a uma temporalidade acrítica na relação entre história e subjetivação que seria alcançável pela crítica agambeniana. Especificamente, em questões sobre o trauma, a culpa, a repetição, a latência e a contingência, questões tradicionalmente articuladas à política por mitos, epopeias e tragédias. O ponto mínimo de tal articulação (????????), Agamben localiza na Voz como o mais tradicional mitologema antropogênico do ocidente. O ponto de divisa entre o homem e o animal fundado pelo manejo biopolítico e filosófico da Voz humana como articulada em letra, gramma, em oposição à voz in-articulada, não gramatizável, dos animais. Freud, contudo, relaciona a voz à fantasia, não ao mito. Daí a pergunta da tese: e se a voz não for mitologema, mas um "fantasilogema", o que se transforma? Esse é ponto para uma leitura de Totem e tabu com Homo sacer em três movimentos: o de anotação da aproximação freudiana entre os termos tabu e sacer; o da suspensão da hipótese de um assassinato na origem a partir da topologia da dupla exceção constitutiva do homo sacer: nem assassinato, nem sacrifício; e, finalmente, da suspensão da consideração da culpa (e, então, de uma origem mítica para o superego) no contexto de sua matável insacrificabilidade. Para tanto, a fantasia é pensada junto à topologia do bando soberano, em que o encadeamento cronológico da frustração do desejo, do assassinato, da culpa e, então, do sacrifício e da obediência a posteriori – encadeamento presente em Freud, e na lógica do paralelismo – cede à consideração de uma temporalidade em dois tempos de exclusões seguidas de reinclusões daquilo que é do inumano na política, e de suas vozes (do pai e dos filhos primevos, dos deuses e dos animais). Outra antropogênese é então proposta com o Bloco mágico e a Negação em Freud. Arqueologicamente, a repetição do Além do princípio do prazer é pensada com o brincar, e com outra forma da voz, para uma imaginação política em que é possível prescindir do trauma mítico de uma origem violenta para o homem. Ao invés disso, o jogo entre o traumático e a latência cede campo ao recalque originário como linha de falha (insurgência mais do que repressão), assim como à temporalidade do a posteriori freudiano, entendida como a temporalidade própria do aparelho psíquico. A percepção, e não exclusivamente o trauma, porque constitutivamente apartada da ideia de um presente, passa a ser compreendida como já afim à temporalidade retroativa do a posteriori freudiano e, então, manejável no contexto da arqueologia agambeniana sem que se tenha de fazer recurso ao paralelismo implícito na analogia com a neurose traumática. Por fim, cede-se do trauma, da latência e do retorno do recalcado em favor da voz como espanto, thaumazein Abstract: Starting with a fundamental question to the Homo sacer project, by Giorgio Agamben on the form and topology of the impact of power on life, we seek to suspend the psychoanalytic hypothesis of a parallel between internal and external neuroses. It is argued that parallelism in itself, beyond the compared individual and collective content, responds to an uncritical temporality in the relationship between history and subjectivation that would be achievable by the Agambenian critique, specifically in questions about trauma, guilt, repetition, latency and contingency, which are questions traditionally articulated to the politics through myths, epics and tragedies. Agamben locates the minimum point of such articulation (????????) in the Voice as the most traditional anthropogenic mythologeme of the West. The dividing point between man and animal founded by the biopolitical and philosophical handling of the human voice as articulated in letter, gramma, as opposed to the non-writable voice of animals. Freud, however, links the voice to fantasy, not myth. Hence the thesis question: What if the voice is not a mythologeme, but a "phantasygeme", then what is transformed? This is the point for a reading of Totem and taboo alongside Homo sacer in three movements: the note of the Freudian approximation between the terms taboo and sacer; the suspension of the hypothesis of a killing in its origin from the topology of the double exception constituting the homo sacer: neither killing, nor sacrifice; and finally, the suspension of the consideration of guilt (and thus from a mythical origin to the superego) in the context of its killable unsacrificability. Therefore, fantasy is thought of together alongside the topology of the sovereign power, in which the chronological frustration chain of desire, murder, guilt, and then sacrifice and obedience a posteriori - chain present in Freud, and in the logic of parallelism – gives in to the consideration of a temporality in two periods of exclusions followed by re-inclusions of what belongs to the inhuman in politics, and of their voices (of the father and the primal children, of the gods and of the animals). Another anthropogenesis is then proposed with the Magic Block and Negation in Freud. Archeologically, the repetition of the Beyond of the principle of pleasure is designed with fun, and with another form of voice, for a political imagination in which it is possible to prescind from the mythical trauma of a violent origin for man. Instead, the play between the traumatic and the latency gives way to the original repression as a fault line (insurgency rather than repression), as well as to the temporality of the Freudian a posteriori, understood as the psychic apparatus own temporality. Perception, and not exclusively trauma, as it is constitutively separated from the idea of present, comes to be understood as already related to the retroactive temporality of the Freudian a posteriori and, therefore, manageable in the context of the Agambenian archeology without having to resort to the implicit parallelism in the analogy with traumatic neurosis. Finally, one gives up the trauma, the latency and the return of the repressed in favor of the voice as wonder, thaumazein Doutorado Lingüística Doutora em Linguística CAPES 88882.329605/2019-01
- Subjects :
- Psicanálise
Biopolitics
Psychoanalisis
Biopolítica
Subjects
Details
- Language :
- Portuguese
- Database :
- OpenAIRE
- Journal :
- Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), instacron:UNICAMP
- Accession number :
- edsair.od......3056..ad3472fd80eb90927b08181552ae1e7e