Dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos de pacientes chagásicos residentes no noroeste do Paraná, Brazil

Clinical, laboratory and epidemiological data of 48 chagasic patients living in the northwestern region of the State of Paraná were analyzed. The clinical study revealed abnormalities in 59.5% of electrocardiograms and 27% of chest x-rays. Prior to etiologic treatment, all patients had positive IIF and ELISA, except for one case with a IIF titer of 20. Hemoculture, CoML and PCR were positive in 41.7%, 89.6% and 83.3% of subjects respectively. The subjects included women (52.1%) and men (47.9%) with average age of 46.9 ± 10.1 years mainly from the States of Minas Gerais and São Paulo (70.9%) and Paraná (18.8%). The majority acquired the infection through vector contact (95.8%) and 79.2% discovered the disease because they felt ill and looked for medical care, while 8.3% discovered their illness through blood donation. Understanding the clinical, laboratory and epidemiological data of chagasic patients is of considerable importance in order to formulate etiologic treatment proposals for these patients. The majority of the subjects in this study are in the productive phase of their lives and do not present clinical abnormalities, thus raising questions related to treatment which will be evaluated in future studies. Neste trabalho, foram avaliados os dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos de 48 pacientes chagásicos residentes na região noroeste do Paraná. No estudo clínico, o eletrocardiograma e o raio-X de tórax estavam alterados em 59,5% e 27% dos pacientes, respectivamente. Dos testes laboratoriais realizados antes de se propor o tratamento etiológico, a IFI e ELISA apresentaram resultados positivos em todos os pacientes, exceto um caso com título da IFI 20. A hemocultura, LMCo e PCR foram positivas em 41,7%, 89,6% e 83,3%, respectivamente. Observamos que 52,1% da população era feminina e 47,1% masculina com idade média de 46,9 ± 10,1 anos. Quanto à procedência, 70,9% eram procedentes de Minas Gerais e São Paulo e 18,8% relataram ser paranaenses. A grande maioria (95,8%) adquiriu a infecção por via vetorial, 79,2% descobriu a doença de Chagas ao procurar o médico e 8,3% quando foi doar sangue. O estudo dos dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos de pacientes chagásicos torna-se hoje de maior interesse porque, diante desse quadro devemos propor o tratamento etiológico desses pacientes. A grande maioria dos pacientes desse estudo está na fase produtiva de suas vidas e não apresenta alterações clínicas, fatos que levaram a proposição do tratamento etiológico desses pacientes, etapa esta que será avaliada em trabalhos futuros.