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Modulação da microbiota gastrointestinal infantil: os mecanismos epigenéticos associados e as contribuições clínicas de enfermagem

Authors :
Damiani, Pattrícia da Rosa
Universidade Federal de Santa Catarina
Backes, Marli Terezinha Stein
Costa, Maria Fernanda Baeta Neves Alonso da
Source :
Repositório Institucional da UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), instacron:UFSC
Publication Year :
2021

Abstract

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2021. Introdução: O avanço na compreensão do microbioma humano e sua relação direta com os processos de saúde tem proporcionado melhor interpretação dos fatores fisiológicos, culturais e ambientais que influenciam a sua composição. Neste sentido, insere-se a epigenética, caracterizada por fatores não genéticos do contexto ambiental, que interagem com o microambiente celular e o próprio domínio genético. Estes fatores se relacionam diretamente com a microbiota gastrointestinal infantil e estão relacionados ao estilo de vida materno, via de parto, regime alimentar e exposição a antibióticos. O microbioma com a presença desses fatores tem a tendência a ser exposto a perturbações, ocorrendo disbiose, ou manter sua eubiose. A ocorrência de perturbações ao logo do desenvolvimento da criança reflete em uma interferência no desenvolvimento do sistema imune, sendo relacionado com comorbidades presentes durante a infância até a vida adulta, como a asma, obesidade, síndromes metabólicas e neurodegenerativas. Diante disto, é importante o aprofundamento a partir de estudos que evidenciem a relação de fatores externos com a modulação da microbiota gastrointestinal, validando os conhecimentos científicos já publicados, e aprimorando as práticas assistenciais e estratégias de promoção da saúde na atenção materno-infantil. Objetivos: Identificar a influência da antibioticoterapia, via de nascimento e tipo alimentação na modulação da microbiota gastrointestinal de crianças com até 12 meses de idade e Descrever as contribuições da prática clínica de enfermagem na modulação da microbiota gastrointestinal infantil. Método: Estudo de revisão sistemática baseado nos passos propostos pelo PRISMA, que resultou em dois manuscritos. O primeiro teve o intuito de identificar as evidências acerca dos fatores que modulam a microbiota gastrointestinal infantil, e no segundo utilizou-se esses resultados, associando-os com a prática clínica de enfermagem. Através de uma estratégia de busca foram coletados os estudos nas bases de dados EMBASE, PubMed, LILACS, SCOPUS, Web of Science, Cochrane, ProQuest, OpenGrey e Google Scholar, no dia 11 de outubro de 2020 e atualizado em 01 de fevereiro de 2021. Ao total foram 15608 estudos, sendo que três foram selecionados para compor esta revisão. Este estudo está registrado no Prospective Register of Systematic Reviews sob o número CRD42020192003. Resultados: As evidências identificaram que a antibioticoterapia, cesárea e a fórmula infantil perturbam a microbiota gastrointestinal, promovendo o aumento de microrganismos patogênicos dos gêneros Escherichia, Veillonella e Enterococcus. Contudo, o nascimento por via vaginal e o aleitamento materno proporcionam a modulação da microbiota com o aumento das bactérias comensais dos gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus. Os fatores associados à perturbação, sendo a cesariana, antibioticoterapia e fórmula infantil, necessitam de intervenções de enfermagem para que promovam a recuperação desta microbiota através do aleitamento materno, bem como acompanhar possíveis sinais clínicos provenientes desta disbiose para o organismo da criança. Conclusão: O parto vaginal e a amamentação exclusiva até os seis meses de vida beneficiam a modulação da microbiota gastrointestinal infantil. Além disso, o leite materno recupera parcialmente o microbioma após perturbações, sendo essencial as intervenções de enfermagem que estimulam os fatores epigenéticos que modulam a microbiota. Abstract: Introduction: The advance in the understanding of the human microbiome and its direct relationship with health processes has provided a better interpretation of the physiological, cultural and environmental factors that influence its composition. In this sense, epigenetics is inserted, characterized by non-genetic factors of the environmental context, which interact with the cellular microenvironment and the genetic domain itself. These factors are directly related to the infant gastrointestinal microbiota and are related to the maternal lifestyle, mode of delivery, diet and exposure to antibiotics. The microbiota with the presence of these factors has the tendency to be exposed to a disturbance, occurring dysbiosis, or to maintain its eubiosis. The occurrence of disorders during the child's development reflects an interference in the development of the immune system, being related to comorbidities present during childhood until adulthood, such as asthma, obesity, metabolic and neurodegenerative syndromes. In view of this, it is important to deepen studies that show the relationship of external factors with the modulation of the gastrointestinal microbiota, validating the scientific knowledge already published, and improving care practices and health promotion strategies in maternal and child care. Objectives: To identify the influence of antibiotic therapy, route of birth and type of feeding on the modulation of the gastrointestinal microbiota of children up to 12 months of age and Describe the contributions of clinical nursing practice in the modulation of the infant gastrointestinal microbiota. Method: Systematic review study based on the steps proposed by PRISMA, which resulted in two manuscripts. The first aimed to identify the evidence about the factors that modulate the infant gastrointestinal microbiota, and in the second, these results were used in association with clinical nursing practice. Through a search strategy, studies were collected in the EMBASE, PubMed, LILACS, SCOPUS, Web of Science, Cochrane, ProQuest, OpenGrey and Google Scholar databases, on October 11, 2020 and updated on February 1, 2021 In total there were 15,608 studies, three of which were selected to compose this review. This study is registered in the Prospective Register of Systematic Reviews under number CRD42020192003. Results: Evidence identified that antibiotic therapy, cesarean section and infant formula disturb the gastrointestinal microbiota, promoting an increase in pathogenic microorganisms of the genera Escherichia, Veillonella and Enterococcus. However, vaginal birth and breastfeeding provide modulation of the microbiota with the increase of commensal bacteria of the genera Bifidobacterium and Lactobacillus. The factors associated with the disorder, such as cesarean section, antibiotic therapy and infant formula, require nursing interventions to promote the recovery of this microbiota through breastfeeding, as well as to monitor possible clinical signs from this dysbiosis for the child's organism. Conclusion: Vaginal delivery and exclusive breastfeeding benefit the modulation of the infant's gastrointestinal microbiota. In addition, breast milk partially recovers the microbiome after disturbances, and nursing interventions that stimulate epigenetic factors that modulate the microbiota are essential.

Details

Language :
Portuguese
Database :
OpenAIRE
Journal :
Repositório Institucional da UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), instacron:UFSC
Accession number :
edsair.od......3056..a52ddda1fec25ae4083010b49c0674c5