O cuidado promotor da competência de autogestão na criança em idade escolar com disfunção miccional neurogénica

O presente Relatório pretende explicitar o percurso de aprendizagem desenvolvido, sustentado na melhor evidência científica disponível, no referencial teórico de enfermagem, no enquadramento profissional do exercício de enfermagem e na análise crítica e reflexiva da prática clínica ao longo do Estágio, que contribuíram para o desenvolvimento das competências comuns de Enfermeiro Especialista (EE) e específicas de Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica (EESIP), definidas pela Ordem dos Enfermeiros. A problemática central deste trabalho é a dificuldade da criança em idade escolar com Disfunção Miccional Neurogénica (DMN) na autogestão da sua condição. A DMN sintetiza todos os tipos de alteração do funcionamento do trato urinário inferior, com origem no sistema nervoso central e/ou periférico. A preocupação com este fenómeno decorre da experiência clínica com crianças com DMN e suas famílias que vivenciam processos de transição associados à sua condição. A criança com DMN necessita de cuidados específicos, normalmente prestados pelos pais até à idade escolar, situação que pode gerar transtorno na família e sentimentos de inferioridade e vergonha na criança, por exemplo, pelo uso de fralda, uma vez que o controlo da eliminação urinária é uma competência que se desenvolve, normalmente, no período pré-escolar, já sendo expectável nesta idade esse autocontrolo por parte da criança. Deste modo, cabe ao EESIP, facilitar o desenvolvimento de competências de autogestão da sua condição à criança escolar, capacitando-a para a conquista da sua autonomia e independência, fundamentais para o seu desenvolvimento e maximização da sua saúde. Decorrente do aprofundamento deste fenómeno, na procura constante de novas formas de cuidar, construiu-se uma proposta de Programa de promoção da competência de autogestão à criança escolar com DMN, cuja implementação será uma oportunidade de dinamização na área da melhoria contínua da qualidade dos cuidados. Estruturalmente, o relatório é constituído pelo enquadramento conceptual, a metodologia, o percurso de Estágio e aprendizagens significativas para o desenvolvimento de competências de EE, a proposta de Programa, considerações finais e perspetivas futuras.