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A jazida de wolframita de Pedra Preta, granito Musa, Amazônia Ooriental (PA): estudo dos fluidos mineralizantes e isótopos estáveis de oxigênio em veios hidrotermais
- Source :
- Repositório Institucional da UFPA, Universidade Federal do Pará (UFPA), instacron:UFPA
- Publication Year :
- 1995
- Publisher :
- Universidade Federal do Pará, 1995.
-
Abstract
- CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior A jazida de wolframita de Pedra Preta constitui a principal reserva de W da Amazônia Brasileira, estando localizada perto da borda oeste do granito Musa (1,88 a), na região de Rio Maria, ao sul da Província Mineral de Carajás. A mineralização de wolframita ocorre num campo filoneano que corta, em profundidade, a cúpola da fácies heterogranular do corpo granítico e rochas do Supergrupo Andorinhas, cujos metarenitos são de idade arqueana (2,9 Ga). Foram estudados quatro eventos hidrotermais relacionados à formação de veios hidrotermais precoces (VHP), tardios (VHT) e finais (VIU). O primeiro evento está representado pelos VHP, de origem metamorfica, anteriores ao posicionamento do pluton, e compostos basicamente de quarzto 1. Os fluidos neles estudados são aquo-carbônicos, em que o CH4 é o constituinte predominante da fase carbônica. Nos grãos de quartzo dos metarenitos foram estudadas inclusões fluidas (IF) formadas por H2O, CH4 (predominante) e CO2. O segundo evento, associado à intrusão do Granito Musa, envolveu fluidos aquosos pobres em flúor, que formaram, ao longo de juntas resultantes de fraturamento hidráulico, os primeiros estágios dos VHT, compostos de quartzo 3. Esses fluidos teriam sido de salinidade intermediária, essencialmente sem Ca++ e, provavelmente, sem fases carbônicas. Os valores de δ18O, entre 7,61 e 8,04‰, dos quartzos 2 (do granito) e 3 (dos VHT, do setor inferior da jazida) são muito próximos, indicando reequilibrio com fluídos dominantemente magmáticos. O próximo evento hidrotermal foi propiciado pela reabertura tectônica daquelas juntas, que serviram de zona de escape para fluidos aquo-carbônicos metamórficos formados por proporções variáveis de CH4, CO2 e H2O. A fase aquosa teria sido de baixa salinidade e nela esteve presente o ion Ca++. A pressão desses fluidos foi, talvez, maior de 2,5 Kb com fo2 na faixa de 10-38 a 10-37 bar, indicando condições redutoras. A seguir, o sistema foi submetido a um processo de oxidação que levou à precipitação da wolframita e hematita, a partir de soluções ácidas (pH 4,0-5,0), sob condições termais entre 300 e 400°C e pressões superiores a 2,5Kb. Os resultados isotópicos para o quartzo 3 do setor superior da jazida (mais afetado pelas soluções redutoras) mostraram valores de 8180 maiores (9,0 a 9,6‰) que os registrados no quartzo 2 e 3 do setor inferior, sugerindo processos ou intensidade de processos diferentes. É dessa fase hidrotermal o processo de metassomatismo de flúor, que foi de pouca expressão e marcado pela precipitação de topázio e, em seguida, de fluorita. Os fluidos encontrados nas IF desses minerais são também aguo-carbônicos, mas a fase carbônica está formada exclusivamente por CO2 e na fase aquosa estão presentes Ca++ e Na++, A fração molar do CO2 foi decrescendo paulatinamente, até tornar-se inferior a 0,1 na fluorita. Os valores da temperatura, com pouca variação desde a precipitação do quartzo 3, sofreram uma queda de l00°C quando da deposição da fluorita. Considera-se a possibilidade de o flúor provir de soluções originadas por um pulso magmático tardio, relativamente enriquecido neste volátil. Paralelamente à fluoração, desenvolveu-se um importante processo de sericitização que greisenizou moderadamente as paredes dos OIT originando rochas com quantidades variáveis de quartzo, sericita, topázio e fluorita Apesar de semelhantes, constatou-se, importantes diferenças entre os setores inferior e superior da jazida, a mais marcante sendo, sem dúvida, a abundante precipitação de wolframita no setor superior, comparada as ocasionais pontuações desse minério em maiores profundidades. Além do controle estrutural, a mineralização deve também ter sido controlada pelas mais freqüentes lentes de rochas metavulcânicas do Grupo Babaçu no setor superior, de onde as soluções aquo-carbônicas, transportando complexos de W, devem ter extraído o ferro necessário à precipitação da wolfrarnita. O último evento hidrotermal originou os VIU que formam uma rede de baixa densidade de vênulas, de espessura milimétrica compostas de quartzo 4, clorita, sulfetos, carbonatos e quartzo 5. Os fluidos foram inicialmente altamente salinos, com predominância de Na+ e Ca++ formados a pressões inferiores a 1,5Kb e temperaturas abaixo de 250°C, provavelmente a partir de águas concitas ou subterrâneas de grande profundidade. O processo de cloritização, que foi bem abrangente, ocorreu durante essa etapa junto com a sulfetação, a qual deu origem às vênulas de calcopirita e pirita encontradas em toda a jazida. O último estágio evolutivo dos VHF ocorreu a pressões superficiais (5 bares), com os fluidos apresentando