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Sintomas depressivos e qualidade de vida em indivíduos com epilepsia por esclerose mesial temporal

Authors :
Auro Mauro Azevedo
Elza Márcia Targas Yacubian
Américo Ceiki Sakamoto
Ana Carolina Westphal
Neide Barreira Alonso
Luís Otávio Sales Ferreira Caboclo
Eliana Garzon
Tatiana Indelicato da Silva
Rozana Mesquita Ciconelli
Source :
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology v.11 n.3 2005, Journal of epilepsy and clinical neurophysiology, Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), instacron:LBE, Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, Volume: 11, Issue: 3, Pages: 117-122, Published: 2005
Publication Year :
2005
Publisher :
FapUNIFESP (SciELO), 2005.

Abstract

Introdução: Dificuldades no trabalho, em relacionamentos interpessoais, familiares e sociais, a percepção do estigma, da discriminação dentre outros têm sido associados aos estados depressivos interictais, influenciando negativamente a qualidade de vida (QV) das pessoas com epilepsia. A depressão tem alta prevalência (20 a 55%) nas epilepsias, sendo vista como o fator mais importante no julgamento do paciente sobre sua QV. Objetivos: Avaliar a ocorrência de sintomas depressivos em pacientes com epilepsia do lobo temporal por esclerose mesial temporal (EMT); estudar a associação entre sintoma depressivo e QV; e entre localização da lesão estrutural e sintomas depressivos. Metodologia: Setenta pacientes com EMT em tratamento ambulatorial, foram avaliados entre junho/2003 e abril/2005. Além da anamnese clínica, exames subsidiários (EEG, vídeo-EEG, RNM), avaliação neuropsicológica, psiquiátrica, todos foram submetidos à avaliação de QV que incluiu uma entrevista semidirigida, o questionário Medical Outcomes Short-Form 36 (SF-36) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI). Resultados: Quarenta e dois pacientes (60%) eram do sexo feminino e 28 (40%) do masculino, com média de idade de 37 anos e 26 de duração da epilepsia. Em quarenta (57%) foi constatada EMT à esquerda e em 30 (43%) à direita. Quanto à situação de trabalho, 34 (49%) encontravam-se em auxílio doença/aposentados por invalidez/ou sem qualquer atividade produtiva. Trinta e um (44%) alegaram ser o trabalho a esfera mais prejudicada pela epilepsia. Trinta e nove indivíduos (56%) apresentaram sintomas depressivos com escores mais baixos no SF-36 quando comparados àqueles sem depressão. A pontuação alta do BDI, indicativa de depressão manteve uma associação significante (coeficiente de Spearman: p < 0,001) com todos os domínios do SF-36, com exceção de capacidade funcional (CF). Não houve correlação entre o lado da EMT e os sintomas depressivos. Conclusão: A presença de depressão infuencia o julgamento individual em relação a QV. O uso sistemático de instrumentos de fácil manuseio permitiria a identificação precoce de distúrbios de humor, contribuindo significativamente para a melhoria da QV de indivíduos com epilepsia. INTRODUCTION: Depressive symptoms and quality of life in people with epilepsy related to mesial temporal sclerosis Introduction: Difficulties in working, interpersonal, familial and social relationships, the perception of stigma, the discrimination by others have been associated with interictal depressive state influencing negatively the quality of live (QOL) of people with epilepsy. Depression has a high prevalence (20-55%) in epilepsies, being considered the most important factor in the judgment of the patient concerning his QOL. Objective: To evaluate the occurrence of depressive symptoms in patients with temporal lobe epilepsy due to mesial temporal sclerosis (MTS); to study the association between depressive symptoms and QOL as well as of the lateralization of the structural lesion and depressive symptoms. Methodology: 70 patients with MTS in the Outpatient Clinic were evaluated between June 2003 and April 2005. Besides the clinical anamnesis and examination all the patients had ancillary exams (EEG, video-EEG, MRI), psychological and psychiatric evaluation and QOL evaluation which was performed with a semi-structured interview, the questionnaire Medical Outcomes Short Form 36 (SF-36) and the Beck Depression Inventory (BDI). Results: 42 (60%) patients were female and 28 (40%) male. The average age was 37 and the mean epilepsy duration 26. In 40 (57%) MTS was located on the left and in 30 (42%) on the right. As to the work situation, 34 (49%) were in welfare/retired due to illness/without any productive activity. 31 (44%) stated that lack of work was the greatest burden of epilepsy. 39 (56%) presented depressive symptoms with lower scores in the SF-36 when compared to those without depression. A high score of the BDI, an indication of depression, maintained a significant association (Spearman coefficient p < 0.001) in all SF-36 domains with the exception of Functional Capacity. There was, however, no correlation between the lateralization of MTS and depressive symptoms. Conclusion: The presence of depression influences the personal judgment in relation to QOL. The systematic use of simple instruments would allow the precocious identification of humor disturbances contributing significantly to the improvement of QOL of people with epilepsy.

Details

ISSN :
16762649
Volume :
11
Database :
OpenAIRE
Journal :
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology
Accession number :
edsair.doi.dedup.....eef407a0657515911a3b77797dbe82de
Full Text :
https://doi.org/10.1590/s1676-26492005000300009