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Racionalidade filosófica, racionalidade científica e os limites da tradição analítica: uma contribuição à teoria das tradições de pesquisa racional de Alasdair MacIntyre
- Source :
- Repositório Institucional da UFRN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), instacron:UFRN
- Publication Year :
- 2017
- Publisher :
- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO INTEGRADO DE DOUTORADO EM FILOSOFIA (UFPB - UFPE - UFRN), 2017.
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Abstract
- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) A teoria das tradições de pesquisa racional de Alasdair MacIntyre elabora uma perspectiva metafilosófica em que é possível avaliar os méritos relativos de enquadramentos rivais da racionalidade, de uma maneira que se assemelha a algumas abordagens canônicas na filosofia da ciência, evadindo-se, porém, tanto aos problemas relativos à compreensão do progresso teórico, quanto às restrições próprias das posições relativista e perspectivista, de modo a permitir, por um lado, uma percepção dos condicionamentos que operam sobre uma investigação e, por outro, assumir uma postura filosoficamente realista, amparada numa concepção da verdade como adequação da mente à realidade. Aproxima-se da tradição aristotélico-tomista e, em sua versão madura, encontra nessa tradição seu modelo e dela se considera continuadora. Compromete-se com uma concepção de racionalidade especificamente adaptada, argumenta-se, para a prática filosófica, sendo importante traçar uma distinção, ignorada por MacIntyre, entre uma racionalidade filosófica e uma racionalidade científica, esta dedicada à construção de modelos exploratórios adequados à predição e controle de fenômenos e aquela ocupada com o julgamento sobre a natureza e a estrutura da realidade como tal. Considerando a origem histórica dessa divisão de caminhos e abordando a maneira como alguns filósofos de orientação aristotélico-tomista trataram a relação entre ciência natural e filosofia da natureza, estabelece-se a primazia de uma perspectiva filosófica que não assuma simplesmente o modelo da racionalidade científica para uma mais completa fundamentação de uma teoria da pesquisa racional em moldes macintyreanos. Essa complementação da teoria das tradições de pesquisa racional de MacIntyre permite, por sua vez, elaborar uma crítica à filosofia analítica que encontra na admissão da racionalidade científica como modelo para a racionalidade filosófica o elemento capaz de atribuir ao movimento a identidade unitária de uma tradição. Tal identidade deve ser entendida antes como pressuposto operacional que como adesão a teses ou parâmetros metodológicos bem definidos, e ilumina as críticas esparsas de MacIntyre àquela tradição, apontando para a existência, nela, de uma forma de emotivismo filosófico generalizado. Alasdair MacIntyre’s theory of the traditions of rational enquiry elaborates a metaphilosophical perspective from which one may evaluate the relative merits of rival frameworks of rationality in a way that resembles some canonical approaches in the philosophy of science, but in such a way as to avoid as much as possible the problems relating to the understanding of theoretic progress as the restrictions proper to relativist and perspectivist positions, so that it allows, on the one hand, a clear sight of the conditionings which operate on an investigation and, on the other, to assume a strictly realist posture anchored in a conception of truth as adequation of mind to reality. It approximates to the Aristotelian-Thomist tradition and, in its mature version, finds in this tradition its own model and takes itself to be its heir. It is committed to a conception of rationality specifically adapted, it is argued, to philosophical practice, being an important task to draw a distinction, ignored by MacIntyre, between a philosophical and a scientific rationality, the latter dedicated to the building of exploratory models adequate to the prediction and control of phenomena and the former occupied in judging of the nature and structure of reality as such. By considering the historical origin of this parting of ways and approaching the manner in which some philosophers of an Aristotelian-Thomistic orientation dealt with the relation between natural science and the philosophy of nature, the primacy is established of a philosophical perspective that does not simply take scientific rationality as its model, in order to furnish a fuller grounding to a theory of rational enquiry in MacIntyrean moulds. This complementation of MacIntyre’s theory of the traditions of rational enquiry, in its turn, allows for an elaboration of a criticism of analytic philosophy which finds in the adoption of scientific rationality as a model to philosophical rationality the element apt to confer the movement the unitary identity of a tradition. Such an identity should not be understood as adhesion to determinate theses or methodological patterns but rather as an operational presupposition, and it sheds light on MacIntyre’s sparse criticisms of that tradition, pointing toward the existence, in it, of a kind of generalized philosophical emotivism.
Details
- Language :
- Portuguese
- Database :
- OpenAIRE
- Journal :
- Repositório Institucional da UFRN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), instacron:UFRN
- Accession number :
- edsair.od......3056..72b9f00eaf66d8587c2bd3678d594a93