características de águas meteóricas de baixas salinidades e temperaturas em torno de 100°C. The Pedra Preta wolframite deposit contains the main known tungsten reserves of the Brazilian Amazon. It is Iocated near the western border of the 1.88Ga old Musa grafite, in the Rio Maria region, south of the Carajás Mineral Province. The mineralization occurs in a vein system thats cuts at depht the cupola of the granitic body and above it rocks of the Andorinhas Supergroup whose meta-sandstones are of archean age (2.9 Ga). At least four hydrothermal events have been identified in the Pedra Preta area which are related to severa' quartz vein generations. The first event is represented by the early EHV veins that are basically made up of quartz 1 and have been generated, prior to the emplacement of the Musa grafite, from metamorphic aquo-carbonic fluids. CH4 was the dominant carbonic phase. Fluid inclusions from the quartzite quartz grains showed H2O + CH4 with lesser amounts of CO2. The second event was associated to the Musa intrusion and involved F-poor aqueous fluids exsolved from the erystallizing magma. Once the granite was broken by hydraulic fracturing, fluids that circulated around the pluton moved towards it, mixed with the magmatic aqueous solutions and flowed through the open spaces where quartz 3 was precipitated. The late hydrothermal veins (LHV) began then to be formed. These Ca-free fluids had moderate salinity and were virtually devoid of carbonic phases. δ18O values for quartz 2 (present in the grafite) and quartz 3 (present in the LHV at greater depths) are comparable (7.6‰) indicating reequilibration with dominantly magmatic fluids. The third event was induced by the tectonic reopening of the fracture planes where the quartz 3 had been deposited. They served as escape tone for metamorphic fluids composed of different proportions of CH4, CO2 and H2O. The aqueous phase rnight have been of low salinity although containing Ca++. Temperatures varied from 230 to 400°C and pressures estimates fell in > 2,5 Kbar. Oxygen fugacity values of 10-38 to 10-37 bar indicated reducing conditions. As the metamorphic fluids entered the Pedra Preta system, they were oxidized, though, at least initially, the process had been less complete in the upper part of the deposit. Oxygen fugacities dropped to 10-27 bar by the time the wolframite began to precipitate from acidic solutions (pH 4-5) under therrnal conditions of 300-400°C and pressures > 2.5Kbar. δ18O values for quartz 3 of the LHV (9.0-9.6‰) at lower depths suggested reequilibration with fluids having more metamorphic components than those of greater depths. Soon after or partially contemporaneous with the wolfrarnite deposition, occurred a F-metasomatism brought about by a hypothetical magmatic pulse. Granitic rocks were then greisenized in the lower part of the deposit to a mineral assemblage in which topaz, fluorite and sericite are present, whereas in the upper part these minerais precipitated within the LHV as well as in the host walls. The fluids of this hydrothermal stage were aquo-carbonic, suggesting that mixing with the metamorphic solutions continued, but the carbonic phase was exclusively composed of CO2. Xco2 dropped to values below 0.01 by the time fluorite was formed. Aqueous phase was enriched in Ca++ and Na+. Temperatures did not change much from the deposition of wolframite to the deposition of topaz (300-350°C), but fell to about 250°C when fluorite started precipitating. Despite similar prevailing conditions both in the lower and higher parts of the deposit, irnportant features are recorded that differentiate these two domains. The most striking difference is the much more abundant wolframite precipitation in the upper part. Besides the structural control, the mineralization might also have been controlled by the more frequent metavolcanic lens of the Babaçu Group in the upper part, from which the W-bearing aquo-carbonic solutions leached iron for the precipitation of wolframite. The last hydrothermal event, that resulted from tectonic relaxation probably of Brasiliano age, gave origin to the so-called final veins (FHV) which constitute a net of microveinlets composed of quartz 4, chlorite, sulfides, carbonates and quartz 5. High salinity fluids (30 weigth % NaCl) with high concentration of Ca++ and Na+ acted upon the rocks at conditions of 1.5 Kbar and temperatures beiow 250°C, and may represent connate waters or even deep groundwaters. Chioritization and sulfidization were the most important processes related to this hydrothermal event which ied to the precipitation of chlorite (that replaced feldspars and micas in the host rocks or filled intergranular spaces within the veins) as well as sulfides (mainly chalcopyrite and pyrite). As the system finally died out, drusy quartz 5 was formed trapping low salinity fluids (
Details
- Language :
- Portuguese
- Database :
- OpenAIRE
- Journal :
- Repositório Institucional da UFPA, Universidade Federal do Pará (UFPA), instacron:UFPA
- Accession number :
- edsair.od......3056..6594b44227dacd87e73fef8791a0f405