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Clarice Lispector: criar é desobedecer

Authors :
Moreira, Yandara Virginia Ribeiro Costa
Pires, André Monteiro Guimarães Dias
Sequeira, Rosane Preciosa
Pucheu Neto, Alberto
Silva, Anderson Pires da
Carvalho, Luiz Fernando Medeiros de
Source :
Repositório Institucional da UFJF, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), instacron:UFJF
Publication Year :
2014
Publisher :
Universidade Federal de Juiz de Fora, 2014.

Abstract

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Objetivou-se realizar uma leitura crítica de vários textos de Clarice Lispector, sobretudo contos e romances, a partir dos quais se notou uma afirmação da desobediência, principalmente aos domínios disciplinares da literatura e da filosofia e às regras canônicas de uso da linguagem. A escritura clariciana propõe essa estratégia de criação como necessária à liberação da vida em sua manifestação mais potente e impessoal. Para Clarice, portanto, a literatura se constitui como uma prática extrema e arriscada, porque requisita uma aproximação com intensidades desterritorializantes: o risco é desejar dar um passo fora do senso comum, do reconhecível; escapar das leis da língua; viver escrever intensamente; capturar a realidade do devir. A figuração desse pensamento foi percebida, de modo concentrado, no conto “Os obedientes”, do livro Felicidade Clandestina, texto cujas imagens relativas à profundidade e à superfície podem remeter a uma criação filosófico-conceitual a respeito da vida e do real. Essa escrita, interdisciplinar e intensiva, praticada por Clarice Lispector abriu espaços de encontros com outros criadores de pensamento, entre eles Roberto Corrêa dos Santos, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Roland Barthes, Suely Rolnik, Nietzsche, Alberto Pucheu e André Monteiro. Our objective inside this work was to critically read several texts by Clarice Lispector, most of them short stories and novels, from which was possible to see the affirmation of the indiscipline as a creative strategy. Through the experience of transgression – specially to the disciplinary boundaries of literature and philosophy, and to the canonical rules of the language –, Lispector‟s writing presents indiscipline as a necessary condition to the release of life in its most potent and impersonal form. To the writer Clarice Lispector, therefore, literature is an extreme and risky practice because it demands the proximity to non-territorial intensities: the risk is to desire to step outside the common sense, what can be recognized; escaping from the language rules; living and writing intensely; capturing the reality of devir. The image of this line of thinking can be seen mostly in the short story “Os obedientes”, published in the book Felicidade Clandestina. The images related to the deepness and the surface inside this text can be related to a philosophical and conceptual creation concerning life and reality. Lispector‟s intensifying and interdisciplinary writing made it possible to create connection and encounters with some other thinkers, e.g., Roberto Corrêa dos Santos, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Roland Barthes, Suely Rolnik, Nietzsche, Alberto Pucheu and André Monteiro.

Details

Language :
Portuguese
Database :
OpenAIRE
Journal :
Repositório Institucional da UFJF, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), instacron:UFJF
Accession number :
edsair.od......3056..4b4647102ed2243b81dc0efa5c99018f