Contagem bacteriana total e contagem de células somáticas como indicadores de perdas de produção de leite

A mastite bovina é a doença mais relevante em bovinos leiteiros em todo o mundo, ocasionando expressivos prejuízos aos produtores, à indústria láctea e consumidores. O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto econômico da mastite bovina sobre a produção e economia em condições de explorações brasileiras. Para tal, foram estimadas as perdas de produção de leite e os prejuízos econômicos em relação às contagens de células somáticas no leite do tanque (CCSt) e contagem bacteriana total (CBT), em rebanhos da região de Campos das Vertentes, uma importante bacia leiteira do Estado de Minas Gerais. Para se calcular as perdas de produção, utilizaram-se as médias de três CCSt, de 306 propriedades, obtidas em intervalos de 15 dias entre as coletas, sendo estimadas as perdas por meio da equação de regressão linear y= - 4,7908 + 0,0226x, na qual a variável “x” representa a contagem de células somáticas do tanque (CCSt) e “y”a perda em % de produção de leite. As médias de CCSt e de CBT entre as propriedades amostradas foram de 482.650 cels/mL e 43.710 UFC/mL de leite, respectivamente, verificando-se que 35,6% dos estabelecimentos se encontravam acima dos limites estabelecidos pela legislação vigente para a CCSt e 7,84% para CBT. Os resultados demonstraram que a média de produção diária nas propriedades foi de 488,43 litros de leite e que estimativas de perdas médias diárias na produção devido à mastite foram de 6,80%. Não se observaram diferenças significativas quanto às perdas percentuais de produção em função da produção diária das propriedades. Os resultados obtidos evidenciam a necessidade de um controle mais efetivo da mastite, visando minimizar as perdas de produção leiteira e melhorar os índices econômicos, assim como elevar a sanidade do rebanho e a qualidade da matéria-prima ofertada.