Prevalência e incidência de cárie dentária e sua relação com o nível sócio-econômico em escolares: um estudo longitudinal

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Este estudo longitudinal teve como objetivo avaliar a dinâmica da cárie dentária, através da sua prevalência, incidência e severidade, e sua relação com o nível sócio-econômico e acesso aos serviços odontológicos em escolares do município de São Bento do Sul-SC, no período de 1996 a 2002. Parte de uma amostra examinada em 1996 para o levantamento de saúde bucal deste município foi localizada e reexaminada após seis anos, totalizando 256 escolares. O exame clínico para avaliação da condição dental seguiu a mesma metodologia utilizada no primeiro exame, inclusive com os mesmos examinadores. Nível sócio-econômico foi estabelecido através da classificação da ANEP, levando em conta estimativa de renda por bens de consumo e grau de instrução do chefe da família. Informações a respeito do acesso aos serviços odontológicos foram obtidas através do questionário para classificação sócio-econômica, enviado aos pais. Os principais resultados obtidos foram: a taxa de prevalência de cárie na dentição decídua e permanente na amostra foi de 66%, apontando uma redução de 18,4% em relação ao primeiro exame; a média do CPO-D aos doze anos foi de 1,47, caracterizando uma baixa severidade; os moradores das zona rural apresentaram uma taxa de prevalência de 96,3%, com uma razão de prevalências de 1,54 em relação aos moradores da zona urbana; a Incidência cumulativa foi de 49,7% no período; houve uma redução na incidência de cárie superior a 49%, quando comparadas as incidências na zona urbana e rural, o que indica um Risco Relativo de 2,03 para a zona rural; a densidade de incidência na amostra foi de 0,23 lesões por indivíduo por ano, ou seja, em média a cada quatro anos um indivíduo desenvolveu uma nova lesão de cárie; a porcentagem de dentes obturados subiu de 18% em 1996 para 64% em 2002; o grupo SE II (renda entre 3,9 e 8,3 salários) apresentou incidência cumulativa de 62,2%, enquanto a do grupo I (acima de 8,3 salários) foi de 28,3%, e a do grupo III (entre 2 e 3,9 salários), de 34,8% (p