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O constrangimento da forma: transformação e (anti-)hibridez entre os Karajá de Buridina (Aruanã - GO)

Authors :
Nunes, Eduardo Soares
Source :
Revista de Antropologia; v. 57 n. 1 (2014); 303-345, Revista de Antropologia; Vol. 57 No. 1 (2014); 303-345, Revista de Antropologia; Vol. 57 Núm. 1 (2014); 303-345, Revista de Antropologia; Vol. 57 No 1 (2014); 303-345, Revista de antropologia (São Paulo. Online), Universidade de São Paulo (USP), instacron:USP
Publication Year :
2014
Publisher :
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2014.

Abstract

Este artigo explora dois contextos de produção das pessoas misturadas dos Karajá de Buridina, pessoas internamente repartidas entre uma “metade indígena” e uma “metade não indígena”. Nesses dois contextos, o artesanato e a pesca, elementos indígenas e não indígenas se fazem simultaneamente presentes, mas, dependendo de qual aspecto os Karajá enfocam, ou seja, dependendo de qual relação é ativada, e de que maneira, cada ação evidencia um conjunto específico de disposições corporais, karajá ou brancas. Esses indígenas reconhecem muitas rupturas em relação ao modo de vida dos antigos, mas como, sob que forma, essas transformações aparecem para eles? Meu argumento, nesse artigo, é que elas não aparecem como uma nova forma de vida karajá, mas como a coexistência de duas formas de vida, uma indígena e outra branca. A mistura, para os Karajá, é uma forma de relação que não gera híbridos. Concluo fazendo alguns comentários sobre o caráter totalizante da transformação. The present paper explores two contexts of production of Karaja’s Buridina village mixed persons, that is, persons internally divided into an “indigenous half” and a “non-indigenous half”. In these two contexts, craftworking and fishing, indigenous and non-indigenous elements coexist, but depending on which aspect the Karajá focus on, that is, depending on which relation is activated, and in which way each action evinces one specific set of bodily dispositions, Karajá or white ones. This indigenous population recognizes a number of discontinuities between their actual life and that of the ancient people. But in which manner, under which form, do those transformations appear to them? In this paper, I argument that they do not appear as a new Karajá way of life, but as the coexistence of two ways of life, one indigenous and other white. For the Karajá, mixture is a form of relating that does not generates hybrids. I conclude making some remarks on the totalizing character of this transformation.

Details

Language :
Portuguese
ISSN :
16789857 and 00347701
Database :
OpenAIRE
Journal :
Revista de Antropologia; v. 57 n. 1 (2014); 303-345, Revista de Antropologia; Vol. 57 No. 1 (2014); 303-345, Revista de Antropologia; Vol. 57 Núm. 1 (2014); 303-345, Revista de Antropologia; Vol. 57 No 1 (2014); 303-345, Revista de antropologia (São Paulo. Online), Universidade de São Paulo (USP), instacron:USP
Accession number :
edsair.od......3056..0ec6319c9a17a0dfaea2f82c5827159a