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Fidalgos e freires-cavaleiros

Authors :
Sottomayor-Pizarro, José Augusto de
Costa, Paula Pinto
Source :
Medievalista online.
Publication Year :
2022
Publisher :
OpenEdition, 2022.

Abstract

Partindo da importância da fronteira luso-castelhana no quadro da Hispânia medieval e da sua complexidade enquanto construção política, o objetivo desta reflexão é fazer a avaliação do seu impacto ao nível dos grupos senhoriais, laicos ou eclesiásticos. O modo como estes grupos senhoriais interpretavam a fronteira é uma questão central para este estudo. A fidalguia e os freires das Ordens Religioso-Militares, designados de um modo simplista como freires-cavaleiros, decalcavam tendências semelhantes por razões compreensíveis. Os fidalgos e os freires-cavaleiros integraram as elites medievais que dinamizaram os intercâmbios peninsulares, desenvolvendo inúmeras trajetórias sem fronteiras na Hispânia medieval. A aristocracia e os membros das Ordens Militares, em particular os das internacionais, tinham uma concepção muito fluida da fronteira, à qual se sobrepunham os interesses familiares e institucionais. Os fidalgos encontraram na transposição fronteiriça um mecanismo natural para contornar problemas de natureza política, decorrentes dos conflitos com os monarcas, ou para materializar estratégias de poder de linhagens com patrimónios constituídos muito antes da criação do reino de Portugal. Por sua vez, os freires das Ordens Militares eram, por vezes, membros de famílias imbuídas de comportamentos a-fronteiriços, os quais eram reforçados quando professavam em instituições multinacionais, não sobreponíveis com as delimitações fronteiriças de natureza político-diplomática. Based on the importance of the Luso-Castilian border in the context of medieval Hispania and its complexity as a political construction, the objective of this reflection is to assess its impact at the level of manorial groups, either secular or ecclesiastical. The way how these social groups had interpreted the frontier is a central issue for this study. Fidalgos and miles Christi, usually called knights in simple terms, had traced similar tendencies for understandable reasons. Fidalgos and miles Christi were part of the medieval elites that boosted the peninsular exchanges, developing frequent trajectories over borders in medieval Hispania. The aristocracy and the friars of the Military Orders, in particular, those from the international Orders, had a very fluid conception of the frontier, to which family and institutional interests were superimposed. The noblemen found in the border crossing a natural mechanism to circumvent some political problems, arising from conflicts with monarchs, or to materialize strategies of power of some lineages with patrimonies constituted long before the creation of the kingdom of Portugal itself. In turn, the friars of the Military Orders were sometimes members of these families, imbued with non-border behaviors, which were reinforced when they professed in multinational institutions, not overlapping with the delimitations of the political and diplomatic border.

Details

ISSN :
1646740X
Database :
OpenAIRE
Journal :
Medievalista online
Accession number :
edsair.doi.dedup.....e7a3336a5779f3716c025b38035b3487
Full Text :
https://doi.org/10.4000/medievalista.5087